segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Assassino atropela ciclistas!

Na Massa Crítica de Porto Alegre - Brasil, 25.02.2011

Um automobilista atropela intencionalmente um grupo de ciclistas!
Um horror!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A contra-moda das ciclovias

 
É este artigo que me levou a escrever as linhas seguintes.
Entrevista-se um autarca que se recusa a fazer ciclovias porque são perigosas. Isto passa-se em Aveiro, a Cidade das bicicletas, dizem. É a fama, mas na verdade o que vi em Aveiro foram carros. Vi mais Jipes que bicicletas. Não, não são as colinas, é mesmo o tráfego. Não há explicação, as pessoas ainda não preferem a bicicleta, apesar de satisfatórios aumentos de utilizadores (sente-se, mas não há dados concretos, ainda).
 
O problema é este: Não há 8 nem 80. Nem o problema das bicicletas se resolve com ciclovias, nem se resolve sem ciclovias.
As ciclovias têm lugar, desde que bem planeadas e integradas num esquema global de implementação dos modos suaves. E não é porque falhou este ou aquele aspecto que a ciclovia não presta. É discutir o acessório.
 
Apesar de ser muito fácil, quando se olha para ciclovias, apontar defeitos e falhas (exemplo da foto deste post), é essencial distinguir as ciclovias dispensáveis das outras.
Há algumas situações em que as ciclovias se tornam indispensáveis (se queremos mesmo ter bicicletas a circular):
 
1. Quando o tráfego é de velocidade elevada.
 
2. Quando o tráfego é de baixa velocidade, mas com elevada intensidade.
 
3. Quando o percurso é declivoso e a subida torna o ciclista mais frágil e lento perante a velocidade dos veículos.
 
4. Quando em corredor verde, marcando um percurso legível e contínuo.
 
 
Vários estudos continuam a demonstrar que a percepção do risco é cada vez mais um elemento decisivo nas escolhas comportamentais dos Humanos, designadamente a escolha do meio de transporte ou de um traçado (ou de um local para passar as férias).
A ciclovia, se associada a um percurso lógico e se bem integrada na secção da via, se bem desenhada, se integrada numa estrutura verde, pode ser um elemento eficaz de atracção de utilizadores de bicicleta.
Uma boa ciclovia pode ser determinante para ganhar confiança em ambientes demasiado motorizados.
 
Nota 1: Não tenho os dados compilados para poder, aqui hoje, apresentar alguns links e conclusões de estudos internacionais que demonstram, por exemplo, por classe etária ou por sexo, a escolha e a procura de percursos dedicados, mas ficará para o mais breve possivel um artigo sobre esse tema.
Fica pois prometido.
 
Nota 2: Dir-me-ão os que não gostam de ciclovias: "Bolas, és mesmo teimoso". Vocês também, estamos quites!
 
 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Uma explosão social mais do que anunciada

IMAGEM AQUI

A propósito da anunciada escalada do preço dos alimentos em Portugal:

"Algumas famílias com rendimentos agrícolas tenderão a beneficiar e é, assim, bastante provável que o emprego agrícola comece de novo a aumentar",
Álvaro Santos Pereira, Economista, in PÚBLICO


Numa altura em que tanto se diz (e com razão) que não há visão estratégica para o País (nem do Governo, mas nem da oposição, diga-se), sugiro desde logo que se foque a atenção numa solução ecológica que permite a adopção de algumas de políticas consequentes, que tirem o País da Crise. Chega de andar sem rumo! Chega de andar com "à tona de água" a tentar não morrer afogado, com os olhos no preço do petróleo, nos juros da dívida!

Ter visão estratégica para sair da crise passa por ter visão ecológica (digo eu...)
Não basta defender a aposta na "Inovação e nas indústrias criativas"! Sempre as indústrias criativas, a moda e o design...e que tal a agricultura, e que tal a agro-industria, e que tal a silvicultura sustentável, e as indústrias do mar?

Sair da crise implicará necessariamente, no contexto de crise global e de incerteza, apostar na produção de produtos nacionais, designadamente voltar a apostar na agricultura, na pesca e na agro-indústria e em muitas das nossas valências a que, com base na energia barata, nos demos ao luxo de desprezar.
Implica, portanto, a meu ver, um conjunto de políticas activas que definam ordenamento do território em pról da salvaguarda dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável.
Defender a agricultura, defender ter terra para produzir, é hoje uma necessidade!

