quarta-feira, 26 de junho de 2013

8 verdades inconvenientes

Porque este é o meu blogue pessoal, onde escrevo sozinho e por mim só, sinto-me na necessidade de escrever este post, embora a propósito de algo onde estou envolvido profissionalmente, para além de emocionalmente.
O processo das hortas urbanas é demasiado virtuoso para ser alvo de tamanha campanha difamatória a propósito das Hortas da Cerca da Graça. Sou por isso contactado por amigos que me perguntam como é que não se falou com os hortelãos, como é que foi possivel destruir uma horta para construir outra.
Deixo aqui 8 pontos que esclarecem alguns dos receios daqueles que, lendo tanta informação nas redes sociais, começam a ter dúvidas sobre o que pensar: 

1 - A área alvo de limpeza durante o dia de ontem vão ser hortas urbanas públicas e todos os hortelãos que costumavam utilizar aquele terreno foram convidados a nelas participar;
2 - A empreeitada em curso insere-se na criação da maior zona verde do centro histórico de Lisboa, projecto que foi aprovado em reunião de Câmara e como tal esteve em consulta pública, e que garante em definitivo a perpetuação das hortas urbanas naquele espaço, integradas num miradouro de uso  público e que integra uma rede de água e abrigos comunitários para arrumos, tudo reivindicações de todos;
3 - O processo envolveu pelo menos 2 reuniões com todos os ocupantes, e o grupo que se queixa de não ter sido ouvido, veio a 2 reuniões, onde estavam todos os hortelãos que são, por isso mesmo, disso testemunhas; 
4 - A argumentação que gerou discórdia é simples: o grupo não aceita qualquer alteração daquele espaço que entendem ser deles. Daí em diante resolver faltar às reuniões convocadas pelo próprio Vereador Sá Fernandes. 
5 - A discussão do projecto envolve grandes talhões de hortas, com cerca de 90m2, em espaços terraceados de forma a contrariar o declive do terreno. É esta compartimentação do terreno que não cabe no conceito do grupo comunitário que entende ser direito seu a ocupação de terrenos municipais, vedá-los, enche-los de lixo e rejeitar toda a qualquer proposta de discussão. Sim, o espaço nos últimos tempos era uma lixeira e já não tinha culturas. Consulte-se as fotos e o abaixo-assinado de quase 500 pessoas circulava entre os moradores das redondezas. Dá-me ideia de que se prefere ouvir este grupo do que ouvir os moradores ou os outros hortelãos.
6 - À excepção deles, os outros hortelãos no local aderiram ao projecto, havendo uma pessoa que não quer continuar, por decisão própria;
7 - Com o diálogo extremado, notificaram-se todos os ocupantes para sairem do terreno. Essa notificação foi feita a este grupo que, a partir desse momento, preferiu agarrar-se a todas as questões legais como sejam considerar que a carta assinada não era "uma notificação como deve ser" ou que as reuniões que tiveram foi com pessoas que "não conheciam o processo". Este grupo, não sendo legalmente constituído e não tendo morada registada, foi também notificado por e-mail. 
8 - Ontem a empreeitada implicou a primeira tarefa: limpeza do terreno. Apesar disso o Vereador Sá Fernandes insiste em poder falar com o grupo e tentar uma solução de compromisso no novo espaço. 

Toda esta questão levanta algumas perplexidades:

a) Pode um grupo defender a vida comunitária e a liberdade e ao mesmo tempo recusar todas as regras da vida em comunidade, quando estas não lhes convêm?
b) Faz sentido que se defenda a ausência de regulamentação para os espaços, mas em seguida alegar que as notificações e outros passos processuais associados à limpeza do terreno não cumpram supostamente as regras legais?
c) Pode uma autarquia promover a qualificação de um espaço muito degradado, ainda para mais somando à legitimidade democrática, a vontade dos moradores e a concordância da Junta de Freguesia?

26 comentários:

  1. Pois é Duarte, devo-lhe um pedido de desculpas.

    A informação que tinha era de que o espaço estava cultivado sim, nomeadamente com técnicas de permacultura, que a muito leigo parecem "lixo". Mas realmente é aparente que o descaso tomou conta da horta comunitária, e entende-se a necessidade de fazer a requalificação. E também entendo a dificuldade em alcançar acordo com o Gaia, que não é propriamente conhecido pela abertura ao diálogo em termos que não lhe agradem. É inaceitável que não tenham comparecido às reuniões convocadas para decidir o destino da horta, o que lhes tirou legitimidade para influenciar os destinos a dar àquele terreno. Agora, mantenho a opinião de que você lida mal com formas de actuar diferentes ou que não entenda, e cai no mesmo erro em que eu caí, de fazer juízos precipitados.

