quarta-feira, 29 de junho de 2011

Manuel Falcão, benvindo à sua Cidade que se orgulha de começar a ser ciclável!

Foto: Lisboa, Entrecampos, em pleno Planalto (fonte Bing Maps)
 
O Dr. Manuel Falcão escolhe dedicar a sua crónica no "Metro" a demolir a aposta da bicicleta em Lisboa.
 
Lisboa não será nunca Amesterdão mas começa a mostrar capacidade de ser Edimburgo, Lausanne ou San Sebastian, e lutar por 7-10% de viagens em bicicleta, a par destas cidades com áreas declivosas razoáveis mas onde a bicicleta tem o seu lugar.
 
O QREN 2008, que deu luz verde à Rede Ciclável de Lisboa, exigia metas: 5% de todas as viagens em 2013. Cerca de 12.500 utilizadores a fazerem 2 viagens por dia.
Em Edimburgo estavam nos 5% e tentam chegar aos 10% por esta altura. Lausanne nos 7%.
 
A bicicleta foi apresentada aqui como um complemento do transporte público, para retirar pessoas do automóvel e trazê-las para a utilização do transporte público, funcionando como componente de ligação.
 
As ciclovias, não sendo o fim em si mesmo da bicicleta, são um forte impulso à sua utilização, designadamente em vias com enorme fluxo viário ou em situações declivosas pontuais, como é o caso específico da Rua Marquês da Fronteira, permitindo ao ciclista efectuar velocidades muito mais lentas do que os veículos em segurança e resguardo.
 
Mas a bicicleta nas curtas distâncias é muito competitiva (até 3km) e pode ser um meio de transporte único, viável, rápido e eficaz.
E tantos percursos se podem fazer nestas distâncias em Lisboa e nas zonas planas...
 
Sim, porque há mais do que 7 colinas em Lisboa...não sabia isso pois não Sr. Dr.?
 
 
 
Notas sobre a Aptidão Ciclável:
 

A Aptidão Ciclável representa a avaliação da rede rodoviária e de caminhos existentes ou propostos, no que respeita ao seu declive longitudinal, de modo a seleccionar todos os percursos que oferecem condições de declive para serem cicláveis sob o ponto de vista do conforto.

 

A elaboração da denominada "Aptidão Ciclável" é fundamental num processo de síntese de uma Rede Ciclável, entendida sob o ponto de vista do conforto para todos os utilizadores. A lógica interna de funcionamento de uma rede ciclável passa primeiramente pelo facto do seu declive ser adequado à circulação de bicicleta. Os declives mais frequentemente utilizados para circulação em bicicleta estão incluídos nas seguintes classes:

 

0-3% - terreno considerado plano, com aptidão completa para a circulação em bicicleta;

3%-5% - terreno pouco declivoso, considerado ainda satisfatório para  circular de bicicleta até médias distâncias;

5-8% -terreno declivoso, impróprio à partida para circulação de bicicletas a longa-média distância podendo, no entanto, funcionar como troços cicláveis de ligação (até 150m) (Pedestrian and Bicycle Information Center em http://www.apbp.org);

8%-10% - terreno muito declivoso, não adequado à circulação de bicicletas, excepto para troços muito pequenos de ligação (até 45m) (Pedestrian and Bicycle Information Center em http://www.apbp.org).

 

O Guia AASHTO dos Estados Unidos para as boas normas de planeamento e construção de redes cicláveis refere que:

 

· Troços com 5-6% são aceitáveis até 240m;

· Troços com 7% são aceitáveis até 120m;

· Troços com 8% são aceitáveis até 90m;

· Troços com 9% são aceitáveis até 60m;

· Troços acima de 10% são aceitáveis até 30m;

· Troços acima de 11% aceitam-se até a um máximo de 15m

 

O cumprimento dos requisitos de declive longitudinal é um aspecto necessário para a sua utilização por todas as classes etárias. Considera-se que até 5% de declive se aplica uma grande abrangência de utilizadores sendo que, no entanto, entre 3% e 5%, os percursos cicláveis não deverão apresentar distâncias demasiado extensas sem interrupções ou paragens, podendo esta classe de declives ser já considerada exigente para situações de comprimento extenso.

