quinta-feira, 29 de julho de 2010

Contra a Privatização dos Transportes Públicos

Foto AQUI
 
Como utilizador diário dos transportes públicos, tenho a convicção de que a sua privatização será um erro histórico.
O exemplo da concessão da FERTAGUS é disso exemplo, a avaliar por informação que recebi hoje no âmbito da "Jornada de Esclarecimento contra a Privatização dos Transportes Públicos da Região de Lisboa", da responsabilidade de trabalhadores e utentes das linhas suburbanas de Lisboa.
 
Consta então que o Estado pagou 45,9 milhões nos últimos 5 anos pela concessão à Fertagus, sendo que as linhas, comboios e obras são suportados...pelo Estado?
 
Imagine-se abrir um restaurante que é propriedade do Estado e receber depois os alimentos por conta do Estado e ainda ter as reparações suportadas pelo mesmo Estado?
Depreendo que teremos lucro.
Exacto: 5 milhões de euros de lucro num ano para a Fertagus! Nem podia ser de outra forma...
 
Desde que anunciadas as medidas do PEC, a privatização das linhas ferroviárias suburbanas de Lisboa me mereceu a maior das preocupações. Para ser justo na análise precisava de saber quanto custam hoje as linhas da Grande Lisboa. Ir-se-á poupar algo com a privatização, tendo em conta os custos actuais?
Temo que acabe por custar mais, se o Estado pagar uma renda, pagar ainda os comboios e as linhas...(e as obras)...
 
Outro exemplo que fiquei a conhecer: a CP Carga, actualmente com 90% do tráfego nacional, prestes a ser vendida à DB (Alemã) que detém já 75% do mercado Europeu! Os Alemães preparam bem o escoamento dos seus produtos, certo? E a DB, empresa Estatal, claro! Será que quando tiverem o monopólio, será acessível exportarmos os nossos produtos para a Alemanha?
 
Quando corre que a insegurança aumenta na Linha de Cascais, problema que como se sabe tem solução, pergunta-se se no momento da privatização, a questão "segurança" não será uma bandeira para a privatização. O concessionário resolverá facilmente o problema, como se sabe. Porque não o Estado?
 
Mas podiamos pensar que a privatização ds CP Lisboa seria feita em troca de um caderno de encargos exigente, que implicava obras por parte do concessionário (remodelação de linhas, sinalização e estações), a aquisição de novas composições, e que tudo isso seria mais eficiente feito por privados, sob concurso público e rigorosa fiscalização. Talvez pudessemos discutir isso. Mas não, ESSAS OBRAS avançam já, enquanto o dinheiro ainda é público...Assim não dá mesmo!!!
 
 
 
 


 

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