quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Uma boa síntese fotográfica do Corredor Verde de Monsanto

Uma boa síntese fotográfica do Corredor Verde de Monsanto, entre o Parque Florestal de Monsanto e o Parque Eduardo VII, na Revista Visão.
O Corredor Verde, embora inaugurado na sua essência e na sua estrutura, ainda vai mudar muito na próxima Primavera e Verão. Há muito por germinar e muito por crescer. É a vida.
Fica o convite a conhecer este espaço.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Verdades inconvenientes sobre mudanças de paradigma

Foto retirada AQUI
Ouço e leio muita coisa sobre mudanças de paradigma em matéria de requalificação das cidades para uma melhor mobilidade. Mudar significa pensar de novo. E pensar de novo não basta inverter as pirâmides das prioridades em matéria de meios de transporte.
De facto, a foto acima toca em aspectos essenciais do tal "paradigma". A Engenharia de tráfego comandou literalmente o desenho urbano no pós-guerra. O carro surgiu em força no desenho de novas cidades. O desenho urbano sucumbiu debaixo de novas vias, viadutos, túneis, faixas de rodagem mais largas e parques de estacionamento. Onde havia uma rua fez-se uma avenida. Fizeram-se vias rápidas em lugar de avenidas. Parques de estacionamento substituiram praças e largos. 
Quem gerou este pensamento? A evolução do pensamento urbano, se quisermos. 
Quem comandou tecnicamente aquilo a que hoje podemos chamar, sem grandes exageros, de tragédia? A engenharia de tráfego, sem qualquer dúvida. E tratando-se de engenharia, assumiram sempre, à medida que o congestionamento foi crescendo como resultado da estratégia rodoviária assumida, que mais e mais infra-estruturas resolveriam o problema. E assim chegámos a isto:


Na verdade, os novos pressupostos de abordagem à resolução deste problema de congestionamento e da falta de qualidade de espaço público a que a engenharia de tráfego nos conduziu, tendem a ser hoje reclamados...novamente pela engenharia de tráfego!
No fundo, mais uma vez, a engenharia de tráfego promete resolver o problema com uma abordagem metodológica baseada nas regras de tráfego, ainda que com uma roupagem alterada. 
Mas não pode ser. O problema actual urbanistico não é um problema de inversão das prioridades nos meios de transporte, mas sim um problema de coerência de desenho urbano e um problema ambiental. 
A solução não pode passar por cadernos de soluções de "Zonas 30" que, quando assentes numa perspectiva da engenharia do tráfego, produzem verdadeiras destruições da rua, como espaços coerentes e legíveis que devem ser.
Nesta minha comparação acima, entre dois espaços que visitei, uma "zona 30" na Suiça e uma oura na Alemanha, é fácil perceber que o objectivo de reduzir o tráfego de atravessamento e da contenção da velocidade a 30km/h é conseguida em ambas, com a diferença que no caso Alemão não foi a Engenharia de Tráfego que conduziu o processo de desenho urbano.
Assim, para mim, estou convencido hoje de que a mudança de paradigma que precisamos de fazer nas cidades não pode voltar a deixar a Engenharia de Tráfego a gerir o desenho urbano. Porque não têm sensibilidade para isso, e porque têm provas dadas nesse domínio  pelos piores motivos, devem contribuir para calcular e garantir fortes reduções de tráfego a nível global e local, incluindo apoio técnico ao ajuste das medidas de desenho urbano a um correcto funcionamento rodoviário. 
A simples aplicação de modelos de gestão de tráfego, com uma matriz fortemente rodoviária, pensada para o "escoamento" de fluidos, não resolve decididamente a questão que temos hoje em mãos. A decisão formal deve vir à cabeça e deve vir acompanhada por soluções técnicas. É esta a hierarquia que devemos assumir para um novo desenho urbano e para um novo paradigma. Tudo para evitar que, em nome de teorias com novos nomes e novas roupagens, na verdade fique tudo na mesma...
Foto de uma recente rotunda pedonal em Xangai... (fonte AQUI)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A "nova" estratégia para as bicicletas em Lisboa?