 

A própria atractibilidade de uma rede está também, a par com outros aspectos, intimamente ligada com o declive longitudinal dos percursos.

 
 
 
 
 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A rapariguinha do Shopping

IMAGEM AQUI
 
Excerto da entrevista do PÚBLICO. Integral AQUI
 
"As pessoas que entrevistou preferem trabalhar num centro comercial em vez de no comércio de rua?

Claramente. Para a minha amostra, é mais prestigiante estar num centro comercial do que numa loja de rua. Estou a fazer um trabalho sobre outros grupos profissionais dentro dos centros comerciais - como a limpeza e a segurança - e uma empregada de limpeza dizia-me que preferia trabalhar num centro comercial porque havia pessoas bonitas, uma decoração agradável e ela, que já tinha trabalhado em hospitais, sentia-se melhor."
 
- - - -
 
Para mim seria ao contrário! Ou então talvez não!!
Se a pergunta fosse "Prefere trabalhar na Av. Duque de Loulé com 4 faixas de rodagem para veículos apressados e passeio de metro e meio, ou num Shopping onde as ruas das lojas não têm carros?", a minha resposta seria: "O Shopping".
 
A rua está desqualificada e os Shoppings tiram partido disso.
Requalifiquemos sim a rua!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quando a circulação automóvel fala mais alto, a cabeça é que paga!

IMAGEM AQUI

Vejo muita gente e muitos blogs "contra o automóvel" com discursos muito meritórios e empenhados na defesa do espaço pedonal.
Olham para uma qualquer rua e só vêm problemas e defeitos. Nada contra a crítica.
Mas pior, nunca há melhorias, mesmo quando existem...


Dizer mal em blogs é menos difícil do que corrigir comportamentos crónicos!

É que na prática temos que distinguir o bom do óptimo e saber procurar concensos, senão a crítica em "todas as direcções" não leva a nada. É pura perda de tempo e dinheiro!

O Blog "A nossa Terrinha" terá que descer literalmente " à terra" se não se quiser esgotar com críticas demolidoras inconsequentes. Solução não as avança, não diz quanto custam. Nem imaginam o que custa lutar contra o automóvel. Pensam que é simples?

Não acreditam? Ora vejam:
Só para terem uma noção, ponham os olhos nas reacções da Assembleia Municipal de Lisboa ao evento que devolveu a Avenida da Liberdade aos peões por 1 dia e que teve mais de meio milhão de pessoas a circular alegremente por onde, lembra-nos a história, foi o Passeio Público, e por onde se fazem inúmeras manifestações, que igualmente "cortam" o tráfego.

Vejam quem vota a favor do que aqui se diz...

O "Sr. Automóvel" é isto mesmo! Vejam as votações em sintonia para três moções diferentes, que une o PPM aos "Verdes", une o PSD ao BE.
Cada um tem os seus motivos para votar contra, mas o espaço automóvel livre para circular de carro é o motivo sempre presente!
Uns sugerem que fosse na Bela-Vista, outros lamentam que esta avenida "de passagem" fique interdita, outros lamentam que seja um supermercado a financiar a acção.
Mas, apesar de meio milhão de pessoas a pé, todos lamentam a tal "falta de mobilidade"!

Blog "A Nossa Terrinha": Sejam benvindos à "nossa" terrinha!

Se quiserem concentrar esforços e contribuir para a mudança a favor do peão, não mudem a essência dos vossos posts nem as críticas.
Mudem sim os objectivos porque o alvo não é, infelizmente, quem pensam...


(Nota: os negritos e sublinhados abaixo são da minha responsabilidade)



Moção do PPM: FECHO AVª DA LIBERDADE - MEGAPIQUENIQUE

A Avª da Liberdade é umas das artérias mais importantes da cidade de Lisboa, fundamental para a circulação de automóveis, transportes públicos e pessoas. Uma das Avenidas com mais turismo da cidade.

Considerando que:
1 - A realização do mega Piquenique Continente, nesta Avenida, foi autorizado pela Câmara Municipal de Lisboa.
2 – Desde dia 15 de Junho que só se circula pelas faixas laterais, causando enormes problemas de trânsito, prejudicando milhares de lisboetas.
3 - Foi vedado o corredor central aos Taxistas e só autorizado aos transportes da carris, causando um enorme transtorno a esta classe de trabalhadores.
4 – A realização deste evento na Avenida da Liberdade, por mais contrapartidas que ofereça não justifica os transtornos causados, pois Lisboa tem ao dispor outros locais mais apropriados para este tipo de acções.
5 – A Câmara Municipal de Lisboa, mais uma vez secundariza os interesses da cidade em prol de um impulso publicitário a uma marca.

