terça-feira, 6 de abril de 2010

Nuclear: Eles aí estão de novo

 
Não tenhamos dúvidas: sempre que se fale de produção de energia, independência de petróleo ou redução de emissões de CO2, eles aí vêm! Os nuclearistas! Estão aí outra vez a exigir uma central nuclear, desta vez a propósito do disparatado plano nacional de barragens (PNB) e das suas consequências ambientais, como se vê aqui.
 
A questão da política energética tem que ser clara por parte do Governo, para não abrir brechas indefensáveis na razoabilidade da argumentação: o enfoque deve ser na redução da factura energética, e designadamente na intensidade energética, e não no aumento de produção de energia para colmatar o crescendo de gastos.
 
Assim, 5% de redução apenas anularia a construção das barragens. 5% que se conseguem exactamente com parte do dinheiro gasto nas barragens e criando emprego qualificado disperso pelo País, sem destruir Paisagem.
 
Os nuclearistas aproveitam estas falhas para cravarem o seu "pé-de-cabra" e, ao lado dos contestatários do PNB, tentarem angariar aliados.
 
O nuclear não é seguro, o nuclear gera resíduos, o nuclear gera produção e não quer saber de redução de consumos, aliás não lhes convém sequer.
O nuclear é caro e só funciona com subsídios Estatais - ainda espero do lobby nuclearista vir dizer que constroi as centrais nucleares sózinho, que fará as muito-dispendiosas alterações na rede eléctrica sózinho e que assumirá os riscos de exploração sózinho -.
Não o faz: Aparece logo de mão estendida.
Até uma cota de consumo garantido discute: Se não gastarmos X, o Estado garante! Excepcional!
 
O nuclear é perigoso!
Perigoso desde o conceito, perigoso devido às fugas e acidentes, perigoso nos resíduos, perigoso devido à própria insustentabilidade financeira.
 
O modelo energético em Portugal deve premiar 3 coisas fundamentais:
 
1) a redução drástica de consumos (ordenamento do território, sustentabilidade da construção e eficiência energética e a progressiva conversão do valor real da factura com o real custo de produção e introduzindo a tarifa social direccionada) 
2) a diversificação da produção através de energias limpas
3) o fomento da auto-produção e a disseminação dos pequenos produtores com injecção na rede.
 
Nem betão para barragens nem para centrais nucleares!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Os comentários estão sujeitos a moderação. Serão publicados assim que possível. Obrigado

 
Site Meter