FIGURA CML (vídeo do projecto "Local Lisbon" online, aos 52´).
O Jornal "Público" notícía que estaria em curso uma "nova estratégia para as bicicletas em Lisboa". Nada mais estranho, sabendo-se ainda para mais que essa "nova estratégia" surgiria, imagine-se, após uma reunião entre associações de ciclistas com os dois Vereadores que têm trabalhado os assuntos relativos à bicicleta. 
Basicamente, a CML, que implementa desde 2007 uma rede ciclável, tendo conseguido o feito de conseguir que, de forma decisiva, a bicicleta se tenha instalado substancialmente na Cidade, ligando inumeros espaços verdes existentes e construidos, bem como diversos equipamentos colectivos e interfaces, e gerando uma alteração de fundo na percepção que a Cidade e os Lisboetas têm das possibilidades reais da bicicleta como ferramenta de mobilidade, de repente, após uma reunião, decidia que iria mudar de estratégia?
Mas alguém acredita nisso?
Sem querer tirar demasiado partido do facto de ter estado na referida reunião, registei com alguma surpresa um Comunicado sobre a mesma, sem que os referidos Vereadores tivessem sido convidados a juntarem-se a um memorando sobre o que realmente teria sido discutido. As Associações pura e simplesmente lançaram o comunicado, informando ao mundo de que a CML, após uma reuião, teria mudado a sua estratégia, de anos, para as bicicletas. De facto, as estratégias não têm que ser imutáveis, mas convinhamos que não seria nunca numa reunião que a mesma seria alterada. E se por acaso o fosse, concerteza que os representantes do Município dariam, eles próprios, essa notícia. 
Teriamos sido, portanto, informados por terceiros.
Mas este assunto é mais claro e simples do que o que parece:
A estratégia para a bicicleta desde 2007 foi sempre pensada como tendo 2 momentos: Um primeiro momento de arranque, onde o "Plano Verde" e os corredores verdes são o motivo principal para o delinear de trajectos. A segregação foi largamente feita em espaço retirado ao automóvel (no período 2007-2013, apenas 12% será em espaço misto anteriormente pedonal), mesmo que esse espaço tenha sido em alguns casos nivelado à altura do passeio. Foram feitas ligações contínuas, atractivas e seguras entre pontos potencialmente atractivos da Cidade, optando-se por procurar  áreas planas da Cidade, bem como implementar pontes ciclopedonais sobre barreiras físicas e para resolver questões de declive.
Ao contrário do que é dito na notícia, os resultados têm sido satisfatórios. Pelo menos para a generalidade dos utilizadores que usam as infra-estruturas e que são substancialmente novos utilizadores. Os objectivos estão a ser largamente cumpridos e na infra-estrutura já executada não se prevê mais do que correcções pontuais de alguns ressaltos e um ou outro ponto já detectado.
Esta estratégia, nada inovadora em cidades ditas "principiantes" como refere o gráfico do projecto "PRESTO", vai-se ajustando à medida que as infra-estruturas são implementadas. Lisboa não tinha ciclistas e agora já tem. Ainda pouco significativo no que respeita à repartição modal, é certo, mas cada vez mais. 
Há muito que se prevê a sobreposição desta estratégia "verde" com uma outra de consolidação, que na verdade já está a acontecer há tempo, parecendo pela leitura do comunicado que os signatários só agora se deram conta disso, na reunião.
Esta natural sobreposição de uma "rede verde" que estruturou a primeira rede com uma segunda que se ramifica nas Ruas e Avenidas, quer através de segregação, quer através de "Zonas 30", menos desde 2010 que está abertamente em curso. E desde essa altura que é  divulgada pela CML em eventos, fóruns e nos seus documentos oficiais.
Quer no Velo-City de Sevilha em 2011, quer em Copenhaga no Comité das Regiões, onde a CML vou a Rede Ciclável escolhida como projecto relevante, esta questão foi igualmente amplamente discutida. Mas foi também durante todo o processo de Revisão do PDM e em inúmeros documentos e fóruns públicos. 