Mas vemos o contrário em tempos de crise! Vemos aplicar, por exemplo, como medida de combate à crise os PIN+ para todos os projectos acima de 10 milhões de euros (qualquer projecto minimamente estruturado tem orçamento acima de 10 milhões...).
Já agora, onde estava a esquerda "ambiental" quando esta medida foi lançada? E a direita, tradicionalmente menos "ambiental" no discurso mas, se calhar na prática historicamente bem mais acertiva, onde estava?
Ninguém disse nada...um vazio total!!

Então, é mantendo o mesmo paradigma de passar por cima dos recursos naturais que vamos desenvolver o País? E depois comemos o quê?
Importa-se de fora? Os preços vão subir, e agora como é que vai ser? Comemos cimento porque não temos terrenos férteis para produzir?
Não teria sido melhor ter salvaguardado os poucos solos com elevada aptidão para cereais, uma boa parte deles no Concelho de Oeiras? Ainda sobram alguns, apesar de tudo o que foi feito, vamos deixar que o "mercado" decida?

E porque é que numa altura destas não há ideias ecológicas para relançar o País? Porque é que em todos os canais de TV, Rádio, Jornais, os comentadores comentam, mas comentam sempre do mesmo ponto de vista, baseados nas mesmas variáveis, nas mesmas ideologias? Não têm já uma ideia concreta para sair da crise, só se fala se o Governo cai ou não, até quando se aguenta os juros, se vem o FMI, que é preciso reformar o mercado laboral, reformar o tecido empresarial...

E é mesmo preciso reformar, mas em que sentido? Reformar é sinónimo de "simplificar" os procedimentos e a burocracia, ou seja, por outras palavras, acabar com o ordenamento do território activo e permitir o casuístico, conforme as "oportunidades", desperdiçando as mais-valias e hipotecando o futuro, em troca do investimento fácil e indiscriminado em qualquer lado?
Como é possivel que se faça um PROT da AML totalmente assente na expansão urbana concelho a concelho, a viver de vias-rápidas que ainda falta concluir e que nem sequer uma Estrutura Ecológica sem construção consegue na Planta de ordenamento (quando digo sem construção é mesmo sem construção, não é com índices elevadíssimos de edificabilidade!)

A aplicação de um conjunto de políticas ecológicas transversais, por estes dias, seria encontrar um verdadeiro rumo para o País.
E a agricultura, como diz Álvaro Santos Pereira, pode e deve ter mesmo um papel central. E espero que tenha depressa e sem termos que passar por convulsões sociais violentas.

A agricultura é um emprego com saída e pode receber desde já milhares de pessoas. Revitalizar a vida na aldeia, revitalizar as pequenas comunidades é um desígnio fascinante e uma oportunidade de ouro. Revitalizar com pés e cabeça, estruturando esta actividade, não se quer um regresso à pobreza e ao atraso.
Quer-se andar para a frente, para o futuro.
E já agora a agricultura urbana, para satisfazer a alimentação no imediato. esta é uma medida com um carácter urgente!

Portugal pode ter futuro, assim consiga libertar-se do betão e do alcatrão como falsos motores do "crescimento".

E que tal, para variar, um pouco de Visão Ecológica nesta altura como Estratégia para o País sair da crise?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma Reforma de coragem

Aqui o link do MAPA 
 
Muito nos queixamos de falta de reformas, de falta de coragem. 
Pois, o que se prepara para fazer em Lisboa contraria o habitual em Portugal, o de baixar os braços contra a adversidade e desistir, deixando tudo na mesma.
Neste caso mexem-se em limites administrativos - Freguesias. Lisboa com 53 Freguesias chega a ter Sedes de Juntas de Freguesia que distam 1 minuto a pé entre elas. Atravessa-se a rua em muda-se de freguesia. Para que serve isto?
Muito bem, outros mapas haveria possiveis, 9 freguesias, 12, as 24 propostas ou 26 ou ainda deixar tudo na mesma! Mas, pela análise do mapa, houve bom senso para não passar do 8 para o 80 e não criar mega-juntas de freguesia que rapidamente deixariam de representar a ligação cara-a-cara que, apesar de tudo, acaba por ser a grande mais-valia da existência de freguesias.
Não vinha mal ao mundo se fossem menos mas esta proposta permite uma transição perceptível e aceitável e os limites administrativos propostos são adequados, legíveis e reconheciveis.
Os partidos que propõem outras soluções estão no seu direito mas não haja dúvidas que, para se reformar há que avançar. Falar e discutir, só falar e só discutir nada se resolve e tudo acabaria em zero. Como sempre!
Aos poucos, aos poucos, impressiona o conjunto de alterações e reformas que António Costa tem produzido. Nem há 4 anos cá está e veja-se o conjunto de Rregulamentos essenciais ao funcionamento municipal, de Planos e Estratégias fundamentais, Re-organizações estruturais e funcionais e de Propostas que foram já executadas.
 
