terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Um "post" de um tipo estranho

O meu empregador faz aquilo que todos os empregadores, desde que possam, proporcionam aos seus trabalhadores: estacionamento grátis nas suas instalações.
Esta imagem é a folha que é distribuída para que coloquemos a matrícula da nossa viatura. 
Sou com certeza um tipo estranho. Agradeço sempre a "benesse", mas devolvo sucessivamente a minha folha sem ser preenchida. Sim, tenho carro próprio mas não concebo deslocar-me nele no dia a dia. Ando de transportes públicos, a pé e de bicicleta. Com esta distribuição modal faço tudo na Cidade, mais facilmente permitam-me. É o mais racional, o mais lógico, o mais económico e frequentemente o mais rápido. E já é assim há uns anos. Nunca trouxe o carro para o lugar que me destinaram.
Lá está, com estacionamento grátis, o convite a trazer o carro é enorme. Para quem não tenha uma assinatura nos transportes públicos, é mais barato andar de carro do que, por exemplo, de autocarro. Um bilhete de autocarro é 1,30EUR. Ida e volta 2,60EUR. Uma fortuna. Facilmente se percebe que, se no final do destino o carro não paga estacionamento...é irresistível, não?
Os chamados empregadores são, eles próprios, dos grandes responsáveis pela geração de tráfego automóvel, pelo congestionamento e pelos investimentos (públicos, já agora) que é necessário depois dispender para ajustar a rede viária ao volume de tráfego gerado. Quando o empregador oferece o estacionamento, quando o "Shopping" oferece o estacionamento, quando o ginásio oferece estacionamento, fica o problema da sustentabilidade do sistema de transportes para resolver. Mas como nem tudo é mau, fica também um amplo espaço para desenvolver criativas acções de sensibilização ambiental sobre mobilidade. 
Numa altura em que mandamos "lixar" a Troika, pergunto-me se eles sabem que isto é mesmo assim?

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