quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pressinto que o tempo vai aquecer...


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Este post poderia estar escrito antes das eleições.
O problema é o mesmo, quer fossem uns, quer fossem outros. É a conjuntura que o diz!
 
Enquanto as equipas discutem o novo Governo, enquanto saltam nomes para cima da mesa,´o tempo tem andado fresco, com muitas núvens no céu. Mas vai aquecer dizem. Eu pressinto-o...e estou preocupado!
 
As medidas de austeridade têm uma dimensão social e económica directa, mas há um rol de medidas que, como habitualmente, prevêm, não as reduções, mas a facilitação do crescimento.
Ora, a facilitação do crescimento económico em Portugal sempre se tem feito às custas do Território e da Paisagem, reunindo uma mistura explosiva de uma "Troika" da oportunidade, que alia Urbanismo, Automóveis e Turismo.
O País, em nome de um suposto crescimento, destroi as suas mais-valias territorias, gerando "PIN+", excepções à regra e celeridade, vocacionando para as medidas de minimização dos Estudos de Impacte Ambiental a "garantia" do respeito.
 
Não é disto que se trata!
 
A destruição dos nossos bons solos por actividades que geram " crescimento" gera...recessão, a prazo.
Uma estrada em vez de ferrovia, idem (embora no curto-prazo possa parecer o contrário).
Um PIN+ numa área sensível deita por terra os negócios de todos os outros.
 
Falo pois de dinheiro, não de Ambiente.
Dinheiro, que o nosso território, que as nossas áreas de REN e RAN, Rede Natura e todas as serventias ambientais na verdade prestam através de "serviços" ambientais que mais não são do que dinheiro poupado às outras actividades.
 
Contabilidade não é olhar para o transporte público como gerador de despesa!
É olhar integradamente para o valor económico fornecido por este serviço e contabilizá-lo na hora de "cortar" ou subir os preços dos bilhetes.
 
O que é melhor para o "crescimento" da nossa economia?
Eficiência energética que vale dinheiro ou uma nova barragem que produz a mesma energia que é poupada com medidas de investimento na poupança? A nova barragem facturará mais, provavelmente, mas as medidas de poupança feram mais emprego local. E os custos dos impactes da nova barragem?
 
O PIB e a facturação são, infelizmente, a cartilha que todos os analistas económicos, políticos e de todos os partidos com assento parlamentar usam:
+ PIB, + crescimento.
- PIB, recessão,...
 
Há um problema de avaliação do que é o progresso e o desenvolvimento...
É melhor para a qualidade de vida estar na Dinamarca em recessão ou em Portugal com crescimento, por exemplo, de 6%?
Quais as variáveis económicas que teremos se defendermos os valores económicos do ambiente e o bom ordenamento do território?
 
Temo que na febre do crescimento e dos cortes, avancemos a toda a força por maus caminhos...

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