 
Estas duas forças políticas apostam num modelo com 24 freguesias, ao passo que CDS-PP e Bloco de Esquerda - os únicos partidos que até aqui apresentaram alternativas - propuseram respectivamente nove e 12 divisões administrativas (ver diferenças nas infografias). O vereador do PSD Santana Lopes defende, por seu turno, e contra a opinião da bancada municipal "laranja", um mapa com 26 freguesias.

(...)

A reforma administrativa permitirá o reforço de competências e dos orçamentos das juntas de freguesia, que passarão a poder construir, por exemplo, parques infantis públicos ou gerir equipamentos culturais e desportivos de âmbito local. O líder da bancada social-democrata, António Prôa, disse que este pode ser o primeiro passo para um acordo entre PS e PSD a nível nacional que permita levar a cabo "outras reformas de que o país carece", como a regionalização. Depois da discussão pública, o novo mapa irá à Assembleia da República, uma vez que a criação de freguesias é competência exclusiva deste órgão.



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Democracia e Estado de Direito (mas só quando as decisões nos interessam...)

 
Sobre a greve na CP:
 
"O tribunal arbitral só decretou serviços mínimos para os suburbanos de Lisboa e Porto, que abrangem 25 por cento da circulação habitual – mas mesmo esses podem não se realizar, como sucedeu na última semana." in Público.
 
Isto é a democracia à Portuguesa, ou seja, só quando cónvém: Mais uma vez, o Sindicato não respeitou as ordens do tribunal para os serviços mínimos. CONFERIR AQUI
Uma vergonha!...
 
O direito à greve é fundamental ser respeitado, mas há serviços básicos que têm que manter serviços mínimos - Hospitais, Transportes -. Se os Hospitais respeitam, porque não o fazem os Transportes?

PS: Se não fosse a minha bicicleta estava tramado...


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Crónica de uma desgraça ambiental e económica anunciada

Imagem AQUI
 
 
 
Sobre o Alqueva:
 
"o modelo só é sustentável se houver uma gestão integrada das valências agrícola, energética e turística"
(...)
 
"O problema é que "estamos a falar de agricultores habituados à agricultura de sequeiro", refere Pedro Silva, coordenador do estudo da KPMG."
(...)
 
"Sejamos claros", observa o ministro da Agricultura, António Serrano, chamando a atenção para um facto incontornável: "Sem apoios do Estado, não há regadio que seja viável", garante, chamando a atenção para o investimento "brutal", superior a dois mil milhões de euros, que, numa perspectiva económica e financeira, não serão recuperados "nem daqui a 40 ou 50 anos."
(...)
 
"Para mitigar os resultados financeiros negativos resultantes do baixo consumo de água, causa directa do tipo de culturas que Alqueva suporta actualmente, "evidencia-se a necessidade" de potenciar a gestão integrada da valia agrícola, energética e turística."
(...)

Ao mesmo tempo, o estudo defende que seja a "EDIA a fazer a gestão global do perímetro de rega", competindo aos agricultores pugnar para aderirem a culturas que consumam "muita água", propõe Pedro Silva.
(...)
 
 
Resumindo: O Alqueva é insustentável, não tem retorno económico para o fim que foi criado, é um desastre ambiental promotor de alterações climáticas e gerador de pedras de Biodiversidade, gerando poluição aquífera. Sendo o Alentejo um território apto a culturas de sequeiro, sendo a água um auxiliar à produção e não a fonte principal, sugere-se que a vertente turistica seja incorporada no processo, como aliás já vem acontecendo através de aldeamentos e campos de golfe.
Muito bizarro é este estudo referir, em nome dos gastos de água, que caberá aos agricultores optarem por culturas mais gastadoras de água!




domingo, 6 de fevereiro de 2011

Já falta gás ao repuxo!

Um dia apareceu de repente, no meio da baía de Paço d´Arcos, um peculiar anúncio a uma marca de bebidas, uma "gargalo" de garrafa envolvendo o repuxo existente.
Pela surpresa e ousadia, pode-se até dizer que foi uma ideia boa, com graça. Foi.

Mas, passados muitos meses, ali se mantém. Pergunta-se: era uma iniciativa para a eternidade? Foi ao abrigo de um Protocolo ou paga as taxas de publicidade? Quanto pagará? Não deveria ser temporário?

Como já não tem mais graça, estava bem na hora de o remover!


