sábado, 12 de janeiro de 2013

A culpa será sempre dos donos

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Nestes tempos conturbados de crise, a semana passada foi particularmente focada no relatório do FMI e no acontecimento trágico da morte da criança de Beja de 18 meses por um cão de uma raça potencialmente perigosa.
O resumo desta situação leva-me a concluir várias coisas:
1 - Os cães de raça potencialmente perigosa são como armas. Só as podemos ter com licença e todos os cuidados. Se "dispararem" matam gente e os donos devem ser criminalizados por isso.
2 - Houve um movimento de mais de 30 mil pessoas em auxílio do cão, procurando evitar o seu abate. Não quero comentar mais a decisão ou não do abate, apenas constatar que o sentimento movimentos "pró-animal" está cada vez mais operativo em comparação com o movimento "pró" Humano. O cão chama-se "Zico". E a criança morta? Alguém sabe? (Chamava-se Dinis, já agora).
3 - Há definições de hierarquia entre Homem e Animal ainda pouco estabilizados na Sociedade Portuguesa. O Homem e o Animal não estão, nem estarão ao mesmo nível. Muitas das argumentações "contra" as touradas e outros movimentos "pró" animal geram sentimentos muito inflamados e provocam reacções que não se vê noutras questões cívicas. 
4 - Embora com muitas sobreposições em termos das pessoas envolvidas, considero a Defesa dos Animais uma causa diferenciada do Movimento Ambientalista. Sou um defensor dos Animais, colocando-os naturalmente num nível diferente do Homem. Os animais são o resultado do funcionamento dos Ecossistemas e das Paisagens. Dedico-me a defender os Ecossistemas de forma a que eles possam viver e considero-os parte das nossas Paisagens, como forças que as moldam, mantêm, cuidam e trabalham. 
6 - Há animais selvagens ou em estado natural ou de liberdade. Há animais domesticados. E  há animais de companhia. Vejo os movimentos pró-animal pouco ou nada empenhados na defesa dos 2 primeiros e em tudo o que isso significa e obriga, e cada vez mais envolvidos emocionalmente exclusivamente com o 3º grupo. A estabulação dos animais, o artificialismo extremo dos métodos de produção animal, a quantidade e qualidade da alimentação animal no nosso regime de alimentação, a defesa das Reservas Territoriais a todos os níveis como base de vida dos animais não tem, praticamente, qualqluer envolvimento das pessoas e da Sociedade. 
7 - Os donos dos animais de companhia, sejam eles potencialmente perigosos ou não, devem ser responsabilizados pelos seus actos. Hoje, infelizmente, os nossos cães, por culpa dos donos, sujam sem apelo os passeios e comprometem a utilização dos nossos jardins, Uma situação lamentável e que coloca em risco a saúde pública. As mordidas e os ataques vêm só depois. Se nem a higiene colectiva é garantida, como pensar que somos capazes de lidar com responsabilidades mais exigentes?
8 - Temo pelo próximo acontecimento. São recorrentes. A Lei não é cumprida, as pessoas desculpam-se com o "cão" e nada realmente acontece. Tem morrido gente! Basta.

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