domingo, 29 de janeiro de 2012

Penhas do Marmeleiro, Cascais. Um Parque de eleição

Há muito que queria deixar este testemunho em forma de convite:
Visitar o Parque das Penhas do Marmeleiro em Cascais.

Vale a pena perceber como, com pouco, é possível fazer muito!
Uma área de intervenção razoável em extensão, quem desenhou esta intervenção
 (desconheço quem tenha sido e ainda bem, facilita-me este post) preferiu intervir no essencial e tirar partido da Natureza, deixando-a intacta.
O melhor do Parque é mesmo a possibilidade de fazer um percurso de 1050m em torno de um penhasco (de uma Penha) de calcário, ter contacto com os carrascais locais, sentir a linha de água da Ribeira das Vinhas e contemplar o seu belíssimo vale! Um percurso confortável, parte considerável em estacada de madeira, deixando intacto o essencial.
No final regressa-se ao ponto de partida: uma vista ampla sobre a Serra de Sintra através de uma área de recreio desenhada para ser isso mesmo, com espaços de contemplação e outros de recreio activo, relvados de estadia, miradouros e um parque infantil. Tudo integrado.
Sabe bem poder ir a um Parque e sentir, com conforto, um espaço natural e dele tirar prazer.
 "Esticar" a vista no horizonte, sentir o vento na cara. Basta de mais "Jardins" por fazer... Jardins!

Intervir em Paisagem tem que ser muito assim. Cada vez mais!

Vivemos numa altura difícil para a concepção de espaço urbano.
Há muito quem julgue, por exemplo, que "Estrutura Ecológica Urbana" podem ser "Jardins Verticais" ou "Telhados Verdes".
Há quem julgue que espaços verdes é formalizar tudo, alterar tudo para uma visão urbana, por vezes introduzindo laivos de uma falsa Natureza, construída apenas de relvados regados, onde falta a composição dos estratos arbóreo e arbustiva, espaços artificializados, monótonos e desinteressantes onde nada se integra no contexto biofísico local.
Humanização da Paisagem é tudo! O importante é pois a forma como se consegue criar espaços, como se consegue torná-los vividos e funcionais, numa relação muito próxima com objectivos de desempenho ambiental.

Este é um bom exemplo. Merece dedicar este Post a isso e sugerir vivamente uma visita e deixar para outros Posts tristes exemplos de concepção de espaços verdes, como considero ser paradigmático o Parque dos Poetas, em Oeiras. 
Mas a ele voltarei noutra altura porque a 2ª Fase está em obra e custa...26 milhões de euros!...

Aqui ficam as coordenadas e demais informações do Parque Urbano das Penhas do Marmeleiro. (INFORMAÇÕES AQUI)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

AVE (TGV) Madrid - Valência: Taxa de ocupação nos aviões caiu de 70% para 20%

São números impressionantes de desempenho energético e ambiental.
 
O comboio, neste caso o comboio de alta-velocidade, projeto tão contestado por cá, apresenta-se como um forte mecanismo de redução do tráfego aéreo e rodoviário.
 
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in PÚBLICO AQUI
FOTO AQUI
 
"O comboio de Alta Velocidade Espanhol (AVE) que liga Madrid a Valência entrou em serviço no dia 21 de Dezembro de 2010 e, passados dois meses, o tráfego aéreo reduziu-se muito mais do que se esperava. Durante o primeiro ano de funcionamento desta linha, acreditava-se que a quebra no tráfego aéreo seria cerca de 50%. A taxa de ocupação nos aviões caiu de 70% para 20%, o que vai obrigar a Ibéria a abandonar esta rota com os aviões A320, passando a utilizar aeronaves mais pequenas da AIR Nostrum. A Ryanair tinha três voos diários, mas vai abandonar a ligação entre as duas cidades por outras razões, que não têm a ver com o AVE.

No ano de 2010, o avião transportou entre Madrid e Valência cerca de um milhão de passageiros e, tendo em conta as perdas que estão a ocorrer, é provável que, em 2011, mais de 660 mil pessoas optem pelo AVE e pouco mais de 280 mil continuem a utilizar o avião.