    Boa sorte com a continuação do projecto.

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    1. Lamento começar de forma tão dura, mas o que o senhor arquitecto diz é falso ou enviesado. A horta foi sempre cultivada em 6 anos de duração - agradeço que veja os videos disponíveis na net sobre o assunto. O GAIA já não está no projecto há mais de 3 anos, embora seja apoiante do mesmo e não esteve em nenhuma reunião com os senhores. O "lixo" para o sr. Duarte são materiais de construção reciclados e estruturas de sustentabilidade e apoia à horta - nomeadamente um depósito de composto, uma vez que o grande amigo das hortas, o vereador Sá fernandes, decidiu impedir o fornecimento de água à mesma há mais de 3 meses. Impedidno os bombeiros de o fazer como antes o faziam. Por essa razão foi decidido deixar crescer erva para que a humidade se mantivesse e a sombra evitasse a morte das plantas e árvores. E foram os hortelões que passaram a trazer água pelos seus próprios meios (veja -se neste filme do dia do despejo: http://www.youtube.com/watch?v=nFlHkMkMylI&feature=youtu.be. Na verdade, a decisão sobre o futuro da horta estava tomada há muito tempo e não havia da parte da CML nenhuma vontade negocial. É falso que alguém tenha faltado a reuniões o que sucedeu foi o gabinete do sr. Sá Fernandes ter enviado um email às 18h de um dia para uma reunião no dia seguinte - e o email não foi visto. Foi solicitado depois agendamento de reunião posterior. As duas reuniões que existiram foram com técnicos e não com o vereador (estava agendada uma reunião para a semana do despejo, mas a vereação agiu estranhamente ao convocar uma reunião formal seguida de uma informal - e foi a essa última que o grupo disse que não iria). Se a primeira reunião mantida parecia dar sinais de abertura no processo negocial a segunda logo apresentou a discussão como finalizada - ao estilo do pensamento aqui do sr. arquitecto aliás. Ou a Horta comunitária aceitava um talhão de 90m2 (alugado e formatado pela CML) ou nada. Pelo que sabemos agora nem sequer essa "dádiva" parece estar na agenda. Durante o processo de discussão puseram os vizinhos, que ali cultivavam já talhões individuais mas com partilha comum de algumas coisas, numa situação de terem de tomar posição rompendo com o colectivo de hortelões da Horta do Monte e aceitando as regras das hortas urbanas da vereação actual. Chama-se dividir para reinar, técnica mui politiqueira aliás... Finalmente, gostaria de dizer que não sou hortelão, sou amigo da horta há algum tempo, vizinho da Graça, coloco ali o meu lixo orgânico e participo pontualmente de alguams actividades da horta, mas sempre me recordo de ver ali um investimento colectivo (de intensidade flutuante obviamente) e uma energia que por muito despejo violento e regulamentações herméticas que o Sr. Vereador decida fazer, jamais se apagará. Diga-se por fim que ao invés da CML o projecto Horta comunitária do Monte nunca esteve contra o Jardim proposto pela CML mas pela integração dos dois projectos (aliás o espaço será dividido por uma rua...enfim...) ao invés a CML parece ter na leitura do seu vereador uma visão bem estreita do mundo e muito pouco dada à particiapção cidadã que tanto apregoa nos outdoors da campanha eleitoral. Esperemos que tudo não se resuma a quiosques para turista ver e a Hotéis de charme (como se prevê)...

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  2. João, obrigado pela sinceridade.
    Nós queremos que o projecto continue e isso sempre foi dito... o problema das "opiniões diferentes" é que do outro lado sempre disseram que este terreno não era para fazer nenhum projecto, era para eles (ponto). Aliás, esse é o ponto central da discórdia, sobre o qual vejo que até concorda com a CML. Mas é claro que é possível manter este projecto dentro de uma área de 90m2 ou maior se nos for sugerido. E isso está claro completamente pelas reuniões. Aliás, uma das coisas mais importantes que esta obra fará é a rede de águas, que todos pediam.
    Não deixa de ser giro que o grupo que se dizem legítimos ocupantes da Horta a seu belo prazer venha depois exigir água à CML...
    Temos um processo igualzinho a este a decorrer na Ajuda numa área de hortas onde cada vez mais gente ocupou, muitissimo maior que este, onde a única coisa que recebemos quando lá vamos é sorrisos e às vezes até couves. Vamos manter toda a gente e apenas ordenar o essencial para ser visitável como um parque. Tal como aqui queremos é que isto exista e dê frutos. Cumprimentos

