sábado, 29 de dezembro de 2012

Por um novo Mundo Rural

No meio desta crise, começa a ser novamente debatido o regresso às actividades produtivas.
Boa parte das nossas potencialidades passa, necessariamente, pelo "regresso" ao mundo rural. 


O conceito de mundo rural foi nas últimas décadas desconsiderado. É fundamental que se perceba que boa parte das nossas potencialidades produtivas estão associadas à Agro-Indústria e à Silvo-Pastorícia. É na agricultura de qualidade, na produção silvícola, na pecuária DOP e depois nas actividades relacionadas (agro-industrias associadas - vinhos, sumos, conservas, etc) e ainda o Eco-Turismo, que nos é possivel reconstruir uma sociedade produtiva e equilibrada.




Com a internet e com as novas infra-estruturas, a própria ruralidade está hoje muito mais ajustada a ser um bom investimento, gerador de emprego e de riqueza.
Há que apostar na qualificação, na definição de objectivos tangíveis em matéria de qualidade e de exigência e legislar para permitir voltar às aldeias. 
As aldeias portuguesas, hoje ainda semi-abandonadas, são claramente o sinal de que ainda não começámos a retoma. A retoma passa inevitavelmente por esse regresso, sustentável, a um novo mundo rural.




sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Este corredor já cá canta!

E assim foi este dia 14 de Dezembro de 2012. O dia de inauguração do Corredor Verde de Monsanto.
Uma obra de muitos anos e de muita gente. A ideia é sem dúvida do Prof. Gonçalo Ribeiro Telles mas a obra, como também o disse o próprio na inauguração, é dos Lisboetas.
Muitos técnicos, muita gente trabalhou para que este corredor estivesse concluido. Desde o próprio Gonçalo Ribeiro Telles que projectou dois parques no corredor, mas muita gente mais entre técnicos camários, empresas, parceiros. 
Uma palavra para José Sá Fernandes e António Costa: 
O Primeiro porque não descansou enquanto não resolveu os inúmeros obstáculos que havia pela frente para que este corredor se concretizasse e pudesse cumprir a sua promessa. Neste dia 14 de Dezembro muitos sais de fruto devem ter sido tomados por muita gente...e conhecendo os projectos e obras em curso, prepare-se desde já os sais de fruto, já que a este, outros se seguirão.
O Segundo porque abraçou esta ideia de braços abertos, criando ao mais alto nível as condições políticas para que se pudesse trabalhar com este objectivo.
Muita gente está de parabéns mas estes três Homens da foto em particular ficam para a História da Cidade de Lisboa.



























quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

É já amanhã! (Corredor Verde de Monsanto)


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Vamos fingir que...ou retrato da nossa Bolha Imobiliária (por Pedro Bingre do Amaral)

Por Pedro Bingre do Amaral, retirado do "facebook" 
AQUI


Bruxelas estima que os apartamentos em Espanha devem embaratecer em 75 % antes de serem adquiridos pelo "banco mau" — a entidade semi-pública encarregada de assumir os prejuízos da bolha imobiliária. Esta conclusão faz recordar um estudo do Banco Internacional de Compensações (Bank for International Settlements), publicado em 2010, que anunciava uma desvalorização em 85 % dos preços do imobiliário português…

Mas enfim, continuemos a fingir que o problema português resulta das despesas na Saúde e Educação públicas sob o encargo do Estado. 


Continuemos a fingir que o problema de Portugal são os salários supostamente elevados dos portugueses, e a rigidez dos direitos laborais de uma população cuja maioria dos trabalhadores com menos de 40 sofre a precariedade do regime de recibos verdes.

Continuemos a fingir que a dívida privada portuguesa respeitante ao imobiliário e construção soma mais de 190 mil milhões de euros, e se encontra em condições de "

negative equity". Continuemos a fingir que a maioria das hipotecas contraídas em Portugal nos últimos 20 anos não são perfeitos exemplos de "subprime". Continuemos a fingir que neste país onde 1,8 dos 5,6 milhões de habitações estão vazias, há uma família a ser despejada a cada 40 minutos.

Continuemos a fingir que não construímos, entre 1985 e 2010, uma casa nova a cada seis minutos, 24 horas por dia, 365 dias por anos. Que entre 1990 e 2009 a dívida hipotecária não cresceu 2300 %. E que dois terços dessa dívida não se destinaram a cobrir custos de construção, mas pura e simplesmente a pagar o preço especulativo do solo.