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Agricultura "Humana"

É costume chamar-se agricultura urbana a toda a agricultura feita, mais ou menos de forma expontânea, no meio urbano.
Na verdade, como é o caso que a foto explicita, entre a CRIL e a Estrada da Circunvalação, acontece uma agricultura, mais do que urbana, verdadeiramente..."humana"!
Uma vala pluvial marca uma linha de água torrencial, cujas paredes foram trabalhadas à mão com pedra solta e madeiras e, nas suas "margens", verdadeiros "terraços aluvionares" são cultivados palmo a palmo.
O esquema de gestão da água é verdadeiramente extraordinário: Barris reaproveitados de óleos ou tintas armazenam a água da chuva, quando cai. Espantalhos e casas de ferramentas feitos de resíduos. Com a colocação dos paineis sonoros, está criado uma micro-Paisagem, resguardada da envolvente.
 
O potencial destas dezenas de braços que, sem condições, tiram proveito de palmos de terra mostram bem a discrepância entre o comum desenho de espaços verdes, desenhados em atelier para serem mantidos por uma qualquer empresa de jardinagem, de forma mais ou menos automática e tantas vezes sem daí haver um aproveitamento total do espaço (na óptica das necessidades dos cidadãos).
Não defendo uma agricultura urbana desqualificada, no limite do desumano, como não defendo que as pessoas tenham que lavar as suas roupas em lavadouros públicos de água gelada (ou em ribeiras) ou outras situações semelhantes.
Mas que há que aproveitar e tirar partido desta força humana imensa disponivel para os nossos espaços verdes! Disso não há qualquer dúvida.
 

Dedicada a todos os meus amigos e conhecidos licenciados explorados a recibos verdes, numa qualquer empresa perto de si

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fechar algumas linhas férreas não deixa de ser a coerência absoluta


IMAGEM AQUI


A propósito da notícia "Portugal perdeu 43 por cento dos passageiros de comboio em 20 anos" em:


Nada mais coerente!

Milhões para auto-estradas e zero para comboios nas últimas décadas.
Agora, ninguém anda nalgumas linhas férras. Pudera! Meia dúzia de comboios velhos e barulhentos por dia, a serpentear a 40km/h por traçados antigos e aldeias desertas.
Neste estado até eu defendo que se devem fechar!*

Mas devia ser o início de um novo ciclo de aposta numa rede ferroviária nacional moderna e competitiva que ligue cidades e capitais de distrito. Uma aposta numa nova ferrovia, moderna, útil e competitiva, que ligue directamente cidades e que permita chegar a todas as Capitais de Distrito. É um novo futuro que se exige.
Agora, não é fechar só porque dá prejuízo. Não é só fechar porque sim. Porque dar prejuízo até as as estradas que fazemos dão, e cujos custos indirectos nunca chegam a ser contabilizados.

*Lamento o tom diria "paternalista" de alguns (urbanos) ecologistas a defender a manutenção de certas linhas férreas que já ninguém usa, com traçados sinuosos, velocidades comerciais mínimas e horários pouco mais que escassos.
Defender a manutenção do que existe é defender o tradicional e o bucólico, mas para os outros.
Isso não. Haja coerência.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sobre um desenho urbano simples e eficaz

Há quem pense que para fazer desenho urbano de acalmia de tráfego é preciso primeiro entortar eixos de via, tornar tudo assimétrico e irregular, por vezes descaracterizando completamente o arruamento com curvas e contracurvas, obstáculos e sinais.

Por vezes, basta adoptar alguns conceitos bem simples para tudo ser coerente e eficaz. Vejamos um excelente exemplo, no Porto:

Faixa de rodagem estreita, passeios largos e desimpedidos e árvores fora do espaço pedonal, entre os lugares de estacionamento, chegadas o mais possivel ao eixo de via, permitindo crescer sem impedimentos e acentuar a acalmia de velocidade de quem circula.


Manter o passeio à cota, obrigando o veículo a subir à cota do passeio e descer do outro lado. Não há dúvidas de quem foi considerado prioritário neste cruzamento. Isto adequa-se em ruas locais em que se pretenda velocidades muito baixas e onde assim se permite, sem cortar a rua, o acesso a moradores e comerciantes.

Atente-se nesta sequência. O Jipe aproxima-se e vai virar à esquerda. Ao contrário do habitual, aqui terá que perceber se está em condições de virar, pois terá que ultrapassar espaço pedonal. É o fim da "passadeira" onde se morre enganado a pensar que se está seguro. E tudo funciona.
Se o Jipe não pudesse virar, aguardava na via até o poder fazer em segurança. Sabe bem que atropelar um peão num passeio seria trágico.








E novamente o passeio para os peões.
Eficaz e simples!
Elementar meu caro Watson!
 
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