terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Um "post" de um tipo estranho

O meu empregador faz aquilo que todos os empregadores, desde que possam, proporcionam aos seus trabalhadores: estacionamento grátis nas suas instalações.
Esta imagem é a folha que é distribuída para que coloquemos a matrícula da nossa viatura. 
Sou com certeza um tipo estranho. Agradeço sempre a "benesse", mas devolvo sucessivamente a minha folha sem ser preenchida. Sim, tenho carro próprio mas não concebo deslocar-me nele no dia a dia. Ando de transportes públicos, a pé e de bicicleta. Com esta distribuição modal faço tudo na Cidade, mais facilmente permitam-me. É o mais racional, o mais lógico, o mais económico e frequentemente o mais rápido. E já é assim há uns anos. Nunca trouxe o carro para o lugar que me destinaram.
Lá está, com estacionamento grátis, o convite a trazer o carro é enorme. Para quem não tenha uma assinatura nos transportes públicos, é mais barato andar de carro do que, por exemplo, de autocarro. Um bilhete de autocarro é 1,30EUR. Ida e volta 2,60EUR. Uma fortuna. Facilmente se percebe que, se no final do destino o carro não paga estacionamento...é irresistível, não?
Os chamados empregadores são, eles próprios, dos grandes responsáveis pela geração de tráfego automóvel, pelo congestionamento e pelos investimentos (públicos, já agora) que é necessário depois dispender para ajustar a rede viária ao volume de tráfego gerado. Quando o empregador oferece o estacionamento, quando o "Shopping" oferece o estacionamento, quando o ginásio oferece estacionamento, fica o problema da sustentabilidade do sistema de transportes para resolver. Mas como nem tudo é mau, fica também um amplo espaço para desenvolver criativas acções de sensibilização ambiental sobre mobilidade. 
Numa altura em que mandamos "lixar" a Troika, pergunto-me se eles sabem que isto é mesmo assim?

domingo, 24 de fevereiro de 2013

"Organic food" no Metro de Londres

Anúncio a comida biológica no Metro de Londres

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Faz 3 anos da tragédia da Madeira

O Album de Raimundo Quintal no seu facebook retrata bem que as lições de 20 de Fevereiro de 2010, não só não foram entendidas no ãmbito de um problema de ordenamento do território, como nos preparamos para assistir um destes dias a um novo episódio trágico. 
E isto aplica-se a outros locais do País.
Espero que me engane.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As boas notícias que quase só vêm da agricultura

Infografia AQUI
Quando se falava na agricultura ser uma fonte e riqueza, tudo se ria e se entretinha a construir estradas e casas. 
Hoje, praticamente só a agricultura, e o turismo, nos poderão vir a dar crescimento e emprego.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

As "costas largas" do transporte público

Fonte AQUI
"Costas Largas" e "Costas Largas II" são dois posts meus com um carácter fortemente revelador do desinvestimento propositado no transporte público com fortes responsabilidades políticas.
Quem tem pago a factura são os trabalhadores destas empresas com os seus salários e os utentes, que em alguns casos sofrem risco permanente e real de acidente.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ainda sobre os princípios das Zonas 30km/h

Citizen Iniciative for 30km/h, AQUI
Criticar a aplicação das zonas 30km/h é um exercício arriscado, porque é sempre sujeito a más interpretações. A categorização das pessoas é mais rápida do que a tentativa de compreensão dos conceitos em discussão, pelo que tenho sido acusado de ser contra as zonas 30km/h (!) porque sou a favor da segregação na via e das ciclovias!...
É absolutamente correcto implementar medidas de acalmia de tráfego em zonas confinadas, de forma homogénea e com uma leitura coerente e única das intervenções. Ou seja, reduzir a velocidade "ad hoc", em ruas colectoras ou mesmo em algumas distribuidoras, é um mau princípio, porque afectando a fluidez onde ela deve existir, acaba por concorrer para um caos generalizado que, em último caso, permite utilizar ruas de acalmia como concorrentes à distribuição de tráfego. Mas em tudo o resto sim. Claro que sim. 
Qual é então o meu problema com as Zonas 30km/h?
Como pude tratar neste post há dias, preocupa-me o desenho urbano que a generalidade das regras das zonas 30km/h determinam, assente em principios rodoviários focados no objectivo "velocidade" e quase nada na coerência arquitectónica da rua, no seu todo.
Artigo de opinião da Consultora "TIS", AQUI
Esta imagem acima retrata, no quadrado da esquerda, principios de aplicação de medidas de acalmia que, na prática, determinarão, na prática,  a destruição da rua. Para mim, as medidas de acalmia com maior influência no desenho global da rua são as medidas que definiria de "horizontais", onde os eixos de rua são afectados. São as mais nefastas, pois anulam os pontos de escape visual da rua. É esse anular de perspectiva que se torna tão eficaz na redução da velocidade automóvel, mas é tão perigoso se não for absolutamente bem desenhado. 
Há cerca de 2 anos publiquei este outro post  em que referi alguns excelentes exemplos, no caso na Baixa do Porto. Excelentes porque os principios de desenho urbano da rua foram salvaguardados integralmente, exactamente porque foram aplicadas medidas ao nível da alteração de pavimentos, um correcto alinhamento do eixo viário e medidas extra com um carácter "vertical". 
Podemos dizer que os custos entre o que foi proposto recentemente em Campo de Ourique em Lisboa e o que se fez na Baixa do Porto não são comparáveis. Não são certamente. Mas há que perceber a dimensão do tipo de intervenções enquadradas no seu contexto teórico, para que havendo mais verba não haja o risco de construir más soluções. 
Foto de uma medida de acalmia de tráfego em Campo de Ourique, fotografada pelo jornal "Público" e divulgada pelo Blogue a Nossa Terrinha AQUI
É possivel aplicar muitos dos principios de acalmia de tráfego com eficácia sem destruir as ruas. Muitas vezes os custos são os materiais utilizados e as alterações da drenagem. É possivel, com bons principios de desenho, alcançar boas soluções de desenho, num compromisso custo-benefício.
O recente "Pacote de Mobilidade" do IMTT sobre esta matéria (disponivel AQUI) traduz-se um documento importante, mas valoriza também soluções com um carácter fortemente rodoviário, onde para mais os custos de alteração do perfil de rua acabam por ser tão dispendiosos como qualquer outro tipo de soluções com maior coerência. (ver foto seguinte).
 Foto de uma intervenção em Amesterdão (in IMTT, pag. 28)
A solução essa, seja qual for, passará sempre, mas sempre, por um bom desenho urbano.
 
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