Desde que a cidade de Málaga passou a ter a opção do novo comboio AVE, a rota aérea Madrid-Málaga perdeu quase um milhão de passageiros, comparando 2010 e 2007.

Na rota Madrid-Sevilha, a maioria dos passageiros (75%), que ainda utilizam o avião, são estrangeiros que desconhecem a existência do comboio de alta velocidade. Em Saragoça, as viagens de avião para Madrid já não existem porque as pessoas optaram pelo comboio. Aliás, a distância entre estas duas últimas cidades é semelhante à distância Lisboa-Porto.

Em Espanha, no início de 2011, já há mais de 20 cidades ligadas entre si através da nova rede ferroviária. À medida que a rede aumenta, o número de passageiros é maior e espera-se que o tráfego total anual, em 2011, atinja os 20 milhões de utentes. Ou seja, é tráfego que foi retirado à rodovia e avião.

Outro dado interessante é o número de pessoas que troca o automóvel pelo comboio. Neste momento, ainda não existem valores concretos, mas espera-se que o AVE substitua 25% das viagens que se efectuavam por automóvel. Esta percentagem poderia ser superior pela simples razão de que entre Valência e Madrid existe uma autovia onde não se paga portagem.


Poupança de energia...


Agora que a infra-estrutura já está a funcionar, sabe-se que o consumo de energia eléctrica de cada comboio tem um custo pouco inferior a 500 Euros (487) para percorrer 391 Km e pode transportar 400 passageiros, ou o dobro, se for utilizado um comboio duplo. Os custos de energia só representam perto de 5% do total pois a maior parte das despesas dizem respeito a manutenção do material circulante, da infra-estrutura e a pessoal.

A oferta do número de comboios é feita de modo a servir uma taxa de ocupação de 80% relativamente à procura. Se cada comboio transportar, em média, 320 pessoas, o custo por passageiro, relativamente ao consumo de energia eléctrica será cerca de 1,5 Euros (487/320).

Na rodovia, se a taxa de ocupação for de 1,5 passageiros por viatura, o gasto em combustível, para percorrer os mesmos 391 Km, atinge quase 30 Euros por utente sem contar com os gastos em manutenção.

Comparando com o consumo médio de uma viatura particular, chegamos à conclusão de que a poupança média anual em combustíveis terá um valor elevado.

Se cada passageiro trocar o automóvel e o avião pelo comboio, deixa de existir consumo de combustível fóssil e passa a existir consumo de electricidade. Por cada milhão de pessoas que opte pelo comboio, então, a poupança será de dezenas de milhões de Euros anuais.


...e outras vantagens


Além da poupança de energia existem outros factores que é necessário considerar. O transporte público permite criar três vezes mais postos de trabalho que o privado.

Relativamente aos custos externos, consideram-se os que incluem os acidentes, a poluição, problemas de saúde devidos ao ruído, alterações no clima e os engarrafamentos. Na linha que já existe do AVE Madrid-Sevilha, houve uma redução nos custos externos (acidentes, poluição etc) de 670 milhões de Euros desde 1992 até 2003, segundo dados do Ministério de Fomento espanhol.

A nova linha Madrid-Valência é exclusiva de passageiros, contudo, 75% da nova rede de bitola europeia, em Espanha, será mista para mercadorias e passageiros e permitirá a ligação directa e sem transbordos para toda a União Europeia. O argumento que mais justifica os elevados investimentos na nova rede ferroviária é, sem dúvida, o transporte de mercadorias."


Rui Rodrigues

Email: rrodrigues.5@netcabo.pt

Site : www.maquinistas.org



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Um Provedor de Justiça para o direito a estacionar muitos carros no espaço público

Imagem da internet AQUI

"O Provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, considerou nesta segunda-feira que a EMEL (Empresa Pública Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa) está a cobrar "taxas abusivas" aos residentes na atribuição do segundo e terceiro dístico de estacionamento."


O 1º parágrafo da notícia do "Público" é, só por si, de arrepiar!
Um Provedor de Justiça vem defender que uma pessoa deve poder estacionar quantos veículos tenha no espaço público a preços módicos!
Que justiça é esta que defende o estacionamento na via pública, e nada diz sobre a falta de qualidade do espaço público para os peões em virtude do próprio espaço abusivamente ocupado pelas viaturas?
Quem é este Sr. para falar em "direito a estacionar" automóveis no espaço público que é de todos?
Como é possível suportar tamanha ingerência nas políticas municipais de gestão do espaço público?