Continuemos a fingir que o resgate da tróica não é, afinal de contas, a factura de uma bolha imobiliária cujos principais beneficiários estiveram e continuam estando isentos de impostos graças aos privilégios fiscais dos Fundos de Investimento Imobiliário e das sociedades sediadas em Zonas Francas.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Visitantes em jardim de 4m2


O meu "jardim" de 4m2 na minha varanda é uma brincadeira. 
Uma dezena de vasos, outra tanta variedade de espécies, algumas cultivares, entre elas trepadeiras.
E quem tem aparecido nos últimos dias neste espaço? Quem diria?




sábado, 1 de dezembro de 2012

Crataegus punctata

Foram plantadas 143 árvores no corredor verde de Monsanto nos dias 30 de Novembro e 01 de Dezembro.

Entre as várias espécies, uma chamou-me a atenção pela sua beleza. Conhecia o Crataegus monogyna (Pilriteiro) mas não este Crataegus punctata.





quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Countdown para o Corredor Verde de Monsanto


Estás aqui, estás em Monsanto.
Podia ser o slogan de um corredor verde com 2,5km de extensão que liga o Parque central de Lisboa ao Parque Florestal de Monsanto.

Já só faltam 17 dias.

domingo, 25 de novembro de 2012

E pelas 17h voltaram...

Tenho milhares de pássaros em frente de casa.
Passam a noite em cima das árvores, cantam a noite inteira, desaparecem totalmente de manhã e voltam ao entardecer.
Já sei que se forem Estroninhos-malhados ficarão até Fevereiro. 
São más notícias para os "urbanos", como eu...
Que pena não terem escolhido as árvores do Jardim para o seu "dormitório".





domingo, 18 de novembro de 2012

E o rio mesmo ao lado


Impressionam estes prédios na Cruz Quebrada / Dafundo, mesmo ao lado do rio Jamor, em pleno leito de cheia.

São várias as ocorrências conhecidas nesta área. Como se vê, é muito fácil o rio transbordar o leito, já de si estreito para um dia normal. 

Para além de discutir a localização de todo este edificado, transtorna perceber quem comprará ou alugará nesta área, sabendo dos riscos que corre.

Numa altura em que a REN é apelidada de "burocrática e redundante" pela nossa Ministra do Ambiente, voltaremos certamente, e com muita frequência, a cometer os erros do passado.

Resta sublinhar que estes erros custam dinheiro ao Estado e que, por isso, são medidas do CDS-PP que contribuem para o endividamento do País a curto, médio e longo-prazo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Foi um furacão, mas tudo terão sido fatalidades?


FOTO AQUI

Há ocorrências extraordinárias, para as quais nada podemos fazer.
Mas tenho visto fotos dos EUA onde as construções estão literalmente na praia, muitas vezes no lugar da duna.

Esta foto mostra que o ordenamento do território não é uma fantasia para atrasar processos. Pode ser sim uma ferramenta de poupança de muitos milhões. 

Aumentar a resiliência é fazer tudo para resistir à adversidade.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

sinalética humana

A última vez que estive em Copenhaga reparei neste "trabalho": Segurar placas na rua pedonal principal, publicitando estabelecimentos em ruas adjacentes.
Colocar sinalética na rua será complexo, proventura proíbido, e esta solução, neste caso "humana", acaba por ter as placas nas horas de maior tráfego pedonal.

Solução brilhante esta? 
Trabalhar numa mina deve ser pior, mas custa-me sequer imaginar-me a segurar placas na via pública...




sábado, 13 de outubro de 2012

Quando alterações antrópicas potenciam fenómenos extremos

A EEA (Agência Ambiental Europeia) publica esta gráfico (fonte) e constata que temos um cada vez maior número de ocorrências de desastre.

Nas entrelinhas vê-se que o problema das alterações climáticas vem referido como uma causa.

De facto, o gráfico é claro: eventos geofísicos não sofrem alterações (tremores de terra, tsunamis, vulcões). 
Para além dos fenómmenos das tempestades, que de facto aumentam, o que sofre alterações são os 2 tipos de ocorrências que derivam da sua relação com as intervenções humanas (digo eu: Cheias e fenómenos de erosão extremos, por um lado, e por outro seca e picos de temperatura.

