quarta-feira, 27 de março de 2013

O "progresso" da Ponte Vasco da Gama


Imagem "Google Maps" no Concelho do Montijo
A minha opinião é de o verdadeiro objectivo foi sempre o de urbanizar Alcochete e o Montijo, gerando assim novo tráfego rodoviário. A Presidente da Câmara do Montijo ao "i" "admitiu que o desenvolvimento e progresso trouxeram também aspetos negativos, como o trânsito, "que aumentou significativamente, o ruído e alguma poluição"...
O processo não podia ser mais simples, próprio do paradigma e da equação milagrosa que nos tem governado: 
NOVA URBANIZAÇÃO = TERRENO RURAL + NOVA RODOVIA
Compraram-se terrenos agrícolas e nasceu em 10 anos um enorme subúrbio, hoje parcialmente deserto, dado o excesso de oferta de casas novas aliada à quebra do mercado imobiliário.
Com franqueza: Mas alguém alguma vez acreditou nos objectivos ambientais de uma nova ponte de 15km de tabuleiro, com 6 faixas de rodagem, que atravessou uma zona de protecção especial e aterrou em áreas agrícolas?

terça-feira, 26 de março de 2013

O astrólogo Marcelo


Foto AQUI
O aumento do número de ciclistas em Lisboa nos últimos anos, em linha com a generalidade das Cidades Europeias, com as pessoas a deslocarem-se para o trabalho e muitas empresas da Cidade já a criarem condições para se ir de bicicleta, lembra-me sempre os comentários semanais do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Em Junho de 2007 (em campanha autárquica), numa das suas análises "objectivas" sobre os mais diversos assuntos da actualidade, referiu-se a propósito da participação de António Costa num passeio de bicicleta em Lisboa que "se há cidade onde não faz sentido defender a bicicleta com as sete colinas é Lisboa. (...) Andar de bicicleta em Lisboa, teoricamente é impossível (...)".
Numa cidade em que mais de metade é um enorme planalto para norte do Saldanha e onde a zona ribeirinha tem só cerca de 15km, certezas destas lembram-me o pior da astrologia. A foto acima trata de uma concentração de bicicletas em 1911 na Praça do Comércio. A bicicleta era um veículo comum na Cidade de Lisboa para o dia a dia. As pessoas estão vestidas normalmente, não são desportistas. Alguma coisa mudou na Cidade para que a bicicleta tenha diminuido drasticamente. E não foram as 7 colinas. Foi outra coisa. E enquanto estas certezas vigoraram em Lisboa, essa "coisa" de que falo teve caminho aberto para prosperar, destruindo-se com isso o espaço público e consumindo-se muitos milhões em recursos financeiros que hoje nos fazem tanta falta em áreas básicas.
O carro tem importância no nosso quotidiano. A bicicleta sózinha nunca responderá a todas as necessidades. Mas se queremos falar de eficiência urbana e bom uso dos dinheiros públicos, mais espaço pedonal, mais bicicletas e melhores transportes públicos têm que estar, os três, no centro da nova agenda. Isto por mais que custe às certezas de alguns astrólogos. 

quarta-feira, 20 de março de 2013

A Justiça é cega e provavelmente a prazo também diabética

"Tribunal trava lei sobre tamanho das bebidas açucaradas em Nova Iorque"
Esta notícia é na verdade pouco doce. O Mayor Bloomberg de Nova Iorque tentava que não se conseguisse vender bebidas açucaradas superiores a meio litro...e perdeu. O tribunal considera a proposta arbitrária.
No fundo, na América temos a liberdade de comer e beber o que quisermos, quanto quisermos. É a liberdade! 50cl de bebida é escandaloso, mas acima disso é acima de tudo um pesadelo e faz muito mal à saúde. 
Não era impossível pedir duas bebidas de 25cl, mas mesmo assim o tribunal não aceitou esta proposta.
E vamos engordando e rindo, pelo menos por enquanto.
Cá por mim, refrigerantes quase nunca. Se beber 5 vezes por ano já é muito. 

terça-feira, 12 de março de 2013

Falência do Mercado de Carbono

Foto AQUI

O artigo do Ricardo Garcia no Público sobre a estrondosa quebra do CO2 nos mercados "bolsistas" e consequentes falências das empresas do sector devido "à crise" é bem revelador de que as crenças têm mesmo muita força.
Entre "Climategates" e outros "gates", começa a ser claro de que as Alterações Climáticas nada têm a ver com o dito "Aquecimento Global", e que este não tem necessariamente uma ligação directa com as emissões de CO2.
Estes dados não nos libertam de assumirmos as nossas responsabilidades em agir em nome da conservação e da preservação do Planeta, antes pelo contrário! Estes dados, o que revelam, é que não se pode abstrair a realidade a uma variável só (Carbono) e depois querer fazer dela moeda bolsista. 
Se o CO2 fosse, como foi sempre sugerido, a causa de todos os males, o mercado não caía, e muito menos com a crise. Em Economia, as verdades científicas e o consenso em matérias de milhões é importante, porque senão afecta a sua credibilidade. 
O que acontece é que a vontade de criar uma unidade transacionável foi mais forte do que o resolver o problema e colocar as Economias a trabalhar noutros pressupostos. Assim, quem queria poluir tinha duas formas: deslocalizava as fontes de emissão para os Países emergentes ou comprava emissões no mercado. Poluir, poluía na mesma, logo o problema de fundo não estava resolvido. 
Muitas vezes a não emissão de CO2 é benéfica, porque como significava a abstração de um fenómeno, a sua redução implicava e afectava proporcionalmente todo o processo. Assim, tantas vezes os mecanismos de poupança de CO2 e as atitudes "Carbon Free" são benéficos para o Ambiente, mas indirectamente. 

Tal qual a ideia expressa no filme "Elephant" de que a realidade é vista de muitas formas, parcialmente mas nunca de forma integral, também no que respeita ao Ambiente, o "Eco-Account" e as implicações e impactes territoriais devem sobrepor-se à simplificação a um composto químico. Sim, a realidade é muito complexa, não dá jeito nenhum compreendê-la.

sábado, 9 de março de 2013

Arquitecto Manuel Vicente

Reli as declarações do Arqº Manuel Vicente em 2011, que hoje faleceu, das quais guardo a seguinte frase com a qual me identifico:

"O que quero dizer é que considero pouco a arquitectura portuguesa contemporânea. É totalmente desprovida de invenção: mais janela ao alto, mais janela ao baixo, mais parede branca, menos parede branca, mais grande consola... Mais do mesmo! Acho um vocabulário sobretudo muito exausto" 

Há uma questão de fundo na arquitectura contemporânea mundial em que passa pela necessidade de clarificar que orientação quer a arquitectura de hoje adoptar perante questões como a globalização, uniformização e os problemas ambientais gerados pela Era industrial.

quarta-feira, 6 de março de 2013

E desta, foi a estocada final?

Fonte: PÚBLICO
Ver vídeo completo: http://www.publico.pt/n1586855

Marina do Lugar de Baixo, Madeira. A fazer lembrar este meu post em que Raimundo Quintal, que sempre tinha previsto e alertado firmemente sobre este desfecho, entrava a pé na embocadura da Marina. 
Neste momento, o mar destruiu em definitivo esta "grande obra" de engenharia e um bastião do orgulho e da teimosia dos políticos locais que, contra quem os avisou, insistiram em prosseguir. 
Sempre o betão e a megalomania. Sempre a Natureza como "constragimento". Sempre os mesmos erros.
E assim se vai o dinheiro público.
 
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