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  3. e muito convenientes...a falta de informação e conhecimento relativo a práticas ambientalmente sustentáveis como as que se enquadram na metodologia e filosofia da permacultura leva a que se disseminem alguns disparates e que se faça alguma confusão com conceitos e factos...falta aí muita informação, e alguma está inquinada por falta de verdade...não é verdadeiro que as pessoas que ocupavam o local não quisessem dialogar...como também não se referem as decisões contraditórias entre vereações, as quais nunca foram explicadas aos interessados...quanto á petição que o blogger fala, ela não teve essa adesão toda, sendo que existe uma outra petição que, essa sim, reunia muito mais assinaturas! Qual foi o processo dito democrático que a CML levou a cabo para se assumir que o projecto expressa a vontade da população!? Porventura deve ter sido um processo análogo ao que foi levado a cabo aquando dos inícios dos trabalhos - com pessoas espancadas e mandadas para o hospital...enfim...a questão central é: durante estes anos todos o espaço nunca interessou aos sucessivos executivos camarários, e agora não houve o mínimo respeito e consideração por quem ali desenvolveu muito projecto interessante e relevante...muito gosta certa gente de grandes relvados...

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  4. Não interessou aos executivos camarários?
    Engana-se, ia ser um silo automóvel.
    Vai ser hortas, públicas, e estão todos convidados a participar. Grande reviravolta face ao destino original.

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    1. Já ouvi dizer que está planeado um hotel para a zona! :)

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  5. Oh por favor, "ia ser um silo automóvel"! Muito gosta o Duarte de justificar as burradas que fazem com os papões do ACP e similares. Ganhe coragem para assumir as suas opções, homem!

    Já que aprecia a sinceridade, aqui vai mais uma dose: retiro as desculpas. Pelo que conta a malta da horta, são avisados duma reunião de véspera, e depois a CML usa isso como justificativa para os excluir das conversas; e essas fotos do lixo, são mesmo do "ANTES", ou do dia da remoção? Independentemente das asneiras que os hortelões também tenham feito, chico-espertices deste calibre revelam uma falta de espinha dorsal repugnante, e você perde toda a credibilidade ao refugiar-se no poderzinho que ainda tem. Até ver...

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  6. João, felizmente coragem é coisa que não preciso de conselhos seus. Decida-se lá, se quer ou não pedir desculpas! É consigo, por mim tanto me faz. Mas a sua espinha dorsal parece-me vacilar muito. É o que faz ter preconceitos na abordagem a todas as coisas e andar desesperado à procura de informação. Tenho a certeza de que agora ficará mais tranquilo pela sua consciência. E se ficar, eu fico igualmente satisfeito.
    E quanto a nós, devia ter mantido os conselhos que me diziam para não perder tempo a responder-lhe mas eu é que vacilei novamente a acreditar na sua boa fé e na minha obsessão de tentar responder a todos quantos perguntem. Nunca mais aprendo.

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  7. Acho melhor arranjar fotos com maior defenição, é que as que apresenta não deixam ver lixo algum: só estática digital...

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  8. Está visto que nessa "obsessão de responder" não cabe esclarecer quando tirou as fotografias que aqui nos deixa, nem porque não tentaram prosseguir o contacto com os hortelões que trabalhavam ali no espaço há 7 anos, muito anos da CML se lembrar de ali implementar a sua grandiosa visão das hortas urbanas. Ah, esqueci-me, tentaram, contactando-os em cima da hora, num truque que já bem vos conheço de outros carnavais. Por saber disso agora e por saber muito bem do que são capazes é que reavaliei a minha opinião sobre o caso.

    Falta de espinha dorsal não é reavaliar posições à luz de nova informação. É sim abusar de um mandato que lhe foi conferido pelos lisboetas para levar a sua avante, desprezando iniciativas de cidadãos que amam a sua cidade e que se vocês fossem mais inteligentes e sérios seriam os vossos principais apoiantes. E não ponho em causa as legitimidades democráticas e regilamentos que o autorizam a abusar do seu poderzinho: como bom burocrata já sei que isso não é algo que descurem.