Como se viu em fenómenos recentes, por exemplo na Madeira, os efeitos do evento climatérico em si são altamente aumentados pelos impactos locais. 
Ao nivel da acção antrópica, quer à escala urbana, com as alterações do ciclo hidrológico ao nivel da escorrência e infiltração e construção em leitos de cheia, e das alterações ao nivel dos efeitos do fenómeno da "ilha de calor" e redução da humidade do ar, quer também ao nível rural, com alterações ao nivel da degradação dos solos, alteração dos cobertos e do mosaico agro-florestal, os efeitos são altamente potenciados pela acção humana. 

Desvalorizar a importância do ordenamento do território, enquadrando-o numa ideia ideológica de querer "impedir o desenvolvimento", e como solução permitir que as acções humanas configurem profundas alterações territoriais, para depois se concluir que os seus efeitos são fruto de alterações climáticas globais, tem sido cada vez mais rotina de análise.


sábado, 6 de outubro de 2012

2 reflexões na ressaca de um dia de cabeça para baixo

1) O PS propõe a redução do número de Deputados:
(notícia Aqui)

Tal como a redução de 5% nos vencimentos dos titulares de cargos políticos foi uma medida populista e inconsequente do PSD, assim esta medida o é. Mais do que reduzir despesa, esta proposta é a vingança às moções de censura que, mais do que tentar derrubar o Governo, quiseram afrontar o PS. 
Pelos blogues, artigos de jornais, posts do FB, percebe-se que é um medida bem vista pelos Portugueses que acham que o Parlamento e os Deputados são "todos iguais", "querem é techo" e outros disparates.

Não deixa de ser uma boa jogada política esta do PS. Porque ao PCP e ao BE será muito difícil de contrariar esta medida. Mais uma vez ficarão dependentes da vontade do...CDS/PP.

O cerne da questão na Assembleia da República é acima de tudo o problema da representatividade. 
É importante que uma reforma permita garantir três coisas:

Primeira: A maior representatividade possivel parlamentar, facilitando a eleição do 1º deputado e a criação de condições de trabalho e de afirmação para o maior número possivel de partidos. Será um favor que se faz para reduzir a exclusão e o perigo dos extremismos.

Segunda: Maior proximidade dos cidadãos com o deputado eleito, criando circulos nacionais e circulos uninominais. 

Terceira: Garantir que o lugar de Deputado é, por si só, um lugar de prestígio, dando condições de trabalho efectivas a uma boa representação e garantindo uma remuneração adequada a esse cargo. Pagar menos aos deputados é cada vez mais afastar os bons da política. 


2) Por um Candidato Ecologista nas Eleições Presidencias de 2015!
(in "causes": fonte AQUI)

Pelo que se tem visto deste Presidente da República, e a bem da sua valorização como órgão válido e operativo do nosso País, foi para mim imediato aderir a esta causa.
A Ecologia Política é, para muita gente, uma doutrina desconhecida. Mesmo dentro do mundo "ecologista" diverge-se quanto ao que é o seu papel. 
Será a defesa dos Passarinhos, da Natureza?
A ecologia política resolve problemas sociais ou só se preocupa com o "natural"?
É claro que a Ecologia Política é uma doutrina com um enorme potencial mobilizador e com respostas sociais e económicas para resolver os problemas do nosso País.
Nada melhor do que aproveitar as próximas eleições presidenciais de 2015 para catalizar um candidato ecologista que dinamize uma 3ª via. Catalizar o melhor da esquerda e o melhor da direita numa solução que promova novos valores de desenvolvimento, que não sejam só "mais facturação" mas sim a mais-valia dos investimentos, a sua sustentabilidade, o seu equilibrio ambiental, motivando a poupança e aboa gestão e gerando coesão social e territorial.

sábado, 29 de setembro de 2012

A bicicleta em Portugal - entrevista à Polskie Radio - Program 1


Fui entrevistado há dias pela correspondente Polaca em Portugal da Polskie Radio - Program 1, a propósito do aumento da utilização da bicicleta em Portugal, e particularmente em Lisboa.

Em breve colocarei um link para a dita entrevista.


domingo, 23 de setembro de 2012

Sem carros, mas por 3 horas, no Concelho dos carros

in CMO online em 

"A "Marginal Sem Carros" realiza-se no próximo domingo, dia 23 de Setembro, das 10H00 às 13H00, entre Caxias e a Praia da Torre, em Oeiras. Durante três horas, a Câmara Municipal de Oeiras encerra a Av. Marginal ao trânsito automóvel para pleno usufruto dos muitos milhares de pessoas que aderem anualmente a esta iniciativa.