Vem por isso o Grupo Municipal do PPM propor que a Assembleia Municipal, na sua reunião ordinária de 21 de Junho de 2011, delibere, criticar totalmente, junto do executivo camarário, o local onde foi realizado o Mega Piquenique Continente, prejudicando e desrespeitando, assim milhares de pessoas.


E a votação foi:

Moção nº 3 - Aprovada por Maioria na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Lisboa
realizada em 21 de Junho de 2011, com a seguinte votação:

Votos a Favor: PSD / PCP / CDS-PP / BE/ PPM /PEV
Votos Contra: PS / 3 IND
Abstenções: MPT/ 3 IND




Moção do BE: Contra privatização do Espaço Público em Lisboa
com "Mega Pic Nic" do Continente




Considerando que:

1. A Câmara Municipal de Lisboa decidiu arbitrariamente cortar o trânsito na Avenida da Liberdade durante 4 dias para a realização de "Um Mega-Picnic", um evento comercial que transforma uma das principais artérias da cidade num centro comercial a céu aberto
do Grupo Continente.
2. Não é aceitável que, sob um pretexto que ainda está por provar de que este evento promoveria a produção nacional -, se venha agrilhoar qualquer espaço público da cidade em geral e muito menos uma das suas principais artérias, a Avenida da Liberdade,
limitando o acesso ao espaço em causa e dificultando a mobilidade
de milhares de cidadãos ao local e zonas limítrofes
.
3. Esta iniciativa de privatização do espaço público é um atentado ao
interesse público de livre usufruto de uma zona nobre da cidade de
Lisboa

4. Infelizmente, esta situação não constitui nenhum precedente porque
ela encadeia-se já numa prática política frequente do executivo
liderado por António Costa, tal como já sucedeu com o Jardim
da Estrela, a Praça das Flores, alem da Praça do Comércio e do
largo Rossio a serem também cedidos a outras marcas para fins
meramente comerciais.
5. A gestão da Câmara Municipal de Lisboa no que toca a ocupação
do espaço público por iniciativas privadas revela uma falta de
respeito para com os cidadãos que são o seu dono e principal
utente.
6. A ideia de que as instituições podem decidir a ocupação do espaço
público por operadores privados sem ter em conta as expectativas,
a opinião e os direitos dos cidadãos é um atropelo à gestão
democrática do espaço público.
7. O que esta iniciativa demonstra é que o presidente da CML, Dr.
António Costa tem negligenciado por completo o princípio da
auscultação e da participação dos cidadãos que devem ser o traço
principal da governação municipal moderna.
8.É imperativo que a autarquia inverta esta prática autoritária
de decisão, e promover o debate com todos, de modo a que a
realização de iniciativas com vantagens mútuas e justificadas na
base do interesse público e colectivo seja o princípio norteador da
governação da cidade.

O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe à Assembleia
Municipal de Lisboa, reunida no dia 21 de Junho de 2011,
delibere:

Repudiar a politica de privatização do espaço público, nomeadamente,
as suas zonas mais nobres e censurar a Câmara Municipal de Lisboa
pela reincidência nesta estratégia política.


E a votação foi:


Moção nº 7 - Aprovada por Maioria na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de
Lisboa realizada em 21 de Junho de 2011, com a seguinte votação:

Votos a Favor: PSD / PCP / CDS-PP / BE/ PPM / PEV/ 2 IND
Votos Contra: PS/ 3 IND
Abstenções: MPT/ 1 IND



MOÇÃO CDS/PP "Mega Piquenique na Avenida da Liberdade"

Realizou-se no passado Sábado, uma acção de marketing organizada pelos Hipermercados Continente (Grupo Sonae), Câmara Municipal de Lisboa e a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), intitulada "Mega Pic-Nic".
O evento consistiu numa mega-horta, com amostras de produtos hortícolas e de animais, todos eles portugueses, bem como espaços de lazer e um concerto.

