É que os eucaliptais intensivos ardem menos, tal como ardem menos os pinhais cujos sub-cobertos sejam limpos. E a mesma coisa se aplicará a todos os bosques ordenados. O ponto fulcral é a medida de comparação. Arde menos em relação a quê? Aos matos, aos eucaliptais mal geridos, aos pinhais mal geridos, aos carvalhais?
A "mata" versus "floresta" é de certeza um bom ponto de partida de comparação, nomeadamente de todos os serviços que cada um presta à comunidade. Há uns tempos falou-se muito deste documentário da BBC sobre o montado, e ficou bem clara a dimensão dos serviços ecológicos em presença, a que os eucaliptais jamais se compararão. É que depois há "matas" e "matas" e há "florestas" e "florestas". O fogo é importante mas gostava de saber uma avaliação global de todos os impactes. É certo que o artigo se foca no fogo e era aí que se pretendia chegar.
E este meu post também não pretende concluir que não deva haver eucaliptais, mas sim que o ordenamento florestal devia impedir a sua proliferação, a sua implantação excessiva face à capacidade dos solos, e mais ainda impedindo, por exemplo, que se possa plantar eucalipto em pequenas explorações de forma livre, tal como a nova legislação agora permite.
E uma coisa é certa: a diversidade agro-florestal é, com toda a certeza, a melhor forma de evitar os fogos. O pastoreio, a existência de alternâncias, a garantia do funcionamento dos escossistemas naturais através de corredores e bolsas de vegetação natural.
Focar a discussão em que o eucalipto intensivo arde menos é escrever por torto por linhas tortas e daqui não resultará nada de produtivo neste âmbito.
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