A maioria dos documentos de referência é claro: Cidades sem bicicletas têm uma abordagem diferenciada de outras com contextos sedimentados de cultura da bicicleta.
Cabe às Associações saberem gerir os momentos e a forma de participação neste processo. Boa parte do comunicado que foi lançado não informa adequadamente o público e torna esta questão aparentemente volátil. 
Mas a estratégia já delineada é para implementar e aquilo que foi combinado com as Associações de Ciclistas na reunião será, no referido âmbito, para ser cumprida. 

sábado, 19 de janeiro de 2013

São as nossas vidas!

Manifestante em Braga: Foto: AQUI
Foi um dia difícil para manifestações ao ar livre.
Em suma, "queremos cidades para as pessoas" poderia ser a frase mais ajustada a resumir a iniciativa.
Em Lisboa, a FPCUB dinamizou o evento. Contei cerca de 150 pessoas, mas fico a pensar que poderiam ser 1000, ou mais, num dia climatérico normal.
Desde o início do ano de 2013 já houve 121 atropelamentos. A esta hora já serão, infelizmente mais. Este é um assunto na ordem do dia. 
Voltaremos com "cenas dos próximos capítulos", pois todos os dias há decisões relacionadas com este tema. Trata-se da nossas vidas.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"A nossa Guerra Civil"


Foto retirada AQUI
Para se chamar de "guerra civil", os números de mortos e feridos nas estradas, dentro e fora das cidades, já bastavam: Só em 2011 morreram 117 peões vítimas de atropelamentos. (ver aqui, pag. 23). São 117 pessoas que deixaram família, pais, irmãos, filhos, amigos. 117 pessoas não condutoras, apenas atropelados por veículos.  
Segundo dados provisórios da ANSR, em 2012 registaram-se 580 vítimas mortais, 2.033 feridos graves e 35.727 feridos ligeiros em acidentes de viação. Extrapolando para 2012 o número de peões vítimas em 2011, é fácil perceber que serão cerca de 20% do total de mortos. Uma barbaridade!
O mínimo que se exigia ao representante de uma Associação que representa os automobilistas (ACP) perante números desta Natureza era precaução e cautela nas palavras. Embora a grande parte do número de sócios do ACP tenha certamente a ver com o serviço de assistência em viagem, que é imagem de marca da referida instituição, e não pelas posições extremas assumidas pelo seu Presidente, falamos de centenas de mortos anuais e muitos milhares de feridos graves e ligeiros.
É muito grave que Carlos Barbosa desresponsabilize sistematicamente os automóveis e culpe peões e ciclistas. Bem sei que (...) 
(texto meu retirado do Blog Risco Contíbuo, continuação a lêr AQUI)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O ACP aplaude "a quente"



Hoje foram anunciadas algumas medidas para a Avenida da Liberdade no âmbito das alterações de tráfego. 

Desde cedo senti que as melhorias eram evidentes, no global. 
Ah, falo como peão, claro.
É que esta avaliação parece estar a ser feita unica e exclusivamente por automobilistas. 
Eu, como peão, nunca como nos últimos meses caminhei tanto na Avenida da Liberdade. O tráfego nas faixas laterais diminuiu estrondosamente e caminhar, quer junto às fachadas, quer ao longo das plataformas centrais, passou a ser muito mais fácil. Para quem gosta das esplanadas da Avenida, estes meses foram uma melhoria evidente. O comércio não se queixou das medidas. 
Como se espera, e ao contrário da percepção que se tem nestes assuntos, não devem ter perdido por estas alterações. O peão é quem mais ordena no comércio de rua. E quem faz do carro o seu modo de vida e que gere as asuas acções em função deste, há outros locais, como os Shoppings, feitos à medida do automóvel. 
Ganham-se uns, perdem-se outros.A Baixa e a Avenida da Liberdade não devem competir com os Shopings, até porque o que têm para oferecer não tem igual. Para mais, na Avenida o turista tem muita força e o turista ainda por cima não tem, em regra, carro.


