IMAGEM
AQUIVejo muita gente e muitos
blogs "contra o automóvel" com discursos muito meritórios e empenhados na defesa do espaço pedonal.
Olham para uma qualquer rua e só vêm problemas e defeitos. Nada contra a crítica.
Mas pior, nunca há melhorias, mesmo quando existem...
Dizer mal em blogs é menos difícil do que corrigir comportamentos crónicos!
É que na prática temos que distinguir o bom do óptimo e saber procurar concensos, senão a crítica em "todas as direcções" não leva a nada. É pura perda de tempo e dinheiro!
O Blog
"A nossa Terrinha" terá que descer literalmente " à terra" se não se quiser esgotar com críticas demolidoras inconsequentes. Solução não as avança, não diz quanto custam. Nem imaginam o que custa lutar contra o automóvel. Pensam que é simples?
Não acreditam? Ora vejam:
Só para terem uma noção, ponham os olhos nas reacções da Assembleia Municipal de Lisboa ao evento que devolveu a Avenida da Liberdade aos peões por 1 dia e que teve mais de meio milhão de pessoas a circular alegremente por onde, lembra-nos a história, foi o Passeio Público, e por onde se fazem inúmeras manifestações, que igualmente "cortam" o tráfego.
Vejam
quem vota a favor do que aqui se diz...
O "Sr. Automóvel" é isto mesmo! Vejam as votações em sintonia para três moções diferentes, que une o PPM aos "Verdes", une o PSD ao BE.
Cada um tem os seus motivos para votar contra,
mas o espaço automóvel livre para circular de carro é o motivo sempre presente!
Uns sugerem que fosse na Bela-Vista, outros lamentam que esta avenida "de passagem" fique interdita, outros lamentam que seja um supermercado a financiar a acção.
Mas, apesar de meio milhão de pessoas a pé, todos lamentam a tal "falta de mobilidade"!
Blog "A Nossa Terrinha": Sejam benvindos à "nossa" terrinha!Se quiserem concentrar esforços e contribuir para a mudança a favor do peão, não mudem a essência dos vossos posts nem as críticas.
Mudem sim os objectivos porque o alvo não é, infelizmente, quem pensam...
(Nota: os negritos e sublinhados abaixo são da minha responsabilidade)Moção do PPM: FECHO AVª DA LIBERDADE - MEGAPIQUENIQUEA Avª da Liberdade é umas das artérias mais importantes da cidade de Lisboa, fundamental
para a circulação de automóveis, transportes públicos e pessoas. Uma das Avenidas com mais turismo da cidade.
Considerando que:
1 - A realização do mega Piquenique Continente, nesta Avenida, foi autorizado pela Câmara Municipal de Lisboa.
2 – Desde dia 15 de Junho
que só se circula pelas faixas laterais, causando enormes problemas de trânsito, prejudicando milhares de lisboetas.
3 - Foi vedado o corredor central aos Taxistas e só autorizado aos transportes da carris, causando um enorme transtorno a esta classe de trabalhadores.
4 – A realização deste evento na Avenida da Liberdade, por mais contrapartidas que ofereça
não justifica os transtornos causados, pois Lisboa tem ao dispor outros locais mais apropriados para este tipo de acções.
5 – A Câmara Municipal de Lisboa, mais uma vez secundariza os interesses da cidade em prol de um impulso publicitário a uma marca.
Vem por isso o Grupo Municipal do PPM propor que a Assembleia Municipal, na sua reunião ordinária de 21 de Junho de 2011, delibere, criticar totalmente, junto do executivo camarário, o local onde foi realizado o Mega Piquenique Continente, prejudicando e desrespeitando, assim milhares de pessoas.
E a votação foi:Moção nº 3 -
Aprovada por Maioria na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Lisboa
realizada em 21 de Junho de 2011, com a seguinte votação:
Votos a Favor:
PSD / PCP / CDS-PP / BE/ PPM /PEV
Votos Contra: PS / 3 IND
Abstenções: MPT/ 3 IND
Moção do BE: Contra privatização do Espaço Público em Lisboa
com "Mega Pic Nic" do ContinenteConsiderando que:
1. A Câmara Municipal de Lisboa decidiu arbitrariamente cortar o trânsito na Avenida da Liberdade durante 4 dias para a realização de "Um Mega-Picnic",
um evento comercial que transforma uma das principais artérias da cidade num centro comercial a céu aberto
do Grupo Continente.
2. Não é aceitável que, sob um pretexto que ainda está por provar de que este evento promoveria a produção nacional -, se venha agrilhoar qualquer espaço público da cidade em geral e
muito menos uma das suas principais artérias, a Avenida da Liberdade,
limitando o acesso ao espaço em causa e dificultando a mobilidade
de milhares de cidadãos ao local e zonas limítrofes.
3.