A cedência da Avenida da Liberdade, uma das zonas mais nobres da Cidade, é um desrespeito do Município pela História e pela Cultura, fazendo de uma artéria que é espaço público uma cedência a privados para uma acção de marketing.
O trânsito esteve condicionado durante 5 dias, provocando o caos a todos aqueles que utilizam esta passagem.
Aos moradores, os lugares de estacionamento foram sonegados sem aviso e apresentação de alternativas; aos comerciantes tornou-se quase impossível efectuar receitas nestes dias dadas as dificuldades de acesso a muitos dos estabelecimentos.
O Município defende a importância do evento com as contrapartidas do Continente ao
Município, através do arranjo dos espaços verdes da Avenida da Liberdade, espaço esse já em manutenção através de concurso promovido pela Câmara Municipal, e da criação de uma horta comunitária em Campolide.
A opção mediática de ocupar a Avenida da Liberdade é irresponsável e inaceitável, ainda mais tendo em conta que o Município votou o Parque da Bela Vista a um espaço de espectáculos, fechado ao público e que já foi palco não só de eventos musicais mas também de um piquenique organizado pelo Modelo, também pertencente ao Grupo Sonae.
A acrescentar a este desrespeito pelo Património, a organização montou um mega-palco junto ao Monumento de Homenagem à Restauração da Independência Portuguesa, na Praça dos Restauradores, violando a legislação de protecção do património classificado.

Face ao exposto, a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida a 21 de Junho de 2011,
delibera:
1. Protestar contra a iniciativa da Câmara Municipal, de utilização da Avenida
da Liberdade, área em vias de classificação pelo IGESPAR, para acções de
marketing que não dignificam o seu património cultural e histórico, que
procedem a constrangimentos graves na mobilidade e que desrespeitam
moradores e comerciantes desta zona de Lisboa;

2. Exigir que a Câmara Municipal de Lisboa informe esta Assembleia do valor real
das contrapartidas, em que moldes foram negociadas e a estimativa de valores
de receitas para o Município taxas e licenças, em particular as respeitantes à
ocupação de via pública, publicidade e de ruído.


E a votação foi:


Moção nº 9 - Aprovada por Maioria na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de
Lisboa realizada em 21 de Junho de 2011, com a seguinte votação:
Votos a Favor: PSD / PCP / CDS-PP / BE/ PPM / MPT / PEV / 2 IND
Votos Contra: PS / 3 IND
Abstenções: 1 IND


Pronto, e a vida é assim!...

sábado, 18 de junho de 2011

A "privatização" do espaço público

"(...) Bloco de Esquerda está contra a “privatização” do espaço público (...)"

(Excerto retirado AQUI )

As críticas parecem-me saídas de pessoas que, mais do que serem ou não de esquerda, são automobilistas crónicos. Daí provavelmente a sua relutância em que a Avenida da Liberdade não seja para os carros, mas para pessoas.
O BE nada disse sobre os quiosques recém-inaugurados, talvez porque os mesmos foram instalados sobre espaço pedonal, e não sobre espaço viário...espaço viário esse que conta só com 10 faixas de rodagem e 4 de estacionamento!

Fico absolutamente atónito com estas afirmações que, à partida e vindas do BE, tudo teriam para ser a favor o corte de espaço viário para dar lugar a milhares de pessoas a circular.
Assim se passa nas manifestações do 25 de Abril e espero que se continue a passar.

Há um conjunto de pessoas e entidades muito progressistas, que defendem os ideais do espaço público e que concordam sempre com tudo o que vá nesse sentido, "mas não aqui", "não da forma como está a ser feito" ou "não nesta altura" ou "não com esta dimensão". Falha-se nos momentos decisivos.

A autarquia não teve custos e, antes pelo contrário, viu a Avenida requalificada e um conjunto de contrapartidas muito relevantes na consolidação de espaços verdes no corredor verde que liga a Monsanto.

Também António Eloy, no seu blog, ao contrário dos excelentes posts que nos habituou sobre o nuclear, deixou que os seus desgostos toldassem as mais-valias da iniciativa.
Naturalmente, sem carros, não terá passado por lá. É pena, com carros já poderá decerto voltar, mas as esplanadas não terão o mesmo encanto. (digo eu, por experiência própria).

