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No comboio descendente:
O mal dos transportes públicos será sempre, a meu ver, não a qualidade do serviço, conforto ou pontualidade, mas sim algumas das conversas que temos que suportar dos vizinhos incógnitos que nos acompanham em viagem.
Outro dia, em tom largamente ampliado, uma mulher conversava abertamente com o seu ex-marido sobre o estado das suas vidas.
" - és feliz agora com ela, eu sei, e eu cá me vou aguentando (...)"
Em silêncio, a carruagem seguia aterrada o evoluir dos pormenores e dos detalhes da civilizada conversa...
Eu mudei de carruagem!
______________________________
Conversas à rasca:
Mas, ainda ontem, dois jovens universitários, do ISEG percebi, discutiam no comboio e de forma intensa, não a situação económica do País, não o seu futuro, não os estudos, mas sim a festa da semana passada, a festa do fim de semana passado, a festa do próximo fim de semana, a festa do mês que vem, enfim, as festas!
" - epá, vem lá, apanhas uma "buba" num instante e barata. Os "shots" são 1 euro apenas!!"
" - nãã...a sério? Eu tou sem guita!!"
" - epá, empresto-te, vais lá, apanhas a "piela" e "bazas"!!"
Mas o pior desta conversa estava para vir...
" - epá, a "Rita" faliu-me que adorou uma festa em Aveiro!!"
" - tás a gozar: então a "gaja" engravidou nessa festa. Não me admira que tenha gostado"
O tom leviano desta afirmação fez-me levantar instantaneamente do meu lugar e mudar-me para a outra ponta da carruagem!
Como é possível este tipo de discurso, esta absoluta falta de respeito para com os sentimentos, para com os valores mínimos da vida privada e da vida em comunidade?
Como é possível discutir-se desta forma, em voz alta, num espaço cheio de gente, com todos a ouvirem esta falta de nível, com todos a saberem que engravidar numa festa foi como "apanhar uma buba", foi ter "gostado mesmo muito da festa", com todos a saberem que afinal 90% das preocupações destes jovens serão as festas, as "mocas", as "bubas",...
________________________________
Gerações à rasca:
Vejo com muita apreensão o nível da linguagem e as preocupações, sobretudo de muitos jovens, aliado à desqualificação geral do ensino e a degradação dos valores da vida colectiva.
Muitas praxes durante meses a fio, muitas festas,muitas "bubas", muitos "gadjets", tão poucas preocupações!
Estas gerações querem ir de carro para a Universidade, vão de carro sair à noite e se possível estacionam por baixo da discoteca, têm 1 ou 2 telemóveis mas queixam-se muito do seu futuro e do seu País.
O futuro, se vai fazer-se com estas gerações, deixa-me mesmo muito preocupado.
Oxalá esteja enganado!
No comboio descendente:
O mal dos transportes públicos será sempre, a meu ver, não a qualidade do serviço, conforto ou pontualidade, mas sim algumas das conversas que temos que suportar dos vizinhos incógnitos que nos acompanham em viagem.
Outro dia, em tom largamente ampliado, uma mulher conversava abertamente com o seu ex-marido sobre o estado das suas vidas.
" - és feliz agora com ela, eu sei, e eu cá me vou aguentando (...)"
Em silêncio, a carruagem seguia aterrada o evoluir dos pormenores e dos detalhes da civilizada conversa...
Eu mudei de carruagem!
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Conversas à rasca:
Mas, ainda ontem, dois jovens universitários, do ISEG percebi, discutiam no comboio e de forma intensa, não a situação económica do País, não o seu futuro, não os estudos, mas sim a festa da semana passada, a festa do fim de semana passado, a festa do próximo fim de semana, a festa do mês que vem, enfim, as festas!
" - epá, vem lá, apanhas uma "buba" num instante e barata. Os "shots" são 1 euro apenas!!"
" - nãã...a sério? Eu tou sem guita!!"
" - epá, empresto-te, vais lá, apanhas a "piela" e "bazas"!!"
Mas o pior desta conversa estava para vir...
" - epá, a "Rita" faliu-me que adorou uma festa em Aveiro!!"
" - tás a gozar: então a "gaja" engravidou nessa festa. Não me admira que tenha gostado"
O tom leviano desta afirmação fez-me levantar instantaneamente do meu lugar e mudar-me para a outra ponta da carruagem!
Como é possível este tipo de discurso, esta absoluta falta de respeito para com os sentimentos, para com os valores mínimos da vida privada e da vida em comunidade?
Como é possível discutir-se desta forma, em voz alta, num espaço cheio de gente, com todos a ouvirem esta falta de nível, com todos a saberem que engravidar numa festa foi como "apanhar uma buba", foi ter "gostado mesmo muito da festa", com todos a saberem que afinal 90% das preocupações destes jovens serão as festas, as "mocas", as "bubas",...
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Gerações à rasca:
Vejo com muita apreensão o nível da linguagem e as preocupações, sobretudo de muitos jovens, aliado à desqualificação geral do ensino e a degradação dos valores da vida colectiva.
Muitas praxes durante meses a fio, muitas festas,muitas "bubas", muitos "gadjets", tão poucas preocupações!
Estas gerações querem ir de carro para a Universidade, vão de carro sair à noite e se possível estacionam por baixo da discoteca, têm 1 ou 2 telemóveis mas queixam-se muito do seu futuro e do seu País.
O futuro, se vai fazer-se com estas gerações, deixa-me mesmo muito preocupado.
Oxalá esteja enganado!
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