Tinha tido essa percepção clara da potencialidade deste eixo para o peão em Junho de 2011, como se vê na foto inicial. Foi uma experiência, mas de repente a "Auto-Estrada" de 10 faixas de rodagem e 4 de estacionamento, de repente, calou-se e pudemos ver crianças a correr atrás de pombos, foi possivel estar sentado nos bancos, calmamente, a contemplar.

Também percebi, mais por relatos que por experiência, que a fluidez do tráfego tinha um ou outro ponto fraco. Demorava-se mais a subir a Avenida.  Mas a rotunda, caótica no 1º dia, respondeu muito bem daí em diante. Para quem circulava a pé ou de bicicleta experimentou uma mudança radical: é possivel  hoje ir-se à estátua em segurança, com passadeiras semaforizadas e as bicicletas tiveram direito a uma faixa ciclável. Há áreas enormes, como se vê na foto abaixo, de ex-espaço viário à espera de ser reconvertido em espaço pedonal. ou zonas verdes. Uma rotunda a tender para uma praça. 


As alterações  foram duramente criticadas pelo ACP. O mesmo ACP que foi contra a "supressão de faixas de rodagem para áreas pedonais" no Plano da Baixa há cerca de 3 anos atrás. 
O ACP é assim: em nome do seu serviço de seguro de assistência em viagem e do serviço de "desempanagem", a que milhares de pessoas aderem (eu já fui um deles mas vi-me obrigado a sair, por não me revêr nesta postura de ataque ao peão e ao ciclista), assume uma posição radical de defesa de mais espaço viário em qualquer circunstância, em desfavor dos outros utilizadores do espaço público.

Note-se que na Baixa o tráfego na Rua do Ouro baixou 49% com o Plano da Baixa e as reduções nas restantes ruas são aproximadamente da mesma ordem de grandeza. Basta ir à Baixa para perceber a quantidade de estabelecimentos que se renova. O Chiado é já a área comercial mais cara do País. 

Hoje, o ACP aplaude o chamado "recuo" da CML na Avenida da Liberdade.

Mas a vida tem destas coisas: o falado "recuo" hoje assim baptizado mais não é do que ajustes a coisas que, manifestamente, não satisfaziam. Os ciclistas estavam descontentes  e o confestionamento no sentido ascendente deveria ser resolvido.

Mas terá razão o ACP para lançar foguetes, quando o tráfego nas laterais nunca mais será de atravessamento total, quando se perdeu uma faixa de rodagem em definitivo no sentido descendentes ou quando o Marquês de Pombal ficará para sempre mais próximo de ser uma Praça?
Julgo que o ACP quis marcar pontos neste período de Pré-Campanha, onde assumirá novamente as suas posições a que nos habituou. 
No entanto, aplaudindo o resultado a que se chegou, o ACP está na verdade a perder a sua batalha pela motorização da Avenida. A Avenida da Liberdade estará em definitivo com menos tráfego e com mais espaço pedonal. São factos. E aos poucos Lisboa tem conseguido, em vários pontos, prosseguir esta estratégia. Se o ACP acha que mesmo assim conseguiu os seus objectivos, melhor ainda! Estamos todos satisfeitos, o que é excelente.

Conheço gente que preferia a Avenida como estava e alguns que defenderiam cortes mais profundos de tráfego. A vida são compromissos. Aliás, a vida são, sobretudo, compromissos.

Quanto à nossa imprensa, valia a pena entrevistar, também, a opinião dos peões. 
Não se avaliam projectos desta dimensão só ouvindo automobilistas. 
Porque os peões até somos... todos! Não é verdade?