Ficam algumas fotos da dita "privatização" do espaço público da Avenida da Liberdade, pelas pessoas!
Era tão bom que em breve, com o apoio de todos quantos gostem MESMO do espaço público, fosse possível privatizá-lo em pról dos cidadãos, do transporte público, dos peões, das bicicletas, do comércio de rua, todos os dias do ano.




segunda-feira, 13 de junho de 2011

Italy says YES to a nuclear energy free future! | Greenpeace International

http://www.greenpeace.org/international/en/news/Blogs/makingwaves/people-have-the-power-italy-says-yes-to-a-nuc/blog/35262

95% é obra!
95% contra o nuclear em Italia em referendo, com 57% de participação, logo vinculativo!

Não me canso de dizer: o nuclear, pela sua perigosidade, bem patente mesmo em centrais modernas em Países de topo como no Japão, não é segura. Logo, não pode ser tida em conta no leque das fontes de energia. Para mais não é sustentável economicamente e depende de subsidios estatais em complexas parcerias público-privadas, em que o privado constroi a central e gere o "negócio" e os contribuintes custeam as ligações à rede eléctrica, a partir da centrar até entrar em nossas casas.
Nada mais enganoso aliás para a economia do que a certeza da ruína financeira de um povo no momento após um acidente nuclear, em que não há seguradoras que resistam.

Alguns dizem-me que sem o nuclear teremos mais barragens, mais eólicas e mais carvão e que o Planeta não aguenta.
Pois não aguenta! A energia deve sim ser considerada um bem escasso, a ser usado com extremo cuidado!
E isso é que preocupa quem acreditava em perpetuar este estado de coisas baseado em "energia barata" e ilimitada.
É que o futuro terá mesmo que ser gastar menos energia, pagando-a necessariamente ao seu preço real, e usando-a cuidadosamente.
O futuro será equacionar os destinos casa-trabalho, re-pensar as férias em função da distância e analisar os custos dos produtos em função dos custos reais dos transportes.
Será o fim das escapadinhas em avião de 2 dias, a 25,00EUR!
Será o fim da pescada fresca do Chile, em Portugal num supermercado perto de si.
Talvez se pense em não iluminar todas as ruas, todos os espaços públicos, todos os nós de auto-estrada, numa "ilha de luz" crescente e insuportável.

Teremos que saber viver com menos.
E viver com menos não é necessariamente viver pior, saibamos sim gerir os recursos e distribui-los melhor.

Esta alteração que as sociedades terão que fazer é que pode assustar muita gente. O que não assustará será concerteza as centrais nucleares, assim as encerremos.

Já agora, e a Espanha? Quando fecha as suas centrais nucleares? Alemanha, Suíça e Itália já está...








quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pressinto que o tempo vai aquecer...


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Este post poderia estar escrito antes das eleições.
O problema é o mesmo, quer fossem uns, quer fossem outros. É a conjuntura que o diz!
 
Enquanto as equipas discutem o novo Governo, enquanto saltam nomes para cima da mesa,´o tempo tem andado fresco, com muitas núvens no céu. Mas vai aquecer dizem. Eu pressinto-o...e estou preocupado!
 
As medidas de austeridade têm uma dimensão social e económica directa, mas há um rol de medidas que, como habitualmente, prevêm, não as reduções, mas a facilitação do crescimento.
Ora, a facilitação do crescimento económico em Portugal sempre se tem feito às custas do Território e da Paisagem, reunindo uma mistura explosiva de uma "Troika" da oportunidade, que alia Urbanismo, Automóveis e Turismo.
O País, em nome de um suposto crescimento, destroi as suas mais-valias territorias, gerando "PIN+", excepções à regra e celeridade, vocacionando para as medidas de minimização dos Estudos de Impacte Ambiental a "garantia" do respeito.
 
Não é disto que se trata!
 
A destruição dos nossos bons solos por actividades que geram " crescimento" gera...recessão, a prazo.
Uma estrada em vez de ferrovia, idem (embora no curto-prazo possa parecer o contrário).
Um PIN+ numa área sensível deita por terra os negócios de todos os outros.
 