Que dirá o Presidente da Câmara de Londres, Paris, Berlim ou Copenhaga a lêr uma notícia destas?
Alguém falou em emigrar recentemente?...
Deixo o resto do artigo, se ainda houver coragem para o continuar a lêr...


"Numa nota da Provedoria da Justiça, pode ler-se que o provedor recomendou à Câmara de Lisboa a "revisão dos regulamentos municipais de estacionamento, na parte em que agravam as despesas com a aquisição do dístico de residente quando, para um mesmo fogo, são declarados vários automóveis".

No seu entender, "
os habitantes da cidade de Lisboa têm direito a estacionar as viaturas de que são proprietários nas zonas de estacionamento tarifado à superfície e nas zonas de acesso condicionado, dentro do perímetro demarcado da sua residência".

Por isso, "o provedor de Justiça considera que as explicações prestadas pelo município de Lisboa não oferecem uma razão válida que justifique o agravamento" das taxas em caso de "pluralidade de automóveis por fogo habitacional -- por não ser tomado em linha de conta o número de membros do agregado familiar", indica a nota.

A Lusa tentou obter uma reacção da EMEL, mas até ao momento não foi possível."

in PUBLICO
http://www.publico.pt/Local/emel-cobra-taxas-abusivas-ao-2-e-3-disticos-de-estacionamento-diz-provedor-de-justica-1529344#

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A militância da bicicleta

Foto do estacionamento de bicicletas no piso -1 em Janeiro de 2011 do Edificio de escritórios da Câmara Municipal de Lisboa, no Campo Grande.
 
 
Imagine ir de bicicleta para o trabalho como uma experiência muito agradável.
Circular em segurança, quer na estrada com acalmias de tráfego e respeito dos condutores, quer em ciclovia, que por vezes escolhe atalhos por Parques e Jardins, onde se sente logo pela manhã o cheiro a plantas e se ouve o cantar dos pássaros.
No caminho o filho fica na escola, porque vai na cadeira de transporte, ou porque já pedala ao seu lado.
 
Quando chegar ao escritório, entra para a garagem e amarra a sua bicicleta como quem estaciona o seu carro.
Um lugar coberto, vigiado e seguro. Tudo simples.
Chegou a horas, gastou zero na deslocação e até vai dispensar o aquecimento quando se sentar ao computador.
 
Andar de bicicleta com simplicidade, conforto.
Com convicção certamente, mas não por militância.
O pior que há é andar de bicicleta sem condições, apenas por militância. 
E porque as militâncias têm limitações e têm limites.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Alemanha vai ter auto-estrada para bicicletas

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Foto escolhida retirada de:
 

Alemanha vai ter auto-estrada para bicicletas

"As cidades de Duisburg e Dortmund, na Alemanha, vão passar a estar ligadas por uma auto-estrada para bicicletas. O projecto chama-se Rad B-1 e tem como pano de fundo o desafogamento do trânsito intenso naquela região.

Com esta auto-estrada, a população pode trocar, em segurança, o seu automóvel pela bicicleta, nos trajectos que ligam as áreas rurais às vias urbanas do Ruhr.

A auto-estrada terá cerca de 60 quilómetros – bem maior que muitas auto-estradas normais – e conta com duas faixas em cada sentido, divididas por cinco metros de largura. Totalmente pavimentada, plana e com iluminação nocturna, a Rad B-1 não terá cruzamentos perigosos, curvas íngremes e terá como vizinha a auto-estrada dos carros.

"Ao longo do trajecto entre as duas cidades vivem, pelo menos, dois milhões de pessoas, muitas das quais preferem usar bicicletas em vez de carros", explicou Jens Hapke, director da Regionalverband Ruhr, empresa que gere o transporte urbano e regional local.

A auto-estrada demorará dez anos a ser construída."


domingo, 1 de janeiro de 2012

Campanha da cortiça "sniff the cork"

 
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