sábado, 13 de outubro de 2012

Quando alterações antrópicas potenciam fenómenos extremos

A EEA (Agência Ambiental Europeia) publica esta gráfico (fonte) e constata que temos um cada vez maior número de ocorrências de desastre.

Nas entrelinhas vê-se que o problema das alterações climáticas vem referido como uma causa.

De facto, o gráfico é claro: eventos geofísicos não sofrem alterações (tremores de terra, tsunamis, vulcões). 
Para além dos fenómmenos das tempestades, que de facto aumentam, o que sofre alterações são os 2 tipos de ocorrências que derivam da sua relação com as intervenções humanas (digo eu: Cheias e fenómenos de erosão extremos, por um lado, e por outro seca e picos de temperatura.

Como se viu em fenómenos recentes, por exemplo na Madeira, os efeitos do evento climatérico em si são altamente aumentados pelos impactos locais. 
Ao nivel da acção antrópica, quer à escala urbana, com as alterações do ciclo hidrológico ao nivel da escorrência e infiltração e construção em leitos de cheia, e das alterações ao nivel dos efeitos do fenómeno da "ilha de calor" e redução da humidade do ar, quer também ao nível rural, com alterações ao nivel da degradação dos solos, alteração dos cobertos e do mosaico agro-florestal, os efeitos são altamente potenciados pela acção humana. 

Desvalorizar a importância do ordenamento do território, enquadrando-o numa ideia ideológica de querer "impedir o desenvolvimento", e como solução permitir que as acções humanas configurem profundas alterações territoriais, para depois se concluir que os seus efeitos são fruto de alterações climáticas globais, tem sido cada vez mais rotina de análise.


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