sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A contra-moda das ciclovias

 
É este artigo que me levou a escrever as linhas seguintes.
Entrevista-se um autarca que se recusa a fazer ciclovias porque são perigosas. Isto passa-se em Aveiro, a Cidade das bicicletas, dizem. É a fama, mas na verdade o que vi em Aveiro foram carros. Vi mais Jipes que bicicletas. Não, não são as colinas, é mesmo o tráfego. Não há explicação, as pessoas ainda não preferem a bicicleta, apesar de satisfatórios aumentos de utilizadores (sente-se, mas não há dados concretos, ainda).
 
O problema é este: Não há 8 nem 80. Nem o problema das bicicletas se resolve com ciclovias, nem se resolve sem ciclovias.
As ciclovias têm lugar, desde que bem planeadas e integradas num esquema global de implementação dos modos suaves. E não é porque falhou este ou aquele aspecto que a ciclovia não presta. É discutir o acessório.
 
Apesar de ser muito fácil, quando se olha para ciclovias, apontar defeitos e falhas (exemplo da foto deste post), é essencial distinguir as ciclovias dispensáveis das outras.
Há algumas situações em que as ciclovias se tornam indispensáveis (se queremos mesmo ter bicicletas a circular):
 
1. Quando o tráfego é de velocidade elevada.
 
2. Quando o tráfego é de baixa velocidade, mas com elevada intensidade.
 
3. Quando o percurso é declivoso e a subida torna o ciclista mais frágil e lento perante a velocidade dos veículos.
 
4. Quando em corredor verde, marcando um percurso legível e contínuo.
 
 
Vários estudos continuam a demonstrar que a percepção do risco é cada vez mais um elemento decisivo nas escolhas comportamentais dos Humanos, designadamente a escolha do meio de transporte ou de um traçado (ou de um local para passar as férias).
A ciclovia, se associada a um percurso lógico e se bem integrada na secção da via, se bem desenhada, se integrada numa estrutura verde, pode ser um elemento eficaz de atracção de utilizadores de bicicleta.
Uma boa ciclovia pode ser determinante para ganhar confiança em ambientes demasiado motorizados.
 
Nota 1: Não tenho os dados compilados para poder, aqui hoje, apresentar alguns links e conclusões de estudos internacionais que demonstram, por exemplo, por classe etária ou por sexo, a escolha e a procura de percursos dedicados, mas ficará para o mais breve possivel um artigo sobre esse tema.
Fica pois prometido.
 
Nota 2: Dir-me-ão os que não gostam de ciclovias: "Bolas, és mesmo teimoso". Vocês também, estamos quites!
 
 

2 comentários:

  1. Interessante "checklist" dos critérios de utilidade das ciclovias.

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  2. OLÁ PARCEIRO! Meu nome é Leandro, moro em São Paulo, Brasil, gostaria de saber se não lhe interessa uma parceria, estou numa briga grande pelos direitos do ciclistas, e gostaria de ajuda nas divulgação da causa, este é o link do meu blog: www.bccnbrasil.blogspot.com
    vamos abraçar a causa???

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