Esta iniciativa de privatização do espaço público é um atentado ao
interesse público de livre usufruto de uma zona nobre da cidade de
Lisboa4. Infelizmente, esta situação não constitui nenhum precedente porque
ela encadeia-se já numa prática política frequente do executivo
liderado por António Costa, tal como já sucedeu com o Jardim
da Estrela, a Praça das Flores, alem da Praça do Comércio e do
largo Rossio a serem também cedidos a outras marcas para fins
meramente comerciais.
5. A gestão da Câmara Municipal de Lisboa no que toca a ocupação
do espaço público por iniciativas privadas revela uma falta de
respeito para com os cidadãos que são o seu dono e principal
utente.
6. A ideia de que as instituições podem decidir a ocupação do espaço
público por operadores privados sem ter em conta as expectativas,
a opinião e os direitos dos cidadãos é um atropelo à gestão
democrática do espaço público.
7. O que esta iniciativa demonstra é que o presidente da CML, Dr.
António Costa tem negligenciado por completo o princípio da
auscultação e da participação dos cidadãos que devem ser o traço
principal da governação municipal moderna.
8.É imperativo que a autarquia inverta esta prática autoritária
de decisão,
e promover o debate com todos, de modo a que a
realização de iniciativas com vantagens mútuas e justificadas na
base do interesse público e colectivo seja o princípio norteador da
governação da cidade.
O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe à Assembleia
Municipal de Lisboa, reunida no dia 21 de Junho de 2011,
delibere:
Repudiar a
politica de privatização do espaço público, nomeadamente,
as suas zonas mais nobres e censurar a Câmara Municipal de Lisboa
pela reincidência nesta estratégia política.
E a votação foi:Moção nº 7 -
Aprovada por Maioria na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de
Lisboa realizada em 21 de Junho de 2011, com a seguinte votação:
Votos a Favor:
PSD / PCP / CDS-PP / BE/ PPM / PEV/ 2 IND
Votos Contra: PS/ 3 IND
Abstenções: MPT/ 1 IND
MOÇÃO CDS/PP "Mega Piquenique na Avenida da Liberdade"Realizou-se no passado Sábado, uma acção de marketing organizada pelos Hipermercados Continente (Grupo Sonae), Câmara Municipal de Lisboa e a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), intitulada "Mega Pic-Nic".
O evento consistiu numa mega-horta, com amostras de produtos hortícolas e de animais, todos eles portugueses, bem como espaços de lazer e um concerto.
A cedência da Avenida da Liberdade,
uma das zonas mais nobres da Cidade, é um desrespeito do Município pela História e pela Cultura, fazendo de uma artéria que é espaço público uma cedência a privados para uma acção de marketing.
O trânsito esteve condicionado durante 5 dias, provocando o caos a todos aqueles que utilizam esta passagem.
Aos moradores, os lugares de estacionamento foram sonegados sem aviso e apresentação de alternativas;
aos comerciantes tornou-se quase impossível efectuar receitas nestes dias dadas as dificuldades de acesso a muitos dos estabelecimentos.
O Município defende a importância do evento com as contrapartidas do Continente ao
Município, através do arranjo dos espaços verdes da Avenida da Liberdade, espaço esse já em manutenção através de concurso promovido pela Câmara Municipal, e da criação de uma horta comunitária em Campolide.
A opção mediática de
ocupar a Avenida da Liberdade é irresponsável e inaceitável, ainda mais tendo em conta que o Município votou o Parque da Bela Vista a um espaço de espectáculos, fechado ao público e que já foi palco não só de eventos musicais mas também de um piquenique organizado pelo Modelo, também pertencente ao Grupo Sonae.
A acrescentar a este desrespeito pelo Património, a organização montou um mega-palco junto ao Monumento de Homenagem à Restauração da Independência Portuguesa, na Praça dos Restauradores, violando a legislação de protecção do património classificado.
Face ao exposto, a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida a 21 de Junho de 2011,
delibera:
1.
Protestar contra a iniciativa da Câmara Municipal, de utilização da Avenidada Liberdade, área em vias de classificação pelo IGESPAR, para acções de
marketing que não dignificam o seu património cultural e histórico, que
procedem a constrangimentos graves na mobilidade e que desrespeitam
moradores e comerciantes desta zona de Lisboa;2. Exigir que a Câmara Municipal de Lisboa informe esta Assembleia do valor real
das contrapartidas, em que moldes foram negociadas e a estimativa de valores
de receitas para o Município taxas e licenças, em particular as respeitantes à
ocupação de via pública, publicidade e de ruído.
E a votação foi:Moção nº 9 - Aprovada por Maioria na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de
Lisboa realizada em 21 de Junho de 2011, com a seguinte votação:
Votos a Favor:
PSD / PCP / CDS-PP / BE/ PPM / MPT / PEV / 2 IND
Votos Contra: PS / 3 IND
Abstenções: 1 IND
Pronto, e a vida é assim!...