NOTA: Não participei profissionalmente, nem directa nem indirectamente, em nenhuma das alterações previstas para a Avenida da Liberdade ou para o Marquês de Pombal. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

A culpa será sempre dos donos

Foto AQUI

Nestes tempos conturbados de crise, a semana passada foi particularmente focada no relatório do FMI e no acontecimento trágico da morte da criança de Beja de 18 meses por um cão de uma raça potencialmente perigosa.
O resumo desta situação leva-me a concluir várias coisas:
1 - Os cães de raça potencialmente perigosa são como armas. Só as podemos ter com licença e todos os cuidados. Se "dispararem" matam gente e os donos devem ser criminalizados por isso.
2 - Houve um movimento de mais de 30 mil pessoas em auxílio do cão, procurando evitar o seu abate. Não quero comentar mais a decisão ou não do abate, apenas constatar que o sentimento movimentos "pró-animal" está cada vez mais operativo em comparação com o movimento "pró" Humano. O cão chama-se "Zico". E a criança morta? Alguém sabe? (Chamava-se Dinis, já agora).
3 - Há definições de hierarquia entre Homem e Animal ainda pouco estabilizados na Sociedade Portuguesa. O Homem e o Animal não estão, nem estarão ao mesmo nível. Muitas das argumentações "contra" as touradas e outros movimentos "pró" animal geram sentimentos muito inflamados e provocam reacções que não se vê noutras questões cívicas. 
4 - Embora com muitas sobreposições em termos das pessoas envolvidas, considero a Defesa dos Animais uma causa diferenciada do Movimento Ambientalista. Sou um defensor dos Animais, colocando-os naturalmente num nível diferente do Homem. Os animais são o resultado do funcionamento dos Ecossistemas e das Paisagens. Dedico-me a defender os Ecossistemas de forma a que eles possam viver e considero-os parte das nossas Paisagens, como forças que as moldam, mantêm, cuidam e trabalham. 
6 - Há animais selvagens ou em estado natural ou de liberdade. Há animais domesticados. E  há animais de companhia. Vejo os movimentos pró-animal pouco ou nada empenhados na defesa dos 2 primeiros e em tudo o que isso significa e obriga, e cada vez mais envolvidos emocionalmente exclusivamente com o 3º grupo. A estabulação dos animais, o artificialismo extremo dos métodos de produção animal, a quantidade e qualidade da alimentação animal no nosso regime de alimentação, a defesa das Reservas Territoriais a todos os níveis como base de vida dos animais não tem, praticamente, qualqluer envolvimento das pessoas e da Sociedade. 
7 - Os donos dos animais de companhia, sejam eles potencialmente perigosos ou não, devem ser responsabilizados pelos seus actos. Hoje, infelizmente, os nossos cães, por culpa dos donos, sujam sem apelo os passeios e comprometem a utilização dos nossos jardins, Uma situação lamentável e que coloca em risco a saúde pública. As mordidas e os ataques vêm só depois. Se nem a higiene colectiva é garantida, como pensar que somos capazes de lidar com responsabilidades mais exigentes?
8 - Temo pelo próximo acontecimento. São recorrentes. A Lei não é cumprida, as pessoas desculpam-se com o "cão" e nada realmente acontece. Tem morrido gente! Basta.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Os "tontos" desta Terra

Foto: AQUI


Entrar a pé em plena boca da Marina do Lugar de Baixo na Ponta do Sol (Madeira) pelos vistos não é tão complicado como a persistência notável de Raimundo Quintal ao apontar o dedo aos inúmeros disparates paisagisticos e urbanisticos que se fazem por aqui. Quando digo por aqui, digo pela ilha da Madeira. Esta foto de 05.01.2013 que Raimundo Quintal publica no seu facebook é o culminar de muitos milhões já gastos.

Neste mesmo local, em 2011, Alberto João Jardim considerou pomposamente "um prazer" ser críticado "pelos tontos desta terra". 

...

(TEXTO COMPLETO AQUI

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Porque os ciclistas têm direito a estar vivos!


