terça-feira, 29 de maio de 2012

Reflexões de asfalto e betão

O Post de hoje é só isto, porque a minha tarde foi a trabalhar por estes sítios...
 Umas fotos de "não lugares", talhados pela força do petróleo, formalizados num mau urbanismo: rodovias sobredimensionadas, ausência do layer pedonal, ausência de vegetação.

É um grande desafio tentar mudar um pouco este contexto, nem que seja mesmo só um pouco.
É nestas alturas que me agrada mesmo o curso que tirei: arquitectura paisagista


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Um estacionamento que vale por 1000 palavras

Ninguém poderá dizer, e eu concordo, que a Junta de Freguesia de Carnide não é uma excelente Junta de Freguesia e que o seu Presidente não é um dos melhores desta Cidade (corrijo: deste País). 
Paulo Quaresma (PCP) é efectivamente um excelente Presidente de Junta de Freguesia, por todos os motivos, mas sobretudo porque não há assunto que tenha a ver com a vida da Freguesia que ele não se enquadre, não se empenhe e sobre o qual não consiga resultados.

Fala por isto um trabalho de muitos anos à frente da Freguesia de Carnide e que leva a que pessoas de todos os quadrantes políticos, quando chega a hora de votar para a Freguesia, lá desviem o voto do seu partido habitual e continuem a dar a confiança ao Paulo Quaresma e à Maria Vilar.

Se hoje formos a Carnide, esta é uma Freguesia em obras, apesar do contexto de restrições financeiras. 
Obras municipais, é certo, mas sobre as quais houve um envolvimento profundo da Freguesia pela sua reivindicação e mesmo pela sua concretização, como nos casos em que a mobilização das pessoas da freguesia para o orçamento participativo chegou a bom-porto. 
Jardim da Luz, Quinta do Bom-Nome, Largo do Coreto, Bairro Padre Cruz, são inúmeras as obras de requalificação em curso, em todas garantindo melhor espaço público e maior controlo do automóvel. 
A Freguesia de Carnide, aos poucos, começa a adquirir uma qualidade de espaço público, aliada à já conhecida qualidade e riqueza patrimonial.

Então, como é possível neste contexto de empenho e competência, vermos que a Junta de Freguesia, num espaço que é seu, ter transformado um antigo campo de jogos num parque de estacionamento ao mais comum estilo de "supermercado", enchendo de veículos uma área com forte potencial de praça de lazer e recreio, encostando veículos às paredes de um edifício patrimonial?

Isto obriga-nos a lembrar que o automóvel, o "direito" ao estacionamento, o "direito" a ter o "carro à porta" são capazes de ser sentimentos transversais à Sociedade que não encontramos paralelo em mais nenhum aspecto da nossa vida. 
Perdão, talvez à excepção do gosto pela nossa gastronomia e da loucura pela praia no Verão ou pelos "Shoppings" na restante época do ano ou desde que o sol falte, estes últimos tão associados ao dito carro...). 

Cheguei a lançar o desafio de construir um glossário para perceber melhor como funciona este mundo do "carro", com as suas linguagens e rituais tão próprios, que nos tolda por vezes o discernimento quanto a decisões mais importantes que temos que conseguir tomar...

Este deslumbramento pelo automóvel pôde ser facilmente constatado em 2009 quando a Avenida que passa em frente viu a redução de 4 para 2 faixas de rodagem e na altura a " Junta de Carnide entregou (...) uma providência cautelar para parar as obras de construção da ciclovia junto à Avenida Colégio Militar, e exigir a reposição das quatro faixas de rodagem e um período de discussão pública sobre a matéria.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia, Paulo Quaresma, explicou que, "a pretexto da construção da ciclovia, a Câmara de Lisboa iniciou obras que vão reduzir de quatro para duas as faixas de rodagem da Avenida Colégio Militar, sem fazer estudos de tráfego nem falar com a freguesia (...)"
. Mais detalhes desta questão AQUI

Ora, volvidos quase 3 anos de funcionamento, e afastados todos os cenários de maior congestionamento do tráfego vaticinados por muitos, com a Avenida com passeios muito mais largos, mais arborização, mais estacionamento e maior segurança nos atravessamentos pedonais e ainda com a ciclovia que liga Benfica ao Parque das Nações, Carnide tem hoje na sua Escola Secundária Virgílio Ferreira aquele que é seguramente o Parque de Estacionamento de Bicicletas maior da Cidade de Lisboa.

