Em Mafra, a 30 minutos de Lisboa, de repente o subúrbio acaba e começa o campo.
Bucólico? Também.
Mas sobretudo integrado, equilibrado, limpo.
A "Aldeia da Mata Pequena", sobranceira sobre encostas de carvalhais, agora transformada num projecto turistico, para se visitar, mas para se viver. Pode dormir-se lá e er uma experiência de aldeia.
Esta aldeia restaura para manter intacta a Aldeia, na sua dimensão e com as suas características.
É possível aliar uma arquitectura contemporânea com arquitectura tradicional, de forma sustentável e equilibrada.
Mas arquitectura contemporânea não pode ser entendida como a negação da arquitectura tradicional, como algo que surge como um novo "conceito" de arquitectura, como um desvario formalista massificado sem princípios funcionais e sem um fim em si.
Arquitectura contemporânea tem que ser uma re-intepretação da arquitectura local, tornando-a ajustada às novas necessidades funcionais e respondendo às novas exigências da vida quotidiana, que anteriormente não faziam parte das necessidades dos edifícios e do urbanismo, bem como superar a dimensão da eficiência energética.
Como estou farto de ver "caixotes-brancos" de norte a sul do País, edifícios em betão armado, ineficiente energeticamente, sem termos a percepção se estamos no Norte ou no Sul, descontextualizados e não integrados no terreno, gerando muros de suporte desnecessários e outras fracturas, que diria serem "expostas".
Tudo porque o Arquitecto quis marcar a sua posição e ..."deixar marca".
São muito poucos os arquitectos que conseguem articular arquitectura tradicional e contemporânea, criando uma leitura dinâmica da nossa cultura. Mas existem.
Sim, é possível.
Esta Aldeia da Mata Pequena tem muita graça pela sua micro-escala e quase se torna um "case-study" de uma aldeia saloia totalmente preservada.
Vale a pena conhecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários estão sujeitos a moderação. Serão publicados assim que possível. Obrigado