quarta-feira, 29 de junho de 2011

Manuel Falcão, benvindo à sua Cidade que se orgulha de começar a ser ciclável!

Foto: Lisboa, Entrecampos, em pleno Planalto (fonte Bing Maps)
 
O Dr. Manuel Falcão escolhe dedicar a sua crónica no "Metro" a demolir a aposta da bicicleta em Lisboa.
 
Lisboa não será nunca Amesterdão mas começa a mostrar capacidade de ser Edimburgo, Lausanne ou San Sebastian, e lutar por 7-10% de viagens em bicicleta, a par destas cidades com áreas declivosas razoáveis mas onde a bicicleta tem o seu lugar.
 
O QREN 2008, que deu luz verde à Rede Ciclável de Lisboa, exigia metas: 5% de todas as viagens em 2013. Cerca de 12.500 utilizadores a fazerem 2 viagens por dia.
Em Edimburgo estavam nos 5% e tentam chegar aos 10% por esta altura. Lausanne nos 7%.
 
A bicicleta foi apresentada aqui como um complemento do transporte público, para retirar pessoas do automóvel e trazê-las para a utilização do transporte público, funcionando como componente de ligação.
 
As ciclovias, não sendo o fim em si mesmo da bicicleta, são um forte impulso à sua utilização, designadamente em vias com enorme fluxo viário ou em situações declivosas pontuais, como é o caso específico da Rua Marquês da Fronteira, permitindo ao ciclista efectuar velocidades muito mais lentas do que os veículos em segurança e resguardo.
 
Mas a bicicleta nas curtas distâncias é muito competitiva (até 3km) e pode ser um meio de transporte único, viável, rápido e eficaz.
E tantos percursos se podem fazer nestas distâncias em Lisboa e nas zonas planas...
 
Sim, porque há mais do que 7 colinas em Lisboa...não sabia isso pois não Sr. Dr.?
 
 
 
Notas sobre a Aptidão Ciclável:
 

A Aptidão Ciclável representa a avaliação da rede rodoviária e de caminhos existentes ou propostos, no que respeita ao seu declive longitudinal, de modo a seleccionar todos os percursos que oferecem condições de declive para serem cicláveis sob o ponto de vista do conforto.

 

A elaboração da denominada "Aptidão Ciclável" é fundamental num processo de síntese de uma Rede Ciclável, entendida sob o ponto de vista do conforto para todos os utilizadores. A lógica interna de funcionamento de uma rede ciclável passa primeiramente pelo facto do seu declive ser adequado à circulação de bicicleta. Os declives mais frequentemente utilizados para circulação em bicicleta estão incluídos nas seguintes classes:

 

0-3% - terreno considerado plano, com aptidão completa para a circulação em bicicleta;

3%-5% - terreno pouco declivoso, considerado ainda satisfatório para  circular de bicicleta até médias distâncias;

5-8% -terreno declivoso, impróprio à partida para circulação de bicicletas a longa-média distância podendo, no entanto, funcionar como troços cicláveis de ligação (até 150m) (Pedestrian and Bicycle Information Center em http://www.apbp.org);

8%-10% - terreno muito declivoso, não adequado à circulação de bicicletas, excepto para troços muito pequenos de ligação (até 45m) (Pedestrian and Bicycle Information Center em http://www.apbp.org).

 

O Guia AASHTO dos Estados Unidos para as boas normas de planeamento e construção de redes cicláveis refere que:

 

· Troços com 5-6% são aceitáveis até 240m;

· Troços com 7% são aceitáveis até 120m;

· Troços com 8% são aceitáveis até 90m;

· Troços com 9% são aceitáveis até 60m;

· Troços acima de 10% são aceitáveis até 30m;

· Troços acima de 11% aceitam-se até a um máximo de 15m

 

O cumprimento dos requisitos de declive longitudinal é um aspecto necessário para a sua utilização por todas as classes etárias. Considera-se que até 5% de declive se aplica uma grande abrangência de utilizadores sendo que, no entanto, entre 3% e 5%, os percursos cicláveis não deverão apresentar distâncias demasiado extensas sem interrupções ou paragens, podendo esta classe de declives ser já considerada exigente para situações de comprimento extenso.

 

A própria atractibilidade de uma rede está também, a par com outros aspectos, intimamente ligada com o declive longitudinal dos percursos.

 
 
 
 
 

1 comentário:

  1. Caros amigos, para quem anda ha mais de 40 anos todos os dias de bike, para quem faz todos os dias uteis moita-alfeite-moita como meio de transporte, e ler a crónica desse senhor ate parece que os grande crime da nossa sinistralidade são as bikes, quantas mortes ja houve nos ultimos 20 anos de ciclistas, quantas pessoas ja foram atropeladas pelas bikes? Esse senhor possivelmente para andar de bike precisa de rodinhas....

    ResponderEliminar

Os comentários estão sujeitos a moderação. Serão publicados assim que possível. Obrigado

 
Site Meter