Mas será que esta "sala de estar" da Freguesia, a área em frente ao seu edifício patrimonial sede da Junta de Freguesia, outrora espaços de jogos e área recreativa, vai manter-se neste estado, com tanta coisa a ser feita no sentido correcto nas imediações?
É capaz de ser um detalhe esta situação, mas merece a meu ver a referência.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Gonçalo Ribeiro Telles: 90 anos


Gonçalo Ribeiro Telles

Um Homem de serviço.

O futuro, para ser melhor, terá que passar por muito do que diz, Professor.

Parabéns!


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Parque de Estacionamento para Bicicletas no Rock-in-Rio Lisboa


É caso raro por cá, seja em eventos, desde espectáculos de grande envergadura até aos mais simples congressos, mesmo na área das temáticas ambientais, que se promova a deslocação e guarda de bicicletas durante o espectaculo.

Este ano o evento "Rock-in-Rio" em Lisboa tem essa possibilidade.

É uma experiência que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa, o Rock-in-Rio e a FPCUB (Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta), que será a entidade que vai gerir o espaço de estacionamento, contando com um serviço simples de reparação mecânica de eventualidades. 

Agora que a ponte ciclopedonal das Olaias foi inaugurada bem como a ciclovia entre o Parque da Bela-Vista e a Quinta do Alemão, é possivel ir de bicicleta a partir da Rede Ciclável de Lisboa, por exemplo desde Benfica, Lumiar, Cidade Universitária, Alvalade, Olivais, Encarnação, Parque das Nações, Olaias ou Areeiro.

Vale a pena saudar esta iniciativa e experimentar. É mais fácil. 

Consultar mais informações aqui e aqui


sábado, 19 de maio de 2012

Lisbon Cycle Chic 2012

Este ano, 2ª edição do evento, não pude fazer o passeio, mas nem por isso deixei de passar pelo evento antes do seu início.

Este evento "Lisbon Cycle Chic" enquadra-se num movimento internacional de promoção do uso informal da bicicleta, "descontraído e sem stress", apelando ao uso quotidiano deste meio de transporte.

A bicicleta pode ser promovida de diversas formas. Esta parece-me particularmente interessante, não por vincular a bicicleta à "moda", mas porque o "chic" é entendido de forma muito abrangente. Vestir-se normalmente para andar de bicicleta na Cidade. A bicicleta como algo normal, sem complicações, sem grandes acessórios, sem ser um desporto, uma prova física.

Pode parecer estranho ter que se divulgar a bicicleta desta forma, mas não há melhor barreira a derrubar do que a bicicleta é coisa de passeio, para se utilizar vestido para a ocasião. 

Há outras barreiras a derrubar, nomeadamente em Lisboa o excesso de predominância automóvel e o medo da cidade das "17" colinas (7 colinas reais e mais 10 imaginárias), entre outras, mas esta é também muito importante e pode ajudar a alavancar a solução das outras.

O Lisbon Cycle Chic tem sido impulsionado por uma só pessoa que, sózinho faz todo o trabalho em Lisboa, mas não só. Até já participou em nome do Cycle Chic de Lisboa em eventos lá fora.
Falo do Miguel Barroso, um apaixonado pela bicicleta e, melhor ainda, profundamente conhecedor dos vários mundos da bicicleta: o planeamento, o projecto, as tendências, as bicicletas e os acessórios, campanhas de promoção e divulgação, etc, etc.
Vale a pena conhecer este projecto, que se insere no movimento internacional "Cycle Chic" que nasceu em Copenhaga, ideia do MIKAEL COLVILLE-ANDERSEN. http://www.copenhagencyclechic.com/

Parabéns Lisbon Cycle Chic. 
Pelo número de pessoas presentes à entrada, vejo que foi um grande sucesso!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

"Relvados" alternativos nas Cidades

Não, não é mato e não é desleixo. 
Foram prados de sequeiro com uma variedade de espécies adaptadas que foi semeado junto ao Palácio da Justiça no Corredor Verde Monsanto - Parque Eduardo VII em Lisboa.

