terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Descrição objectiva, realista e crua sobre um curso de uma ribeira regularizada

"(...) Quando viu que a chuva torrencial não parava, Micaela foi para a varanda, nas traseiras, ver se a ribeira enchia. Achou estranho o que viu. A ribeira estava de repente a ficar com menos água. Foi então que ouviu um estrondo enorme, do lado da porta principal. A onda gigante vinha pela estrada. "Era uma vaga mais alta do que eu, trazia um carro com ela. O carro embateu naquele muro e ficou ali, a andar à roda".

Micaela gritou pelo marido, que estava em frente, na oficina de automóveis de que é proprietário: "Ai que ficamos sem casa!" Dinarte chegou a tempo de tentar fechar os portões. "Ficámos aqui com as vassouras, a enxotar, a enxotar", diz Micaela. A água, numa decisão rápida e inesperada, virou então à direita, colada à parede da casa, derrubando muros e terras. Descarnou os pilares do edifício, galgou os quintais, encosta abaixo, até se juntar de novo à ribeira que corre no fundo. (...)"
 
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