Falo pois de dinheiro, não de Ambiente.
Dinheiro, que o nosso território, que as nossas áreas de REN e RAN, Rede Natura e todas as serventias ambientais na verdade prestam através de "serviços" ambientais que mais não são do que dinheiro poupado às outras actividades.
 
Contabilidade não é olhar para o transporte público como gerador de despesa!
É olhar integradamente para o valor económico fornecido por este serviço e contabilizá-lo na hora de "cortar" ou subir os preços dos bilhetes.
 
O que é melhor para o "crescimento" da nossa economia?
Eficiência energética que vale dinheiro ou uma nova barragem que produz a mesma energia que é poupada com medidas de investimento na poupança? A nova barragem facturará mais, provavelmente, mas as medidas de poupança feram mais emprego local. E os custos dos impactes da nova barragem?
 
O PIB e a facturação são, infelizmente, a cartilha que todos os analistas económicos, políticos e de todos os partidos com assento parlamentar usam:
+ PIB, + crescimento.
- PIB, recessão,...
 
Há um problema de avaliação do que é o progresso e o desenvolvimento...
É melhor para a qualidade de vida estar na Dinamarca em recessão ou em Portugal com crescimento, por exemplo, de 6%?
Quais as variáveis económicas que teremos se defendermos os valores económicos do ambiente e o bom ordenamento do território?
 
Temo que na febre do crescimento e dos cortes, avancemos a toda a força por maus caminhos...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

À frente do seu tempo

Uma história que dava um filme!


sábado, 4 de junho de 2011

Atirar o barro à parede?...

IMAGEM AQUI

Desconfio que a CP
resolveu experimentar suprimir uma família de comboios* das linhas de Cascais e Sintra, por falta de verbas e porque os comboios novos (300 milhões de investimento) já não vêm (o dinheiro foi para pagar aos concessionários das auto-estradas, como já tenho referido...), e porque a dívida da empresa é galopante e o financiamento está em risco, porque as reparações de alguns comboios que se avariam já não devem compensar os custos.
Em Cascais foram os denominados "S.Pedro".

*Trata-se de um conjunto acrescido de composições às que habitualmente circulam durante o dia e aos fins de semana, que efectuam horários específicos em dias úteis nas horas de ponta da manhã e da tarde, entre Cais do Sodré e S.Pedro do Estoril).

A redução desta oferta aumenta o tempo de viagem dos utentes, já que para várias estações a redução dessa família significa retirar 1 em cada 2 comboios: 50%!

O passe diminuiu na mesma proporção? Não, mantém-se!
O tempo de viagem é o mesmo? Não, aumentou!*

* Para mim aumentou 60 minutos por semana, só na viagem, sem contar com as esperas que aumentam dada a redução de oferta...

A aposta no transporte público é fundamental. Até agora víamos cortar nos comboios regionais em algumas linhas do interior. Agora já são os suburbanos.

Qual a ideia desta supressão?

- Não acredito que seja sugerir o carro como o melhor transporte...desistimos do transporte público?

- Será por causa da greve, como refere a CP, desmentido pelos Sindicatos em comunicado. Na verdade, o início da supressão foi a 1 de Junho, mas e o fim? A CP nada disse, a não ser referir que os horários eram até 2013 nos folhetos informativos...E a greve, bem vistas as coisas, não é todos os dias. Porque cancelar então os comboios todos os dias?

- Terá isto alguma coisa a ver com a Privatização? Ou seja, passar aos privados uma linha, mas com menos comboios, com menos horários?

Não perdi tempo, e no dia seguinte escrevi um e-mail à CP, indignado.
A troca de e-mails e a resposta da CP são, para mim, para guardar e,claro, para publicitar aqui!

Terá isto sido a técnica de "atirar o barro à parede"?


De: 3 CP_LISBOA <3CP_LISBOA@cp.pt>
Data: 2 de Junho de 2011 13:26
Assunto: RE: Reclamação : CP Lisboa : Linha de Cascais : Sobre a supressão de comboios da "familia S.Pedro" a partir de 1 de Junho.
Para: "DUARTEMATA@GMAIL.COM" <DUARTEMATA@gmail.com>


Ex.mo(a) Senhor(a),

 

Acusamos a recepção da comunicação de V. Ex.ª, merecedora da nossa melhor atenção.