É possível e desejável aferir-se da necessidade de baixar a altura do coberto, ajustando-a mais às necessidades e requisitos do espaço urbano.
Mas as primeiras impressões que tenho é de que é possível ter em meio urbano extensas áreas herbáceas sem gastar 1 gota de água.
Porque o efeito estético é absolutamente excepcional.

Agora venham as ovelhas e o ciclo estaria completo.





quarta-feira, 9 de maio de 2012

Porque é que o pilarete, a seguir ao cão, talvez seja o melhor amigo do Homem


A propósito da infelicidade de uma pessoa conhecida minha ter caído por causa de um pilarete na ciclovia da Av. Duque d´Avila, com consequências felizmente não muito graves para a própria, mas com alguns danos físicos e materiais nada desprezáveis e muito de lamentar, e que geraram um post no "Facebook" onde a ira, talvez até compreensivelmente do seu ponto de vista, se vocacionou contra a existência de, no seu entender, "uma floresta de pilaretes".

Pois, este post e, sobretudo alguns comentários que se seguiram, mais uma vez comprovam duas coisas:

A primeira conclusão, especificamente sobre os pilaretes: o espaço pedonal que temos, o pouco que temos, está invariavelmente defendido "a ferros". E quando não o está...



Mercado da Encarnação, onde não há pilaretes a delimitar a área pedonal. Lisboa, 2011.



Praça de Londres, com os espaços pedonais "defendidos a pilaretes", Lisboa, 2011.

Os turistas costumam comentar que temos muitos pilaretes, mas a verdade é que quando não os temos, os carros não falham a sua presença e, com a argumentação mais variada, deixam "por dois minutinhos" o carro ali parado, vão entupindo e assassinando o usufruto pedonal. 

O que seria da Avenida Duque d´Ávila sem pilaretes? 




Fotos da Duque d´Ávila tiradas a 09/05/2012, cortesia JC.

Não tenho duvidas, seria um enorme parque de estacionamento. 
Os automobilistas estacionariam "à vez", não como as fotos que aqui coloco demonstram, mas invadiriam literalmente os espaços pedonais. Cada acesso de garagem seria uma via de acesso para depois estacionar na perpendicular. Seria possivel ter, pelo menos, 8 veículos estacionados em cada acesso, 4 de cada lado.
Então o que fazem os pilaretes neste projecto? 
Delimitam estritamente os acessos transversais a garagens ou lojas, cuja pré-existência a isso o obrigou em matéria de projecto.

A Avenida Duque d´Ávila é uma obra que impressiona pelas alterações que produziu neste arruamento, com claro benefício para os peões e ciclistas. 


Foto da Duque d´Ávila, 2011, cortesia AN.



Foto da Duque d´Ávila, 2011

Uma rua cheia de carros transformou-se num espaço de eleição para o peão, sem bem que só o é em boa medida porque está defendido "a ferros". A dinâmica que se gerou nos últimos meses em matéria de requalificação comercial, bem visível pelo número de esplanadas que já se instalou, mas pela quantidade de estabelecimentos que entretanto têm em curso obras de remodelação, vai mudar para sempre o uso da rua. Mas até lá, o estacionamento indevido, uma "fatalidade / impunidade" poderia comprometer a dinâmica em causa. Foi para mim uma boa aposta, sem bem que no troço poente da Avenida, a sucessão de entradas de garagem configure, à primeira vista, análises precipitadas das suas opções.