    Mas ao contrário de si a mim não me interessa dar-lhe lições de moral, se ainda cá venho é porque não quero que passe em claro o embuste que é a "participação popular" que tanto gosta de apregoar. O Duarte preocupa-se muito com o legado que há-de deixar. Pois a continuar assim arrisca-se a que seja uma nota de rodapé de gosto duvidoso. Com muitas florzinhas a enfeitar, é certo, mas sem pingo de humanidade.

    Passar bem

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  9. - garafoes vazios, porque de garafoes era a unica forma de levar agua depois de a CML ter cortado a agua
    - essas fotos não são "o antes" são o DURANTE a destruição
    - Isso vai ser uma horta aberta a todos? como se são talhões individuais.

    Isto não se passaria numa outra capital europeia, mas aqui só há tacanhos com a mentalidade do estado novo... temos o país que merecemos

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  10. Sou morador há 41 anos, portanto da comunidade e não gostava daquela horta ali. Nada contra o conceito, pelo contrário. E anseio pelo parque.
    Esta é a percepção que se tinha da rua, a pé.
    http://s16.postimg.org/tpf2xqic5/HM_03.jpg

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  11. diz o autor deste blogue acima: "É esta compartimentação do terreno que não cabe no conceito do grupo comunitário que entende ser direito seu a ocupação de terrenos municipais, vedá-los, enche-los de lixo e rejeitar toda a qualquer proposta de discussão. " - ESTÁ A DETURPAR E A MENTIR: o terreno comunitário não estava vedado (apenas os talhões individuais?)(talvez para evitar o inconveniente das necessidades dos cães?) - não tinha lixo, mas materiais reciclados - e o grupo não recusou o diálogo, apenas não aceitou as condições impostas, e solicitou ao vereador serem ouvidos e não tiveram resposta. Além disso, PROIBIR O ABASTECIMENTO DE ÁGUA por parte da limpeza urbana, chama-se SACANICE ou outra coisa?

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  12. O que deviam era ter vergonha de não DIVULGAR PROJECTOS como este ABERTO A TODOS e principalmente aos que mais precisam!
    Realmente uma grande lixeira! Que bom que podem pagar a pessoas para fazerem circular uma petição no bairro a dizer mal da Horta do Monte em vez de pagarem para divulgar este maravilhoso projecto ONDE SE CRIAM E FORTALECEM LAÇOS ENTRE PESSOAS DE DIVERSAS FAIXAS ETÁRIAS E GRUPOS SOCIAIS, ONDE A PARTILHA E A TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS ACONTECE.
    Sei que está envolvido profissionalmente e emocionalmente com o novo projecto, mas não é vergonha nenhuma se disser que não teve oportunidade de conhecer o projecto pessoalmente e que muda agora de opinião porque estudou bem o que foi a Horta do Monte.
    Deixo-lhe um vídeo para nutrir a sua curiosidade: http://hortadomonte.blogspot.pt/2012/02/onde-crescem-as-alfaces.html
    E mais deixarei se não entender o propósito do projecto, que só foi lixeira antes de entrarem as pessoas e o grupo da http://hortadomonte.blogspot.pt/ que lá trabalharam para o bem comum mais de 7 anos.
    Atentamente
    MM

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  13. O fascismo é exactamente isto: não respeitar qualquer poder democrático eleito e não admitir qualquer espécie de negociação com esse mesmo poder, para além da intransigência das suas posições. Fascismo e autoritarismo, cada vez mais claro pelo tipo de comentários aqui expressos. Continuem que isto vai dar um bom tratado de ciência política.

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    1. Caro Duarte d'Araujo Mata,

      Eu estive na primeira reunião com a CML e era importante que o senhor lá estivesse estado também. Não houve negociação nenhuma. Limitaram-se a transmitir-nos as decisões já tomadas. Durante os dois meses seguintes fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para sermos ouvidos. No dia em que a máquinas entraram na horta aguardávamos a marcação da primeira reunião que iria dar início ao processo de integração de ambos os projectos.

      Não havia necessidade nenhuma de terem destruído tudo para semear um relvado.

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  14. Ai santa ignorância! agora os hortelões já são fascistas? o poder eleito devia estar ao serviço das pessoas, ouvi-las, e não hostilizá-las - o fascismo é a imposição da autoridade; não venha dizer que os coitados dos cidadãos são fascistas porque desrespeitam os "democraticamente eleitos", porque com essa calinada finalmente revelou-se-lhe a alma. Quem não quis negociar foi o Zé Corta-árvores...