 

Lamentamos, desde já, as perturbações ocorridas na circulação e esclarecemos que a supressão dos comboios da Família S. Pedro, ocorrerá no mês de Junho, como forma de minimizar os efeitos da greve em curso, que se estende até ao final do mês.

 

Deste modo, a referida família de comboios será reposta, a partir de Julho. (aumento, negrito e sublinhado por mim)

 

Reiterando as nossas desculpas pelos transtornos causados, apresentamos os melhores cumprimentos.

 

 

Núcleo Pós Venda

CP Lisboa

 

 

 

Para obter informações regulares sobre os serviços da CP Lisboa, poderá subscrever o serviço myCP, disponível em

http://www.cp.pt/cp/myCPRegisterStart.do

 

 


De: Duarte d´Araújo da Mata[SMTP:DUARTEMATA@GMAIL.COM]
Enviado:
segunda-feira, 30 de Maio de 2011 22:31:42
Para:
3 Webmaster
Assunto:
Sobre a supressão de comboios da "familia S.Pedro" a partir de 1 de Junho na Linha de Cascais

Reencaminhamento automático por uma regra


Exmos Srs,

Não percebo porque é que a supressão de comboios da familia "S.Pedro" na linha de Cascais acontece a partir de 1 de Junho, todos os dias.
Na rádio a porta-voz da CP dizia ter a ver com a greve...

Pergunto:

1. se tem a ver com a greve, porque são suprimidos todos os dias, mesmo nos dias em que não há greves?

2. é uma medida permanente? Com que fundamento? Se a greve for desconvocada, mantém-se?

Sinto-me, como cliente consciente que faz questão de usar o comboio, porque é mais rápido, melhor, mais descansativo e mais ecológico, como cliente que em função destes motivos paga o seu passe todos os meses, sinto-me totalmente revoltado com a oferta que me é retirada desta forma!

Agradeço os vossos esclarecimentos a estas questões,

Melhores Cumprimentos



--
Duarte d´Araújo Mata


quarta-feira, 1 de junho de 2011

01 Junho: Vamos ensinar as crianças a desperdiçar energia?

Existe mesmo! No Dubai, terra de 40ºC. (VER AQUI)
Um enorme complexo de ski num Shopping gigante, onde neva quando se quer, onde se alugam fatos para suportar o frio de rachar e onde, provavelmente, se explicará às crianças no dia 1 de Junho que defender o ambiente, poupar energia e lutar contra as alterações climáticas são grandes desafios do futuro.
 
Por cá, ainda não temos (que eu saiba) tamanho disparate, embora parece que em Viseu há qualquer coisa deste género, mas em miniatura...
 
Mas podemos sempre ensinar às crianças neste 1 de Junho que é normal entrar de carro num grande hipermercado, munido de ar condicionado, e comprar espargos frescos que trazem na embalagem: "From Peru, by plane", ou comprar pêras Argentinas ou vinho do Chile (e stressar à procura de produtos portugueses...)
 
Podemos levá-los a um moinho de velas onde antes de moíam os cereais produzidos nos bons solos da envolvente, actualmente campos de golfe, estrdas, urbanizações ou parques tecnológicos, e explicar-lhes que agora os cereais vêm de camião ou de barco, de longe.
 
Ou constatar com as crianças que foram cancelados os concursos de renovação dos comboios urbanos de Lisboa, porque se gastou todo o dinheiro dos trasnportes em ruinosos contratos de concessão de auto-estradas por todo o País, cujo passivo não parará de aumentar nos próximos anos e, com eles, constatar que os comboios velhos da Linha de Cascais estão a avariar e já não são reparados, e por isso parece que já não há composições suficientes para cumprir todos os horários, pelo que desde o próprio dia da criança (01 de Junho) foram já suprimidos em definitivo toda uma "família" de horários, embora de forma discreta pela empresa, quase imperceptível...
 
Podemos sempre levá-las a um Zoo e mostrar-lhes infelizes animais "selvagens" que se preguiçam em jaulas, quando podiamos mostrá-los em tempo real através da internet. Ou a um aviário intensivo!
 
Ou podemos...
 
...neste 01 de Junho, teremos muitos motivos para felicitar as nossas crianças e não faltarão frutuosas acções de sensibilização ambiental.
 
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