A segunda conclusão que tiro deste acontecimento, e de um conjunto de comentários que se lhe seguiram, vem comprovar algumas das teorias que tenho a propósito das incapacidade dos "ciclistas de Lisboa" gerarem o mínimo consenso em torno deste assunto e definirem uma estratégia coerente e exequível para a promoção da bicicleta. 
Um acontecimento, diria mesmo qualquer acontecimento menos positivo sobre o que se vai fazendo, e por vezes parecendo esquecer o muito que foi conseguido (como é aqui o caso da Av. Duque d´Ávila, também ela neste caso e a propósito deste primeiro caso de acidente que tenho conhecimento, alvo de muitas críticas, a maioria levianas e sem conhecimentos prévios que as suportem), constitui matéria de análise e crítica em detalhe para toda a estratégia em curso, passando uma ideia distorcida da realidade para quem esteja "fora" deste contexto muito próprio que é o que chamo de "a bicicleta".
Estes ciclistas, os que estão ou já estavam habituados a circular em Lisboa são, infelizmente, uma ínfima minoria que, não só não é representativa dos muitos potenciais ciclistas a quem se destina o investimento que, finalmente, se está a fazer em Lisboa pela bicicleta (e contra muitas vozes que, da esquerda à direita, ridicularizavam) como também não apresentam nenhuma estratégia alternativa credível. Apresentam soluções? Sim, algumas soluções sim, mas estratégias não. 
E é de estratégia que precisamos, porque de teorias, "power-points" e bibliografia de casos internacionais, todos lemos muito e há para todos os gostos! O que é preciso é agir e saber como agir. 

Então, estamos juntos contra o automóvel? É essa a estratégia? 
E onde é que isso foi feito só assim, para além de casos pontuais (e mesmo assim...)
O automóvel existe e vai continuar a existir, o que precisamos é de moderar o seu uso e equilibrar os outros meios de transporte, nomeadamente os modos suaves, peões e bicicleta, que em Lisboa, repito, são ainda residuais, apesar do crescimento notório da bicicleta nos últimos tempos.

O cidadão que ainda temos é o cidadão inseguro quanto ao uso da bicicleta, sem confiança, sem cultura "ciclista" e muitas vezes com um bom conjunto de motivos para não usar a bicicleta, como a falta de espaço de parqueamento em casa ou no local de trabalho, longos trajectos, etc. 
Seja a forma física, seja a falta de prática, sejam os trajectos em causa, seja o que for, os ciclistas, e há alguns que o fazem, devem concentrar-se em falar para quem não anda e compreender as razões porque não se anda e procurar invertê-la com medidas concretas.

"Ciclovias? Não é o caminho!" 
Disparate! Ciclovias podem também ser o caminho, mas não são a receita para tudo. 
Mas numa Cidade como Lisboa, sem tradição ciclista recente, sem cultura e prática ciclista e com algum relevo, há situações em que só a segregação pode conduzir ao uso da bicicleta.
Fico pasmado com a facilidade com que jovens de vinte e tal anos exigem publicamente em fóruns de cirsusão espaços partilhados para toda a gente em determinadas situações viárias! É caso para dizer que o "umbigo" por vezes tem muita força.

E talvez seja por isso que a Duque d´Ávila, ao contrário de todas as Avenidas paralelas naquela área, com o mesmo declive e ligando os mesmos pontos, tem mais ciclistas. 
No outro dia, da janela da sala de espera de um consultório médico a que fui nessa Avenida, enquanto esperava pela consulta, pelas 19h, ainda Inverno e de noite, passaram em cerca de 20 minutos 9 (nove) ciclistas. 
Gostava de saber quantos passaram nas ruas paralelas, mesmo aquelas que pouco ou nenhum tráfego têm...

"Ciclovias sim, mas não da forma como estão a ser feitas". 
Sim, há sempre melhorias a fazer, todos os sabemos. 
Mas como estamos cada vez mais rodeados de especialistas, não há motivo para não se ir melhorando. 
Pelo que até os técnicos que sabem desenhar espaço público em todas as suas vertentes, mas que "nunca andam de bicicleta na cidade" e que "gostam é de ciclovias" e que se calhar até "estão ligados aos vendedores de pilaretes" agradecem as chamadas de atenção e garantem que as vão incorporar, sempre que aplicáveis, nas tomadas de decisão e nos projectos.