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  15. Alguns comportamentos foram fascistas sim.
    Ouvir as pessoas? Claro, foi o que se fez, várias vezes neste e noutros processos. No início do processo alguns diziam que ninguém tinha falado com eles, mas aos poucos foram-se lembrando. Ainda bem. Caro anónimo, foque-se em discutir que as hortas estão ao serviço da especulação imobiliária, parece-me um tema muito válido.

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  16. os fascistas gostavam que respondesse a uma pergunta de forma democratica, tal como o senhor sempre se exprime, salvo neste preciso assunto :
    - Em que dias e horas foram feitas as fotos classificadas como ANTES ?
    - Quem são os homenzinhos de cor fluroescentes nestas fotos (todos sabemos que os anarcosleguminosos vestem-se de cor escuras...) ?

    De resto, parabens e votos de continuação em escrever apenas para si.

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  17. boa tarde

    as pessoas que fizeram a horta tinham poucos meios e por isso tinham um aspeto pouco "arrumadinho", mas havia herbáceas, plantaram-se árvores de fruto organizaram-se debates onde estive com a presença do Arq. Ribeiro Telles , entre outra iniciativas comunitárias locais.
    Pergnto aos especialistas que enviaram as retroscavadores e destruiram Tudo, o que vão dizer às crianças que plantaram árvores e plantas e que agora perguntam Onde estão? pois só há terra e pedras tudo desapareceu!








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  18. Caro Pedro Joel, eu não estive em nenhuma reunião, e por isso mesmo não me refiro a elas estando lá, mas acredite que sei o que se passou. E a argumentação que obrigou a marcar uma 2ª reunião foi simplesmente a de que o grupo em questão abordou a CML dizendo "não nos interessa esse modelo de hortas da CML".
    Repare, depois da 2ª reunião em que o argumento se manteve inalterado, pese embora o grupo pudesse ter apresentado soluções diversas para o problema (ex: mais área, outras formas para as parcelas, separação física dos outros hortelãos, se fosse intenção, garantias de que as actividades em curso se manteriam, etc).
    Como qualquer cidadão que esteja fora destes assuntos percebe, o facto de se requalificar esta área não impediria nada disto. Dentro da área destinada ao grupo, tudo poderia continuar e dada a degradação visível do espaço, até seria um bom momento para começar de novo e começar direito. Note que as grandes melhorias que vamos fazer é o terraceamento, a colocação de água que era assunto urgente e a disponibilização de abrigos.
    Compreenda que se do lado contrário nos dizem apenas "não queremos esse modelo" como se estivessemos a fazer relvados ou a vedar para um jardim privado...

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  19. Lamento começar de forma tão dura, mas o que o senhor arquitecto diz é falso ou enviesado. A horta foi sempre cultivada em 6 anos de duração - agradeço que veja os videos disponíveis na net sobre o assunto. O GAIA já não está no projecto há mais de 3 anos, embora seja apoiante do mesmo e não esteve em nenhuma reunião com os senhores. O "lixo" para o sr. Duarte são materiais de construção reciclados e estruturas de sustentabilidade e apoia à horta - nomeadamente um depósito de composto, uma vez que o grande amigo das hortas, o vereador Sá fernandes, decidiu impedir o fornecimento de água à mesma há mais de 3 meses. Impedidno os bombeiros de o fazer como antes o faziam. Por essa razão foi decidido deixar crescer erva para que a humidade se mantivesse e a sombra evitasse a morte das plantas e árvores. E foram os hortelões que passaram a trazer água pelos seus próprios meios (veja -se neste filme do dia do despejo: http://www.youtube.com/watch?v=nFlHkMkMylI&feature=youtu.be. Na verdade, a decisão sobre o futuro da horta estava tomada há muito tempo e não havia da parte da CML nenhuma vontade negocial. É falso que alguém tenha faltado a reuniões o que sucedeu foi o gabinete do sr. Sá Fernandes ter enviado um email às 18h de um dia para uma reunião no dia seguinte - e o email não foi visto. Foi solicitado depois agendamento de reunião posterior. As duas reuniões que existiram foram com técnicos e não com o vereador (estava agendada uma reunião para a semana do despejo, mas a vereação agiu estranhamente ao convocar uma reunião formal seguida de uma informal - e foi a essa última que o grupo disse que não iria). Se a primeira reunião mantida parecia dar sinais de abertura no processo negocial a segunda logo apresentou a discussão como finalizada - ao estilo do pensamento aqui do sr. arquitecto aliás. Ou a Horta comunitária aceitava um talhão de 90m2 (alugado e formatado pela CML) ou nada. Pelo que sabemos agora nem sequer essa "dádiva" parece estar na agenda. Durante o processo de discussão puseram os vizinhos, que ali cultivavam já talhões individuais mas com partilha comum de algumas coisas, numa situação de terem de tomar posição rompendo com o colectivo de hortelões da Horta do Monte e aceitando as regras das hortas urbanas da vereação actual. Chama-se dividir para reinar, técnica mui politiqueira aliás... Finalmente, gostaria de dizer que não sou hortelão, sou amigo da horta há algum tempo, vizinho da Graça, coloco ali o meu lixo orgânico e participo pontualmente de alguams actividades da horta, mas sempre me recordo de ver ali um investimento colectivo (de intensidade flutuante obviamente) e uma energia que por muito despejo violento e regulamentações herméticas que o Sr. Vereador decida fazer, jamais se apagará. Diga-se por fim que ao invés da CML o projecto Horta comunitária do Monte nunca esteve contra o Jardim proposto pela CML mas pela integração dos dois projectos (aliás o espaço será dividido por uma rua...enfim...) ao invés a CML parece ter na leitura do seu vereador uma visão bem estreita do mundo e muito pouco dada à particiapção cidadã que tanto apregoa nos outdoors da campanha eleitoral. Esperemos que tudo não se resuma a quiosques para turista ver e a Hotéis de charme (como se prevê)...

