terça-feira, 2 de março de 2010

Tudo são alterações climáticas

No mundo actual há uma tendência para ver todos os fenomenos extremos e todas as suas consequências como resultado das alterações climáticas.
Porque chove pouco ou porque chove muito, as causas são de imediato centradas não no conhecimento e interpretação do fenómeno em si mesmo mas sim na associação à dimensão os estragos e da destruição.

Uma chuvada cai numa bacia hidrográfica ordenada com poucas consequências visíveis? Não foi grave.
A mesma chuvada, a mesma quantidade de água provoca gravíssimos estragos numa bacia desordernada? Fenómeno "extremo", são as evidências das alterações climáticas!

As declarações de investigador António Baptista, descritas no artigo do Publico de ontem "Tempestade na Madeira é "mais um sinal de um mundo que está em mudança" em http://www.publico.clix.pt/Sociedade/tempestade-na-madeira-e-mais-um-sinal-de-um-mundo-que-esta-em-mudanca_1424912, é para mim mais um sinal de desnorte sobre o que realmente aconteceu.

Temos 2 lados desta questão:

1º os que acham que foi uma chuvada excepcional e que independemente do ordenamento do território os estragos seriam sempre garantidos:
2º os que acham que, apesar da excepcional ocorrência meteorológica, os erros urbanisticos gritantes é que tornam os resultados dramáticos.
Temos depois ainda esta outra opinião, que se junta ao 1º grupo, procurando nas alterações climáticas e no aquecimento global a confirmação para tudo o que acontece.

Os creacionistas acreditavam que se colocassemos sementes de trigo num sotão fechado, daí nasceriam ratos, por geração espontânea.

Este investigador, em vez de lêr as evidências e ponderar os factos, procura vincular a sua tese a partir de quaisquer acontecimentos que tenham a destruição como resultado visível.

O temporal de 1803 e de 1976 são também o resultado das alterações climáticas?

Nota: poderemos estudar e até chegar à conclusão que este evento foi mais extremo, mas os dados reais em cima da mesa mostram sim acção humana na alteração das condições físicas do território para lidar com estes fenómenos. E isso sim neste momento é que é gritante.

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Duarte d´Araújo Mata

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