quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ainda a "famosa" Pista Ciclável do Aeroporto (de Lisboa)

Foto AQUI

A propósito da notícia da ANA Aeroportos de Portugal ter patrocinado um percurso ciclável da Rede de Lisboa, ligando o Aeroporto com o Parque das Nações, no total de 4,5km e cerca de 750.000EUR, Miguel Sousa Tavares veio exigir hoje a demissão do Presidente desta empresa na SIC Notícias.

São muitos os Aeroportos que investem na qualificação do espaço público, ou do espaço natural das Cidades onde se inserem. Foi o que entendeu fazer o Aeroporto de Lisboa, ficando com uma pista ciclável que liga ao Parque das Nações, mas também no sentido contrário liga à Av. de Roma, à Cidade Universitária, aos Estádios do Sporting e do Benfica, aos grandes Centros Comerciais e a algumas áreas de Serviço. Qualquer turista nota, quando chega a Lisboa, que sair do aeroporto a pé (ou de bicicleta) era manifestamente impossível.

Miguel Sousa Tavares (MST), do alto do seu "jipão", acha inconcebível que alguém possa ir apanhar o avião "cheio de malas". Pois é MST, mas o Aeroporto é dos maiores empregadores na Cidade de Lisboa, com cerca de 3.000 empregos permanentes. Para esses, o dia-a-dia não é apanhar aviões, é trabalhar para que, quem queira ir de Jipe apanhar aviões (ou de bicicleta), o possa fazer.

Para MST, também não fará sentido nenhum levar a bicicleta aos Hospitais, já que os doentes, estão doentes, e por isso, não podem pedalar.

Aliás, para MST, como para Ruben de Carvalho, Marcelo Rebelo de Sousa e tantos outros, não faz sentido nenhum a bicicleta (Ponto!).

E este continua a ser o ponto fulcral. 700 mil euros para bicicletas é escandaloso. Para estradas, ponham-se mais 6 zeros em cima, que MST não se importa. Desde que o "Jipão" possa andar...
A mim não me engana...

9 comentários:

  1. Meu caro e nada tem a dizer sobre o custo dessa tão utilizada ciclovia!aeroporto/parque das nações somente 767.000 euros ou seja 230.000 euros/km.Haja vergonha neste miserável país onde se lava mais dinheiro que roupa.

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  2. Caro "Joâo".
    Falemos de tudo sobre bicicletas. Só tenho visto dizer-se mal, sem contraditório. O costume nestas coisas, aliás.
    Já tentou atravessar a Rotunda do Relógio a pé? Então sabe que era impossivel fazê-lo antes do aparecimento deste percurso.
    E ir de bicicleta da Rotunda do Relógio aos Olivais (500m de distância), alguma vez tentou? Eu sim e foi um susto, acredite, por aquelas vias rápidas! Mas agora já é possivel!
    Trata-se de dar equidade aos meios de transporte. É caro por Km? Quanto custou a rede viária em redor do Aeroporto por Km?
    Pois é, para carros é aceitável, para bicicletas é caro. Eu percebo, eu percebo, mas não me conformo. Cumps

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  3. Não é só o escândalo do preço por km. Quanto euros por bicicleta? Eu passo por esta ciclovia todos os dias e nunca vi uma única bicicleta! Numa cidade com bairros de lata, sem passeios, sem jardins, com pessoas sem abrigo este tipo de decisão não só é escandalosa. É ofensiva.

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  4. "Eu passo por esta ciclovia todos os dias e nunca vi uma única bicicleta"
    Passa por ela, ou usa-a? Passa de carro, presumo. É só uma curiosidade. É que há cada vez mais gente a usá-la...
    Já agora, eu tenho usado algumas auto-estradas pelo País fora em que praticamente não há veículos. Passado uns anos estarão congestionadas...
    A CREL custou 32 Milhões por Km. A Linha Vermelha do Metro custou 70 milhões por Km.
    Usando as suas palavras: "Numa cidade com bairros de lata, sem passeios, sem jardins, com pessoas sem abrigo este tipo de decisão não só é escandalosa. É ofensiva"
    Neste caso, sou que eu assino por baixo! Cumps

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  5. Era esse de facto o meu ponto: uns erros ofensivos não justificam que se pratiquem outros. É assim que de disparate em disparate lavamos o país ao fundo!

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  6. Caro Anónimo: Antes pelo contrário. A ligação da Linha Vermelha a S.Sebastião é estruturante da rede de transportes. Depois de construída há problemas crónicos na Cidade que se mantêm e têm que ser resolvidos. Mas por causa disso não se constroem as redes de transporte que devem ser construídas. 70 milhões para um troço de linha de metro e 750 mil para um troço de ciclovia, que permite ligar Benfica ao Parque das Nações. Custam o que custam.
    Só se pode fazer estradas e túneis, é isso?

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  7. Em primeiro lugar não gosto do tom do seu artigo. Peca por uma falta de elegância mas hoje em dia, parece ser regra.
    Em relação à ciclovia concordo inteiramente com Miguel Sousa Tavares:uma ciclovia a terminar ou a partir do aeroporto não faz sentido. Fala dos 3000 empregados do aeroporto e eu pergunto quantos é que usam a biciclete como meio de transporte. Seis? Sete?
    Ainda por cima o aeroporto da Portela tem os dias contados ou seja vai mudar de lugar, como toda a gente sabe. Por conseguinte, tal investimento é quanto a mim, absurdo.
    Sou a favor das ciclovias e acho que fazem falta mas não no aeroporto.

    Rosário Melo

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  8. Caro Rosário Melo
    Tem razão - o tom é incisivo. O facto de ser um blogue a isso o "permite", se é que me entende. Num artigo de jornal ou numa conversa não seria desta forma que expressaria a mesma opinião sobre o assunto.
    Parece que são 12.000 pessoas que trabalham em permanência no Aeroporto e não as 3.000 que referi.
    Sendo uma zona plana de cidade (não se aplica a teoria das colinas...) é mesmo aqui que se pode potenciar o uso da bicicleta. Quantos vão hoje? Como podem ir se não se conseguia chegar ao aeroporto de bicicleta? Se me disse daqui a 1 ano que não houve aumento significativo, dar-lhe-ei razão. Mas tenho esperança que, com as condições devidas, as pessoas se deslocarão para o trabalho de bicicleta.
    Cumprimentos
    Duarte Mata

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  9. Sobre este tema, veja-se o caso do aeroporto em Copenhaga: http://www.copenhagenize.com/2013/02/cycling-to-copenhagen-airport.html

    Acho fantásticos os comentários de quem escreve que há poucas pessoas a utilizar as ciclovias... Se nunca as construíssem, então é que haveria ainda menos gente a pedalar... estes comentários foram em 2010. Hoje em dia, em comparação, as ciclovias já têm muito mais gente. A mudança está a "rolar", e acreditem que em breve verão cada vez mais bicicletas em Lisboa!

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