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  20. Todos os problemas comportam, pelo menos, dois lados e duas versões; duas verdades. Mas há dois aspectos que, para mim, merecem especial atenção: um ambiental e um político.

    1) A nível ambiental vê-se, pelas fotos (comprovado), a forma como foram retiradas da terra as árvores de fruto, em plena época de frutificação e como foi atacado o terreno por grandes máquinas escavadoras quando toda a obra num terreno que se pretende vir a ser (novamente) horta, deveria comportar uma operação manual ou mais delicada. NÃO HOUVE QUALQUER PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL, como geralmente nunca há nas obras autárquicas (veja-se a "requalificação da zona ribeirinha do T. Paço/ C. Sodré).

    2) A nível político e social assiste-se, mais uma vez, à apropriação política, e consequente enviesamento, de uma ideia suportada por um conceito de desenvolvimento integrado: hortas urbanas comunitárias. Este tipo de hortas existem há décadas em Lisboa (e noutras cidades) sem que tenham interessado a qualquer autarca. Tornaram-se agora (por diversas razões) estandartes eleitorais e é neste contexto que a CM Lisboa se tem interessado em retirar as terras aos seus utilizadores (veja-se o que estão a fazer no vale de Chelas) e a "requalificar" os espaços de acordo com um desenho de arquitecto muito bonito enquanto visto de cima.

    Por outro lado, como já foi referido noutro comentário, as requalificações dos espaços por esta edilidade (e outras) não têm em consideração a dimensão comunitária nem de participação dos cidadãos nas decisões sobre a utilização de espaços. Conheço por dentro alguns casos e sei bem do que falo. As autarquias apresentam projectos já decididos e, quanto muito, dispõem-se a ouvir as pessoas - que saibam da sua existência.
    As autarquias apresentam enormes incoerências entre os seus discursos pro participação e as suas práticas a favor dos interesses privados de grandes empresas ou de um eleitorado populista.

    Mário Montez - animador sociocultural

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  21. Agradeço que divulgue (e não censure) o contraditório aqui publicado (que já antes enviei): http://offxore.blogspot.pt/2013/06/8-mentiras-convenientes.html

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  22. Anónimo, publiquei todos os comentários que tinha na caixa de moderação. A moderação serve apenas para garantir que se evite a degradação da linguagem e ataques pessoais que acontecem noutros blogues, que degradam o ambiente geral dos comentários e que acaba por afastar muita gente de publicar. Se houve algum que não esteja na lista, por favor submeta-o novamente, pois não tenho nenhuma na caixa. Cumprimentos

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  23. Caro Duarte d'Araújo Mata

    Foi entregue uma Exposição à Assembleia Municipal de Lisboa. Para quem estiver interessado, aqui fica o link:

    http://hortadomonte.blogspot.pt/2013/07/exposicao-assembleia-municipal-de-lisboa.html

    pedro joel

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