domingo, 5 de dezembro de 2010

TVI: Lisboa e a bicicleta "em alta" na Cidade




Em Lisboa muito se fez já desde os tempos em que a bicicleta na cidade era uma miragem "impossivel", coisa de utópicos sonhadores, numa cidade de "colinas" ao contrário das cidades planas como Amesterdão, onde "aí sim faz sentido".

A bicicleta entrou na Cidade. Entrou, deixando as pantufas à porta e calçando as botas de biqueira de aço.
Não porque tenha destruído algo, mas porque não perguntou aos automobilistas, mais uma vez, se eram "eles" ou "nós" na Cidade. Exigiu o seu espaço e consegui-o.
Em 2007 avisou que ia mesmo entrar. E entrou.

Apresentou a sua estratégia: fazer rapidamente uma Rede de Percursos que seja compreendida pelos Lisboetas como útil, confortável e apelativa, centrada em ligações nas zonas planas da Cidade e ligando os principais equipamentos colectivos e interfaces de transportes. Uma rede para terminar com a desconfiança e com o preconceito. O Mapa é claro: Fez-se parcialmente a rede. Uma parte ainda falta terminar.

Quase 6 MEuros de investimento, boa parte recorrendo a financiamentos europeus e contrapartidas de empresas e instituições.
No final desta fase haverá uma Rede de Percursos dedicada "verde",porque também eles ligam zonas verdes - Monsanto ao Parque da Bela-Vista, Corredor Verde Monsanto Parque Eduardo VII, a espinha do Parque Periférico com a Quinta da Granja, dos Parques dos Olivais ao Parque da Bela-Vista, dos Olivais ao Rio, do Estádio Universitário ao Campo Grande e do Campo Grande à Mata de Alvalade e daí ao Parque da Bela-Vista e ao Rio.

E é já notório o aumento dos ciclistas de uso quotidiano. Utilizadores que aproveitam esta rede "verde" para se deslocar para os empregos.

Mas sejamos claros: para que a bicicleta se afirme de forma duradoira, há outros trabalhos que precisam de ser feitos.
A porta, essa, está escancarada.
A bicicleta tem futuro, tem cidadania, tem gente! Há "Lobby" agora!
Há compreensão da opinião pública para a bicicleta.
A bicicleta é aceite pelos planeadores, pelos projectistas, pelas empresas, pelos transportadores e pela opinião pública.

O trabalho que falta fazer, e para o qual não há tempo a perder são as Zonas 30km/h nos Bairros, colocando a bicicleta a partilhar o espaço com os automóveis, são as faixas BUS+BIKE - espaços partilhados pelos ciclistas e o transporte público em espaços bem dimensionados para que caibam ambos - são as "Bike-Box" nos cruzamentos semaforizados para a bicicleta partir à frente dos carros, são as medidas de acalmia de tráfego um pouco por toda a Cidade e são todas as medidas que directa e directamente retirem tráfego da Cidade.

A bicicleta agradece as pistas de bicicleta para "sair da garagem" mas o futuro será sempre na estrada.
Muitos perdem o seu precioso tempo a criticar o que se fez em Lisboa pela bicicleta até agora, mas parecem esquecer o que ainda falta fazer e exigir que se faça ou, por vezes, quando até lhes cabe o papel de poder vestir o fato-de-macaco e pôr "mãos-à-obra", torná-lo efectivo!

Já aqui há muito tempo afirmei-me esperançado sobre o que falta fazer-se pela bicicleta realmente se faça.
Continuo esperançado, apesar de nada ter mudado desde aí.

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