Já é tempo de mudarmos de vida. Não, não é preciso andarmos todos de bicicleta. 
É preciso que andemos todos menos de carro e que os que andem, respeitem os outros utilizadores do espaço público.
Tem havido um crescente de atropelamentos de ciclistas. Continua a haver um discurso de que a bicicleta é algo de lazer e que deve "ir para os passeios". Continua a haver tangentes aos ciclistas, muitas propositadas. 
A rede viária continua a ser fortemente desenhada para as altas velocidades, pouco amigável para a bicicleta.
As ciclovias vieram mostrar que havendo condições de segurança, as pessoas aderem. Porque maioritariamente têm medo dos carros, têm medo dos condutores que temos.
A bicicleta, como veículo, tem os mesmos direitos que uim automóvel. Também tem os mesmos deveres, mesmo tendo em conta que o incumprimento das regras por parte de um automóvel provoca muito mais danos do que um incumprimento por parte de um ciclista que, acaba por se colocar sobretudo a ele em risco.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Várias no cravo e apenas uma na ferradura

Créditos da Foto: AQUI


Várias no cravo:

O início do ano na CP começou com greve total. 
Dia 01 de Janeiro, feriado, não houve comboios e não se cumpriram, uma vez mais, os serviços alternativos decretados pelo Tribunal Arbitral. 
A greve dos maquinistas sà horas extraordinárias e ao trabalho em dias feriados é, para mim, totalmente justa, já que o que se oferece como remuneração em dias feriados é absoltuamente imoral. De facto, mais vale ficar em casa.
Já o incumprimento das deliberações do Tribunal Arbitral me parece mais grave. É sistemátiva, aconteceu por 4 vezes em Dezembro e não teve, pelo menos que se saiba, consequências.
Acontece porém que as greves na CP não têm dias específicos. São permanentes.
O site da CP informa, com naturalidade, que há greves previstas durante o período de 02 de janeiro a 31 de janeiro, ou seja, o mês ineiro! A grave como norma e não como excepção.

A supressão de comboios que assim permite o habitual "ping-pong" entre a Administração e os Sindicatos. Por um lado a Adminstração justifica-os com a greve dos maquinistas. Os Sindicatos falam de material obsoleto, permanentemente avariado. 
O mais grave é que ambos têm razão.
O Presidente da CP ainda há pouco tempo assumiu que o material circulante não está em condições e está permanentemente avariado. 
Aliás, o PEC1 anulou logo o orçamento de 300 Milhões de Euros previstos para a necessária revisão do material circulante na Linha de Cascais. Apesar das espantosas subidas de preços da bilhética e de passes, o serviço degrada-se diariamente e as expectativas começam a virar-se para a Privatização ou Concessão da Linha...

E apenas uma na ferradura:

O novo tarifário da CP na área urbana de Lisboa parece-me muito positivo.
Haja notícias boas. A tarifação por zonas permite a utilização de várias linhas dentro da mesma zona.
Por exemplo, isto permite circular nos comboios dentro da Cidade de Lisboa. A Rede Ferroviária dentro de Lisboa é muito razoável e tem estado sub-valorizada como solução de mobilidade pelos utentes, sobretudo devido ao preço dos bilhetes.
Acrescente-se que esta solução permite o transporte de bicicletas a quaqluer hora, situação que não acontece no metropolitano. Boas notícias também para os ciclistas que pretendam usar a bicicleta em articulação com um transporte pesado.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

2013 e a Ecologia Política




Comecei a colaborar desde 01 de Janeiro de 2013 no Blog "Risco Contínuo", aceitando o simpático convite que me fez o Pedro Quartin Graça.

Esta minha colaboração serve-me como incentivo a contribuir,  com as minhas ideias na área ambiental, para um público mais vasto. 

Em matéria de conteúdos tentarei mostrar que o "Ambiente e a Ecologia" são e serão bons motivos para termos esperança num futuro melhor. O Ambiente e a Ecologia e a solidariedade social, em conjunto, podem contribuir para uma nova ordem económica e para uma vida melhor. 

Manterei inalterada a minha actividade neste blog, até porque neste âmbito permite-me expressar outras ideias para além das que trata o "Risco Contínuo".

Cada Post que publicar no "Risco Contínuo" terá aqui a respectiva referência e link directo, para quem quiser seguir.

O primeiro post é "A Caixa de Pandora de Leal da Costa" , tentando mostrar que os apelos à prevenção das doenças não podem estar afastadas das políticas consequentes...

Os meus votos de um bom 2013.


 
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