terça-feira, 5 de abril de 2011

Apontamentos em tempos de austeridade

A despesa em Espaços Verdes:

Foto do Projecto da Quinta do Zé Pinto (no Facebook)

Em Campolide (Lisboa), 3 hectares de zona verde são uma resposta barata, eficaz, funcional e...até divertida para a crise financeira. Apesar de ridicularizados pela opinião pública quando, no Verão, de cereais de Verão se tratava (no caso girassóis), no Outono / Inverno é sempre mais fácil achar-se que se está verde...

Fazer do conceito de espaços verdes jardins floridos e relvados é, actualmente, impossivel. Impossível porque não há verba para essa construção, uma vez que estará cativa a problemas mais urgentes e mais prementes. Impossível porque cada metro quadrado de novo espaço verde significa um custo permanente desde o momento da inauguração.

Ainda há quem goze o Prof. Ribeiro Telles pelas Hortas Urbanas em vez de jardins e pelos rebanhos de ovelhas em vez de corta-relvas?


Transportes públicos e a revisão do défice de 2010"

"É preciso chegar à Refer, CP ou Metro do Porto e ver o serviço que prestam e qual é serviço público, porque nem todo o é. Depois, é necessário ver quanto custa e se estamos dispostos a pagar o preço [que pedem], porque podemos não estar", avançou no Clube dos Pensadores, em Gaia.  AQUI

O transporte público cumpre um papel fundamental nas sociedades modernas. Não podemos ficar espantados se em termos contabilisticos der prejuízo.
Isto porque as vantagens (o equivalente a parte da receita) está nas poupanças que os cidadãos fazem ao utilizá-los.
 Vejamos algumas "receitas" directas e indirectas para o Estado pela utilização de transportes públicos:

1. Menor endividamento das famílias por compra de carro próprio, gasolinas, oficinas, portagens, seguros, acidentes, etc, libertando investimento para outras áreas.

2. Menor carga viária, logo menor investimento do Estado em vias, logo menos despesa.

3. Menos custos com acidentes viários, congestionamentos, logo  poupança na saúde e na segurança social para o Estado. Poupanças de todos por chegarmos a horas ao trabalho. (nota: em dia de greve do metro de LIsboa, bem se percebe as vantagens do transporte público!...)

4. Menos poluição atmosférica, logo poupanças na saúde e no restauro de património.

5. Libertação de espaço público para outros investimentos, com influência na requalificação urbana e no comércio de proximidade.


Estamos a entrar em tempos perigosíssimos para os cortes contabilisticos. O ordenamento do território, o ambiente, o transporte público, no fundo a sustentabilidade ambiental, contabilisticamente, estarão por estes dias muito expostos a cortes por via do facto de  representarem despesas. Há que perceber que há poupanças a vários níveis que em muito compensam os gastos.
E não ver isso será, isso sim, gravíssimo. As crises podem servir para mudarmos de rumo, não para acentuar os erros.

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