Cuidado que esse argumento de que "as coisas não estão a ser bem feitas" foi usado à exaustão pelo Presidente da Junta de Freguesia de Carnide em Lisboa (eleito pelo PCP) no Verão de 2009 quando, à sua porta, a pretexto de se fazer uma ciclovia, se requalificou a Avenida do Colégio-Militar, passando de 4 para 2 faixas. Foi de tal forma a contestação que até uma providência cautelar foi por ele interposta, felizmente (e naturalmente diga-se) recusada pelo juiz como não tendo fundamento. 
A obra está lá, a Avenida do Colégio Militar está mais segura, mais arborizada, mais civilizada e, na mesma, muito funcional, e "apenas" com 2 faixas. 
"Vai ser o caos do tráfego" dizia o Presidente da Junta...Vão lá ver, nem à hora de ponta...
Há outros casos, como o Presidente do ACP, que escuso  de comentar.
E até neste caso da Duque d´Ávila, outro exemplo. Muita contestação, que tirava o estacionamento... Hoje, o orgulho de todos. 
Bem, de quase todos.

Sim, porque no meio de tudo isto também há alguma política. 
Já agora, quando é que em vez de perder tanto tempo a criticar a Lisboa que faz, não perdemos 10% das nossas forças a olhar aqui ao lado, veja-se Cascais, veja Oeiras (entre outros), em que nada se faz pela bicicleta? 
Parece que às vezes é melhor não fazer nada, vive-se melhor assim e, na verdade, o automóvel é a maioria. 
As bicicletas "dão votos"? Disparate! 
Os automóveis é que dão e toda a gente sabe isso. E porquê? 
Porque há poucos ciclistas e muitos automobilistas. 
E é por isso que o discurso "ciclista" negativista e elitista tem que mudar, tem que passar dos debates fechados "entre ciclistas" e "para ciclistas", para um discurso mobilizador "para fora", gerador e motivador de boas práticas e de mudanças concretas, que se vejam, e que as pessoas percebam "Sim, é possivel". 

É esse o discurso que procuro e quanto ao resto, cada vez me interessa menos. 
E não tenho problemas nenhuns em dizê-lo e muito menos em escrevê-lo. 
Quantas vezes for preciso. 


terça-feira, 1 de maio de 2012

Quando recuperar uma Aldeia do passado pode ser um projecto do futuro

Em Mafra, a 30 minutos de Lisboa, de repente o subúrbio acaba e começa o campo.
Bucólico? Também. 
Mas sobretudo integrado, equilibrado, limpo. 

A "Aldeia da Mata Pequena", sobranceira sobre encostas de carvalhais, agora transformada num projecto turistico, para se visitar, mas para se viver. Pode dormir-se lá e er uma experiência de aldeia.

http://www.aldeiadamatapequena.com/langPT/02casas/index.php 

A Arquitectura evolui. 
Esta aldeia restaura para manter intacta a Aldeia, na sua dimensão e com as suas características.
É possível aliar uma arquitectura contemporânea com arquitectura tradicional, de forma sustentável e equilibrada. 

Mas arquitectura contemporânea não pode ser entendida como a negação da arquitectura tradicional, como algo que surge como um novo "conceito" de arquitectura, como um desvario formalista massificado sem princípios funcionais e sem um fim em si. 

Arquitectura contemporânea tem que ser uma re-intepretação da arquitectura local, tornando-a ajustada às novas necessidades funcionais e respondendo às novas exigências da vida quotidiana, que anteriormente não faziam parte das necessidades dos edifícios e do urbanismo, bem como superar a dimensão da eficiência energética.

Como estou farto de ver "caixotes-brancos" de norte a sul do País, edifícios em betão armado, ineficiente energeticamente, sem termos a percepção se estamos no Norte ou no Sul, descontextualizados e não integrados no terreno, gerando muros de suporte desnecessários e outras fracturas, que diria serem "expostas". 
Tudo porque o Arquitecto quis marcar a sua posição e ..."deixar marca".

São muito poucos os arquitectos que conseguem articular arquitectura tradicional e contemporânea, criando uma leitura dinâmica da nossa cultura. Mas existem. 
Sim, é possível.

Esta Aldeia da Mata Pequena tem muita graça pela sua micro-escala e quase se torna um "case-study" de uma aldeia saloia totalmente preservada. 
Vale a pena conhecer.

 
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