Como é habitual, o Município de Oeiras proporciona um conjunto de atividades diversificadas ao longo do percurso – saúde, atividade física, ambiente e mobilidade –, com o objectivo principal de sensibilizar os munícipes para a utilização de formas alternativas de mobilidade e transporte, como a utilização da bicicleta, de transportes públicos – comboio e autocarro – ou fazendo percursos a pé, inibindo a utilização automóvel e a respectiva poluição."


É assim em Oeiras: 
A "Marginal sem carros" é uma manhã bem passada...
Corta-se o trânsito e podemos desfrutar de espaços magníficos...mas só durante um período restrito de tempo.

E depois? Que acontece com esta "medida" da Semana Europeia da Mobilidade? 
Nada.
Tudo fica igual num dos Concelhos do País onde mais é mais dificil fugir ao carro. 
Os espaços pedonais são espaços específicos para "se ir andar a pé". 
Não há nenhuma rede ciclável, os equipamentos e a urbanização foram cuidadosamente colocados fora do alcance dos transportes públicos e a rede viária é proibitiva das bicicletas.

Tudo conjugado dá que a grande medida da Semana Europeia da Mobilidade de Oeiras é cortar 3 horas a marginal aos carros.
Às 13h tudo voltou ao normal...

Não há medidas em prol da mobilidade sustentável em Oeiras.
Ninguém se lembra já da última que tenha sido tomada...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ou muito me engano, ou está no papo!

FOTO AQUI:

É sempre assim:

Algumas noticias das medidas de restrição automóvel no Marques de Pombal no dia (ou nos dias) a seguir:

"Automobilistas enfurecidos com trânsito na rotunda do Marquês " in JNegócios 

"Caos no trânsito em Lisboa no primeiro dia do novo Marquês" in Publico

"Nova circulação complica trânsito em hora de ponta no Marquês" in "i"


Algumas noticias das medidas de restrição automóvel no Marques de Pombal uns dias depois:

"Coração de Lisboa regressa à normalidade. Trânsito a fluir" in "RR"

"Trânsito normal de regresso à rotunda do Marquês in "Expresso"

A normalidade regressou esta manhã à rotunda do Marquês de Pombal" in "Público"



Conclusões: 

1) Menos espaço viário gera complicações nos dias seguintes. Alterações de hábitos são sempre tudo menos pacíficas.

2) Menos espaço viário e restrições de tráfego podem não ser medidas resultantes de modelos de tráfego apoiados em fluidez mas é sem dúvida uma indução que, contrariando os modelos de escoamento baseados no tráfego actual, podem resultar em reduções de tráfego consideráveis e até no aumento da fluidez.

3) As cidades, e nomeadamente Lisboa, precisam urgentemente de reduzir tráfego e aumentar o espaço pedonal. O espaço pedonal que se pode ganhar no Marquês é muito relevante.

4) Quando o Marquês de Pombal voltar a ser uma "Praça" e não uma "Rotunda", a obra estará, por fim, concluída.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Gestão de Tráfego é cada vez mais tarefa multi-disciplinar

Cada vez mais o tráfego e a gestão do tráfego são matérias pluridiscilplinares e abertas às mais variadas especialidades.
Passamos do tempo em que o modelo matemático da gestão de tráfego é agora substituido por indução, criatividade e, porque não dizê-lo, eficácia.

Admitamos que o formalismo e o desenho podem e devem induzir a gestão de tráfego.

Não deixemos apenas na engenharia uma matéria tão vasta como o desenho ligado com o automóvel. Aliás, essa experiência deu os resultados que temos em termos de desiquilibrio dos espaços em favor do automóvel, sinistralidade rodoviária e congestionamento.


Artigo AQUI
  
"Para estimular as pessoas a andarem mais a pé em Xangai, na China, criou-se uma inusitada experiência de arte na rua – e uma forma de conscientização ecológica. 
São colocadas enormes esponjas com tintas verdes nas calçadas. Quando as pessoas cruzam a rua, formam-se folhas numa árvore desenhada no chão. 
Confira as imagens:




 
Site Meter